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O que você vai ver neste post:

 

Nome do Projeto

Memórias em Rede no combate às fake news: alunos-repórteres como multiplicadores da educação midiática

 

Proponente do projeto

Instituto Devir Educom. Gestoras do Instituto e do projeto Memórias em Rede: Andressa Luzirão e Ivone Rocha – ambas são educomunicadoras, professoras universitárias e jornalistas.

 

Objetivos

Neste percurso do projeto Memórias em Rede, será trabalhada a educação midiática, partindo da reflexão do conceito de fake news e de notícia. Objetivos:

  • Desenvolver senso crítico em relação aos conteúdos consumidos pelos alunos na internet/redes sociais digitais e fazer com que tenham responsabilidade social na produção e disseminação de informação nas diferentes plataformas de mídia.
  • Incentivar a leitura, pesquisando, em portais na internet, material jornalístico sobre o território que estão inseridos. E refletir se sentem que estão representados nessas notícias.
  • Pensar soluções para o desenvolvimento da comunidade e apresentá-las na forma de títulos jornalísticos em cards para o Instagram, como forma de externar seus sonhos e anseios – ‘as boas notícias que gostaríamos de ler’, trabalhando a expressão criativa, a objetividade, a concisão textual por meio da linguagem jornalística e a experiência de publicar para uma audiência real.
  • Trazer para a comunidade escolar a reflexão sobre fake news e o consumo e uso consciente e responsável das plataformas digitais.
  • Incentivar o protagonismo dos estudantes como sujeitos ativos na construção do conhecimento e como multiplicadores da educação midiática na comunidade escolar e além dos muros da escola, tendo como resultado final um produto a ser compartilhado.

 

Público

Estudantes do Ensino Fundamental II, participantes do projeto Memórias em Rede, realizado pelo Instituto Devir Educom.

 

Componente curricular

Língua Portuguesa

  • Campo Jornalístico-Midiático – 6º ao 9º ano
    • Leitura (EF69LP03); Produção de texto (EF69LP06), (EF69LP08), (EF69LP10) e (EF69LP11); e Oralidade (EF69LP13), (EF69LP15), (EF69LP16) e (EF69LP17).
  • Campo das práticas de estudo e pesquisa
    • Produção de textos e oralidade (EF69LP38) e (EF69LP39).
  • Campo Jornalístico-Midiático – 6º e 7º anos
    • Leitura (EF67LP04); Leitura/Produção de textos (EF67LP09).
  • Campo Jornalístico-Midiático/Campo de atuação na vida pública – 6º e 7º anos
    • Oralidade, leitura e produção de textos (EF67LP14).
  • Campo Jornalístico-Midiático – 8º e 9º anos
    • Leitura (EF08LP01), (EF09LP01), (EF08LP02) e (EF09LP02); Produção de textos (EF89LP08); e Oralidade (EF89LP13).

 

Materiais utilizados

Folhas de sulfite, canetas, celular, computador, projetor, telão e som, além de acesso à Internet.

 

Descrição da trilha

Ativação

O tema da educação midiática e das fake news será introduzido na roda inicial de conversa denominada ‘Manchetes da Semana’, momento em que cada estudante compartilha o principal acontecimento semanal de sua vida, visando fortalecer vínculos no grupo e desenvolver a escuta ativa. Neste encontro em especial, as ‘Manchetes’ serão direcionadas para a temática do noticiário, a fim de verificar o que cada integrante do grupo está consumindo de informação e em quais plataformas.

Serão feitas as seguintes perguntas ativadoras:

  • Você se mantém informado sobre o que acontece em sua comunidade, cidade, país, mundo?
  • Em quais meios?
  • Qual a notícia mais recente que você tomou conhecimento e por qual meio?
  • Você acredita ser uma informação confiável?

Desenvolvimento

1º ENCONTRO: Após as perguntas ativadoras, será provocado novo debate a partir da seguinte pergunta: – O que é Fake News?

A partir da discussão gerada será apresentado aos estudantes material sobre o tema, em slides e vídeos (vídeos da DW Brasil: Como não cair em fake news; Como reconhecer fotos falsas nas redes sociais; e Como reconhecer vídeos falsos nas redes sociais, disponíveis em: Clique aqui para acessar a playlist). Também serão apresentados os mecanismos de checagem da veracidade das informações e as consequências geradas pelas fake news.

 

2º ENCONTRO: Em roda, estudantes discutirão o que é notícia e conhecerão os critérios de noticiabilidade para compreender que nem tudo ‘vira notícia’. Também conhecerão técnicas jornalísticas para a construção do texto noticioso, por meio de exemplos de reportagens apresentadas em slides e vídeos. Em seguida, em duplas, buscarão matérias jornalísticas sobre seu território em portais da internet, com o auxílio do celular. Cada dupla fará a leitura com base nas seguintes reflexões, que serão registradas em uma folha e depois compartilhadas no grupo em roda de conversa (OBS: cada dupla explanará sobre a notícia escolhida e a análise feita):

Sobra autoria:

  • Quem criou isso?

Sobre propósito:

  • Por que isso foi feito?
  • Quem é o público-alvo?
  • O que os autores desejam que eu faça e que eu pense?

Sobra conteúdo:

  • Sobre o que é essa mensagem?
  • Quais ideias e informações estão explícitas? E implícitas? Alguma coisa foi deixada de fora e seria importante saber?

Sobra contexto:

  • Quando esse conteúdo foi criado?

Sobre contexto econômico:

  • Quem pagou?
  • Quem pode ganhar dinheiro com isso?

Sobre credibilidade:

  • É fato, opinião ou outro tipo de informação?
  • Quais são as fontes das ideias e das informações?
  • As fontes têm autoridade para falar sobre o assunto?

Sobre impacto:

  • Quem pode se beneficiar dessa mensagem?
  • Quem pode ser prejudicado?
  • Quais vozes estão representadas ou foram privilegiadas? Quais foram omitidas?
  • Vocês se sentem representados nessas notícias?

Sobre interpretações:

  • Qual a sua interpretação?
  • O que aprendeu sobre si mesmo a partir da interpretação que teve?

Sobre reações:

  • Como se sente diante deste conteúdo?
  • Quais ações pode ter em resposta a ele?

Mais:

  • O que mais você quer saber?
  • Como pode obter essas informações?

 

3º ENCONTRO: Os estudantes conhecerão técnicas de construção de títulos jornalísticos. Sob a perspectiva do sonho/desejo, em duplas, construirão títulos jornalísticos sobre boas notícias que gostariam de ler no noticiário sobre seu território/ bairro/ comunidade. A atividade terá como base as reflexões abaixo relacionadas, que serão registradas em uma folha e depois compartilhadas no grupo em roda de conversa. Em seguida, as duplas criarão cards no aplicativo Canva com os títulos jornalísticos construídos. Compartilharão a todo o grupo e publicarão cada card no Feed e no Stories das redes sociais da escola, se houver, informando ao público que são ‘notícias-sonhos’.

Sobre autoria:

  • Quem estou representando ao criar isso?
  • Qual foi a contribuição da minha dupla?

Sobre propósito:

  • Por que estou criando isso?
  • O que eu quero que as pessoas reflitam como resultado da minha mensagem?

Sobre conteúdo:

  • Que impressão quero passar com essa mensagem?
  • Que informação quero tornar explícita? E implícita?
  • O que escolho deixar de fora dessa informação e por quê?

Sobre credibilidade:

  • A informação nesta mensagem é correta?
  • Como o público irá saber disso?

Sobre impacto:

  • Quais vozes estão representadas na mensagem?

Sobre interpretações:

  • O que eu aprendi sobre mim mesmo a partir das escolhas que fiz ao criar esta mensagem?

Sobre reações:

  • Como as pessoas poderão se sentir depois de ler essa mensagem?
  • Que tipo de atitude as pessoas poderão tomar em resposta a isso?

 

4º ENCONTRO: Os estudantes, na função de repórteres, farão uma reportagem sobre fake news, envolvendo toda a comunidade escolar. Para isso, elaborarão perguntas a serem feitas a alunos, professores, inspetores, equipe da limpeza, do setor administrativo e da gestão escolar (coordenador/diretor). Em seguida, em trios, gravarão entrevistas com o auxílio da câmera do celular. Também farão entrevistas com os familiares, em casa.

 

5º encontro: O grupo será dividido em dois para as seguintes ações:

  • Grupo 1: edição da reportagem pelo celular, por meio do programa de edição Inshot (ou outro de preferência e maior domínio instrumental dos alunos);
  • Grupo 2: organização de uma apresentação a ser realizada para toda a comunidade escolar sobre o tema Fake News como fechamento.

 

6º encontro: Apresentação do material produzido e análise de todo o grupo sobre os encontros e as produções resultantes do processo. E organização final da apresentação a ser feita à comunidade escolar. Para reflexão e debate final, serão propostas as seguintes questões ao grupo:

  • O que o grupo aprendeu sobre fake news?
  • O que mais gostou de fazer nesse processo?
  • O que ficou com vontade de saber mais?
  • Como foi trabalhar em equipe?
  • O que achou mais fácil e difícil de fazer?
  • Quais # (hashtags) o grupo criaria para definir as fake news e nossos encontros sobre o tema?

 

Fechamento

No auditório da escola, em evento voltado a toda comunidade escolar, os estudantes, como multiplicadores, explanarão sobre o que aprenderam acerca das Fake News e o que produziram nesse processo de seis encontros voltados a esta temática. Também exibirão a reportagem como forma de multiplicar informação e conhecimento em educação midiática. A reportagem produzida pode ser publicada em canal do Youtube da escola, se houver, bem como em suas redes sociais, juntamente com as # (hashtags) criadas pelos alunos no último encontro.

 

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Referências Bibliográficas

SOARES, Ismar de Oliveira. Educomunicação: o conceito, o profissional, a aplicação. São Paulo: Paulinas, 2011.

______________________. Educomunicação e Educação Midiática: vertentes históricas de aproximação entre Comunicação e Educação. Disponível em http://www.revistas.usp.br/comueduc/article/view/72037

ALMEIDA, L. B. C. Projetos de intervenção em educomunicação. Campina Grande/PB. Volume 16. 24 agosto, 2016.

FREIRE, Paulo. Extensão ou Comunicação?. Rio de Janeiro: Paz e Terra,12ª edição, 2002.

 

Introdução à educação midiática e Educação para a informação.

Disponíveis em: https://educamidia.org.br/recurso/midiamakers-papers-guias-da-educacao-midiatica

Vídeos da DW Brasil: Como não cair em fake news; Como reconhecer fotos falsas nas redes sociais; e Como reconhecer vídeos falsos nas redes sociais, disponíveis em: https://www.youtube.com/playlist?list=PLeOnee5XZLR3FW6LSbuT4ITyKTxcRKbKr.

 


Como referenciar este post: Alunos-repórteres como multiplicadores da educação midiática. Devir Educon. Publicado em: 15/6/2020. Link da postagem: (http://www.makerzine.com.br/educacao/alunos-reporteres-como-multiplicadores-da-educacao-midiatica/).


Devir Educon

<strong>Prô Andressa Luzirão: </strong>Cofundadora do Instituto Devir Educom, idealizadora do projeto Memórias em Rede e gestora de projetos de Educomunicação. Mestre em Ciências da Comunicação pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP) e pós-graduada em Mídia, Informação e Cultura pelo Celacc (Centro de Estudos Latino-Americanos de Cultura e Comunicação)/ECA-USP. Professora nos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Universidade Paulista (Unip-Santos), é jornalista de formação, com experiência em reportagem e assessoria de imprensa. Atua há 15 anos na Secretaria de Comunicação da Prefeitura de Santos. Tem experiência como educomunicadora em centros da juventude e como atriz e jornalista no Orgone Grupo de Arte e na Associação Projeto Tam Tam. É associada à ABPEducom (Associação Brasileira de Pesquisadores e Profissionais em Educomunicação) e pesquisadora da infância.</br></br><strong>Prô Ivone Rocha:</strong> Cofundadora do Instituto Devir Educom, é gestora do projeto Memórias em Rede e educomunicadora. Mestre em políticas públicas com foco em comunicação digital, MBA em e-Business e Tecnologia da Informação e jornalista de formação. É professora do ensino superior e de cursos de extensão universitária e consultora pedagógica. Como docente, cuja atuação vem de 2004, tem passagens por instituições como Universidade Anhembi Morumbi, Unicid, Senac-SP, IPOG e Impacta. No meio corporativo, tem passagens por grandes organizações como Banco Real, Seguradora Tókio Marine e Banco Santander. No jornalismo, atuou em rádio, jornais, revistas, produção de TV e assessoria de imprensa. Como empreendedora, é uma das criadoras do programa De Olho na Rede, que oferece cursos nas áreas de Comunicação, Marketing e Negócios Digitais, além de consultoria. É autora de publicações como o livro Soluções em Internet, além de livros didáticos em comunicação. É pesquisadora do Intercom e associada da Associação Brasileira de Pesquisadores em Educomunicação (ABPEducom).

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