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Biologia – Biomas: Mata Atlântica e Manguezal (Plano de aula – Ensino médio)

Como referenciar este texto: Biologia – Biomas: Mata Atlântica e Manguezal (Plano de aula – Ensino médio). Rodrigo Terra. Publicado em: 07/11/2025. Link da postagem: https://www.makerzine.com.br/educacao/biologia-biomas-mata-atlantica-e-manguezal-plano-de-aula-ensino-medio/.


 
 

Esses dois ecossistemas têm papéis cruciais no equilíbrio ambiental, na manutenção da biodiversidade e nos serviços ecossistêmicos. A compreensão desses elementos oferece oportunidades para discussões interdisciplinares com Geografia, Sociologia e até Química Ambiental.

Neste plano, propomos uma abordagem que utiliza metodologias ativas para permitir aos estudantes investigar, colaborar e aplicar o conhecimento em situações reais, como o avanço dos chamados “desertos verdes” e o impacto da urbanização sobre os manguezais.

A aula também visa auxiliar os professores a trabalhar os conteúdos ecológicos de forma integrada com temas contemporâneos socioambientais, o que pode enriquecer o repertório de alunos que estão se preparando para o vestibular.

Ao final, fornecemos recursos digitais abertos e gratuitos, em português, para reforçar o aprendizado e facilitar o aprofundamento fora da sala de aula.

 

Objetivos de Aprendizagem

Este plano de aula busca proporcionar aos alunos uma compreensão sólida sobre dois dos principais biomas costeiros do Brasil: a Mata Atlântica e os Manguezais. Ao reconhecerem suas características ecológicas — como clima, biodiversidade, fauna endêmica e importância hidrológica — os estudantes conseguirão situar esses ecossistemas dentro da diversidade ambiental brasileira. Por exemplo, pode-se propor um trabalho colaborativo com cartazes ilustrativos, destacando espécies típicas de cada bioma e suas interações ecológicas.

Outro foco da aula é analisar os impactos ambientais e sociais decorrentes da degradação desses biomas. A destruição da Mata Atlântica por causa do desmatamento urbano e da agricultura intensiva ou o aterramento dos manguezais em zonas metropolitanas são problemas reais que os alunos devem investigar. Sugerimos o uso da metodologia de estudo de caso: dividir a turma em grupos e atribuir vídeos, reportagens ou pesquisas científicas para embasar o debate.

Por fim, espera-se que os estudantes sejam capazes de aplicar conceitos ecológicos — como cadeias alimentares, ecossistemas e serviços ambientais — em contextos práticos. Por meio de atividades interdisciplinares envolvendo a Geografia (uso de mapas interativos para identificar áreas protegidas), Sociologia (debater os direitos das populações tradicionais que dependem desses biomas) e Química Ambiental (poluentes que afetam os ecossistemas costeiros), o aluno será levado a construir soluções sustentáveis e propostas de intervenção local.

Com esses objetivos claros, o plano não apenas favorece o entendimento teórico, mas motiva a ação cidadã e ambientalmente responsável, formando uma base sólida para futuras avaliações e para a vida em sociedade.

 

Materiais utilizados

A seleção dos materiais para esta aula visa engajar os alunos por meio de recursos visuais, atividades práticas e ferramentas digitais. As imagens e vídeos dos biomas projetadas via TV multimídia ou projetor servem como ponto de partida para observar características físicas, espécies nativas e formas de intervenção humana na Mata Atlântica e nos Manguezais. É interessante escolher conteúdos que mostrem tanto a beleza quanto os impactos sofridos por esses ecossistemas.

Os materiais analógicos como cartolinas, marcadores e tesouras são essenciais para dinâmicas de grupo — por exemplo, ao criar painéis temáticos sobre ameaças e estratégias de preservação dos biomas. Já os artigos científicos curtos e reportagens atualizadas (digitais ou impressas) ajudam a desenvolver o pensamento crítico e conectam os conteúdos às problemáticas atuais, como queimadas, urbanização irregular e reflorestamento.

Por fim, o acesso a dispositivos com internet permite que os estudantes realizem pesquisas em tempo real no site biomasbrasileiros.mma.gov.br, uma fonte confiável do governo federal. Essa consulta pode servir para a construção de debates, uso em webquests ou levantamento de dados para apresentações orais. O ideal é que o professor oriente os alunos sobre critérios de validação de fontes e uso de dados atualizados.

Organizar previamente esses materiais, garantindo acesso inclusivo às versões digitais e analógicas para todos os alunos, é fundamental para o sucesso da proposta. O uso diversificado de recursos contribui para um aprendizado mais significativo e multidimensional.

 

Metodologia utilizada e justificativa

A aula será estruturada a partir da metodologia ativa de Aprendizagem Baseada em Problemas (ABP), que coloca os estudantes no centro do processo de aprendizagem. Eles trabalharão em grupos, assumindo o papel de pesquisadores para investigar ameaças ambientais à Mata Atlântica e aos manguezais, como o desmatamento para expansão urbana e industrial, a salinização dos solos costeiros, e a introdução de espécies invasoras. A partir dessa investigação, deverão propor soluções viáveis e embasadas cientificamente.

Para contextualizar ainda mais, os grupos poderão simular audiências públicas, produzindo apresentações multimídia ou infográficos baseados em dados reais sobre perdas de cobertura florestal e qualidade da água em áreas de manguezal próximas. Essa simulação amplia não apenas o conhecimento ecológico, mas também competências de argumentação e expressão.

A interdisciplinaridade será uma forte aliada na construção do conhecimento. Na Geografia, por exemplo, os estudantes poderão aplicar conceitos sobre uso do solo, cobertura vegetal e urbanização costeira; na Sociologia, debater as dinâmicas sociais de populações ribeirinhas e urbanas que compartilham o território com os biomas estudados; e na Química, analisar os tipos de poluentes presentes nos ecossistemas e suas interações com componentes do solo e da água.

Esse formato não apenas favorece o aprendizado ativo, mas também prepara o estudante para o pensamento crítico exigido em exames como o Enem, e cultiva o senso de cidadania, permitindo que compreendam sua responsabilidade frente à preservação ambiental e à sustentabilidade dos biomas brasileiros.

 

Desenvolvimento da aula

Preparo da aula

Nesta etapa inicial, o professor deve buscar imagens atualizadas e impactantes que evidenciem tanto a diversidade quanto a degradação dos biomas Mata Atlântica e Manguezal. Ferramentas como o Google Earth e bancos de dados ambientais como os do INPE e ICMBio são essenciais para enriquecer a aula com dados reais. É interessante imprimir algumas imagens em alta resolução e preparar links de vídeos curtos ou matérias jornalísticas atuais que abordem os ‘desertos verdes’ provocados por monoculturas de eucalipto ou a perda de áreas de manguezal para a urbanização.

Introdução da aula (10 min)

Ao iniciar, envolva os estudantes com perguntas abertas que estimulem suas experiências pessoais e sua imaginação. Pergunte se já estiveram nesses biomas ou o que sabem sobre eles. Apresente fotografias contrastantes que mostrem a beleza de regiões preservadas, como o Parque Nacional da Serra da Bocaina, e áreas degradadas em regiões litorâneas. Esse contraste visual desperta o senso crítico e prepara o terreno para investigações mais profundas.

Atividade principal (30 a 35 min)

Organize os alunos em quatro grupos e distribua o foco do estudo para garantir diversidade de pontos de vista. Os grupos podem utilizar celulares ou notebooks em sala de aula, desde que com supervisão, para buscar informações em sites como WWF Brasil, SOS Mata Atlântica ou bases acadêmicas simplificadas. Incentive o uso de infográficos e dados quantitativos nos cartazes ou apresentações digitais, utilizando ferramentas como o Canva. Incentive o pensamento crítico ao perguntar se há causas humanas envolvidas e possíveis formas de mitigação.

Após as apresentações, promova um diálogo horizontal: cada grupo pode comentar a apresentação do outro, buscando conexões entre os problemas dos dois biomas. Essa interação favorece a aprendizagem colaborativa e a escuta ativa, competências cada vez mais valorizadas.

Fechamento (5 a 10 min)

Encerre a aula com um debate problematizador. Perguntas como “Quais tecnologias poderiam ajudar esses biomas?” ou “O que poderia ser feito em nossa cidade para contribuir com a preservação?” ampliam a discussão para o contexto local do aluno. Conclua com a exibição do vídeo do Itaú Cultural, promovendo sensibilidade ambiental. O link pode ser enviado por e-mail ou grupo da turma para que alunos revisitem o conteúdo em casa. Como dever de casa opcional, sugerir que cada aluno entreviste um familiar ou morador local sobre a percepção deles em relação à Mata Atlântica ou aos manguezais é uma forma simples e eficaz de conectar o conteúdo à vida real.

 

Avaliação / Feedback

A avaliação será formativa, com foco na observação contínua do processo de aprendizagem dos estudantes. A participação individual, o engajamento nas atividades em grupo e a capacidade de argumentação serão critérios fundamentais. O professor poderá empregar uma rubrica simples, com categorias como clareza da comunicação oral, análise crítica dos dados levantados, fundamentação teórica e colaboração em equipe. Essa rubrica deve ser compartilhada com os alunos previamente, promovendo maior transparência e compreensão dos critérios avaliativos.

Durante as apresentações, é interessante que o professor faça anotações rápidas e utilize essas informações para fornecer feedbacks construtivos. Um feedback oral ao final da atividade pode valorizar os esforços do grupo e destacar pontos de melhoria. Para garantir que todos tenham acesso às orientações, recomenda-se registrar os comentários em uma plataforma digital de uso coletivo, como o Google Sala de Aula ou o Moodle, para futura consulta.

Além disso, o uso de autoavaliação e coavaliação pode ser uma ferramenta valiosa. Os próprios estudantes podem refletir sobre seu desempenho e o dos colegas, desenvolvendo habilidades metacognitivas e promovendo um ambiente mais colaborativo. Esse tipo de avaliação fomenta a autonomia e ajuda os jovens a entenderem seu papel no processo de aprendizagem.

Por fim, ao vincular a avaliação ao desenvolvimento de competências e não apenas ao conteúdo, o professor incentiva os alunos a aplicarem conhecimentos em contextos reais. Essa abordagem está alinhada à BNCC e prepara os estudantes tanto para avaliações externas quanto para sua formação cidadã.

 

Resumo para alunos

A aula abordou dois biomas fundamentais do território brasileiro: a Mata Atlântica e os Manguezais. Com uma diversidade biológica impressionante, a Mata Atlântica abriga muitas espécies endêmicas, mas sofre grande ameaça devido ao desmatamento e à ocupação urbana. Já os Manguezais, típicos das regiões costeiras, desempenham papel vital na proteção do litoral contra erosões e oferecem abrigo e alimento para diversas espécies marinhas.

Durante a discussão, os estudantes refletiram sobre os impactos ambientais provocados pelos chamados “desertos verdes”, como monoculturas de eucalipto, e os efeitos da poluição e expansão urbana sobre os manguezais. Essa análise permitiu conexões com temas da Geografia, acerca da ocupação do solo, e da Química, em relação à poluição e alterações na salinidade da água.

Para exemplificar na prática, propomos que os estudantes realizem uma pesquisa de campo (real ou virtual) identificando áreas remanescentes da Mata Atlântica ou manguezais próximos. Outra atividade é a produção de infográficos sobre os serviços ecossistêmicos oferecidos por esses biomas, como o sequestro de carbono, proteção de nascentes e manutenção de cadeias alimentares.

Complementarmente, indicamos recursos online como o portal oficial Biomas Brasileiros e o Canal da Biodiversidade no YouTube, que trazem conteúdos interativos e vídeos ricos para apoiar a aprendizagem fora da sala de aula.

 

Rodrigo Terra

Com formação inicial em Física, especialização em Ciências Educacionais com ênfase em Tecnologia Educacional e Docência, e graduação em Ciências de Dados, construí uma trajetória sólida que une educação, tecnologias ee inovação. Desde 2001, dedico-me ao campo educacional, e desde 2019, atuo também na área de ciência de dados, buscando sempre encontrar soluções focadas no desenvolvimento humano. Minha experiência combina um profundo conhecimento em educação com habilidades técnicas em dados e programação, permitindo-me criar soluções estratégicas e práticas. Com ampla vivência em análise de dados, definição de métricas e desenvolvimento de indicadores, acredito que a formação transdisciplinar é essencial para preparar indivíduos conscientes e capacitados para os desafios do mundo contemporâneo. Apaixonado por café e boas conversas, sou movido pela curiosidade e pela busca constante de novas ideias e perspectivas. Minha missão é contribuir para uma educação que inspire pensamento crítico, estimule a criatividade e promova a colaboração.

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