Como referenciar este texto: Literatura – Origens Europeias – Simbolismo em Portugal (Plano de aula – Ensino médio). Rodrigo Terra. Publicado em: 04/12/2025. Link da postagem: https://www.makerzine.com.br/educacao/literatura-origens-europeias-simbolismo-em-portugal-plano-de-aula-ensino-medio/.
Esta proposta de plano de aula apresenta o Simbolismo em Portugal como parte das origens europeias do movimento, articulando-o à obra de Charles Baudelaire e à noção de correspondências sensoriais, tão cara à estética simbolista. O foco são turmas do ensino médio, especialmente estudantes que também se preparam para vestibulares e exames nacionais.
A aula busca ir além da memorização de características, incentivando os alunos a perceberem como os poetas simbolistas portugueses reelaboram influências francesas, transformando a experiência subjetiva em linguagem poética marcada por musicalidade, sinestesia e sugestão. A conexão com o cotidiano se dá pela leitura de imagens, músicas e propagandas que exploram símbolos e atmosferas.
Como metodologia ativa central, propõe-se uma leitura colaborativa de poemas e a criação, em pequenos grupos, de “mapas de símbolos” que relacionem cores, sons, cheiros e estados de espírito. A interdisciplinaridade aparece sobretudo no diálogo com História (contexto da modernização europeia) e Filosofia (crise do positivismo, subjetividade e inconsciente).
Ao final, o professor terá um roteiro completo de 50 minutos, com objetivos de aprendizagem claros, materiais acessíveis e sugestões de avaliação formativa. Há ainda um resumo final em linguagem direcionada aos alunos, incluindo indicações de acervos digitais abertos em português do Brasil para leitura complementar.
Objetivos de aprendizagem
Ao final desta aula, espera-se que os estudantes sejam capazes de reconhecer as principais características do Simbolismo em Portugal, relacionando-as às origens europeias do movimento e, em especial, à obra de Charles Baudelaire. Isso inclui identificar procedimentos como musicalidade, sugestão, uso de símbolos e sinestesias na construção de atmosferas subjetivas e espiritualizadas, compreendendo como esses recursos quebram com o racionalismo e com o descritivismo realista-naturalista.
Outro objetivo central é levar os alunos a comparar a produção simbolista portuguesa com o Simbolismo francês, percebendo continuidades e reelaborações. Os estudantes deverão ser capazes de apontar influências baudelairianas em poemas portugueses, discutindo como temas como a cidade moderna, o tédio, o sagrado e o profano são recriados em outro contexto histórico e cultural. A meta é que eles entendam o movimento não como cópia, mas como diálogo crítico e criativo entre tradições.
Busca-se também desenvolver competências de leitura literária ativa e colaborativa. Os alunos deverão interpretar poemas simbolistas a partir de pistas formais e temáticas, levantar hipóteses de sentido e justificá-las com citações do texto. Espera-se que consigam construir “mapas de símbolos” que relacionem cores, sons, cheiros, imagens e estados de espírito, exercitando a percepção das correspondências sensoriais e seu papel na construção de significados múltiplos.
Do ponto de vista interdisciplinar, pretende-se que os estudantes articulem o estudo do Simbolismo em Portugal ao contexto da modernização europeia, dialogando com conteúdos de História e Filosofia. Eles deverão reconhecer como a crise do positivismo, o questionamento da razão absoluta e o interesse pelo inconsciente e pela subjetividade influenciam a produção artística do período. Ao mesmo tempo, a aula pretende aproximar o simbolismo do cotidiano, levando-os a identificar o uso de símbolos, atmosferas e efeitos sinestésicos em músicas, filmes, propagandas e mídias digitais.
Por fim, a aula busca estimular a autonomia intelectual e a preparação para vestibulares e exames nacionais. Os alunos deverão ser capazes de responder a questões interpretativas e analíticas sobre textos simbolistas, mobilizando vocabulário técnico adequado e demonstrando compreensão do movimento em sua dimensão estética e histórica. Ao mesmo tempo, espera-se que desenvolvam uma postura sensível diante da literatura, valorizando a experiência subjetiva e o poder sugestivo da linguagem poética.
Materiais utilizados e recursos digitais abertos
Para desenvolver este plano de aula sobre o Simbolismo em Portugal, recomenda-se a combinação de materiais impressos e recursos digitais abertos, de modo a garantir acessibilidade e diversidade de linguagens. Em termos de materiais físicos, o professor pode utilizar cópias de poemas selecionados de poetas simbolistas portugueses (como Camilo Pessanha e Eugénio de Castro), projetor multimídia ou TV para exibir imagens e vídeos curtos, além de cartolinas, canetas coloridas e post-its para a elaboração dos “mapas de símbolos” em grupos. Esses recursos simples já permitem estruturar uma aula dinâmica, baseada na leitura colaborativa e na visualização das correspondências sensoriais típicas do movimento.
No campo digital, é importante priorizar recursos de acesso aberto, que os estudantes possam consultar também fora do ambiente escolar. Bibliotecas digitais, como a Biblioteca Nacional de Portugal e o Portal Domínio Público, oferecem obras e antologias de autores simbolistas em domínio público, permitindo o download gratuito de textos em PDF ou ePub. Plataformas como o Internet Archive e a World Digital Library também podem ser exploradas para localizar edições antigas, manuscritos ou materiais iconográficos relacionados ao Simbolismo europeu, enriquecendo o repertório visual da turma.
Além das bibliotecas, vale incorporar recursos multimodais que dialoguem com a noção simbolista de musicalidade e atmosfera. O professor pode selecionar trilhas sonoras livres de direitos autorais em bancos como o Free Music Archive para acompanhar a leitura expressiva dos poemas, criando ambientes sonoros que favoreçam a percepção das sinestesias e dos estados de espírito evocados. Imagens e pinturas simbolistas acessíveis via coleções abertas de museus, como o The Met Collection ou a Europeana, podem servir de gatilho para comparações entre linguagem verbal e visual, reforçando o exercício de leitura de símbolos no cotidiano.
Para organização das atividades e registro dos mapas de símbolos, podem ser utilizados aplicativos gratuitos de quadro colaborativo, como Jamboard ou ferramentas de apresentações compartilhadas, desde que a escola e a turma tenham acesso a computadores ou dispositivos móveis. Em contextos com pouca infraestrutura digital, o professor pode adaptar a proposta, mantendo o uso de materiais físicos e, quando possível, projetando ou imprimindo trechos de páginas de acervos digitais abertos. O essencial é que os alunos tenham algum tipo de contato direto com textos e imagens em sua forma original, percebendo a riqueza formal e simbólica do movimento.
Por fim, é recomendável disponibilizar uma pequena curadoria de links em um mural impresso ou virtual, reunindo indicações de leituras complementares, vídeos de aulas abertas sobre Simbolismo e entrevistas com especialistas em literatura portuguesa. Essa lista pode incluir, por exemplo, vídeos de canais educativos licenciados em Creative Commons e artigos introdutórios publicados por universidades em repositórios institucionais de acesso livre. Assim, o plano de aula se prolonga para além dos 50 minutos previstos, oferecendo caminhos para o estudo autônomo e para a preparação dos estudantes para vestibulares e exames nacionais, sem depender exclusivamente de materiais pagos ou de difícil acesso.
Metodologia utilizada e justificativa pedagógica
A metodologia proposta para o trabalho com o Simbolismo em Portugal baseia-se em princípios de aprendizagem ativa e significativa, colocando o estudante no papel de coautor da leitura literária. Em vez de iniciar pela exposição teórica exaustiva, o professor começa com uma breve sensibilização sensorial: imagens, trechos musicais e pequenos fragmentos de poemas que evidenciem atmosferas simbolistas, como a sugestão, a penumbra, o mistério e a musicalidade. A partir dessa experiência inicial, os alunos são convidados a formular hipóteses sobre o que caracteriza esse modo de fazer poesia, que depois serão confrontadas com o estudo mais sistemático do movimento.
Na sequência, a aula se organiza em torno de uma leitura colaborativa de poemas simbolistas portugueses, articulados às referências francesas, especialmente a Charles Baudelaire. Em duplas ou pequenos grupos, os alunos sublinham metáforas, sinestesias, imagens de sonho e expressões ligadas ao inconsciente, construindo um repertório de marcas formais do Simbolismo. O professor atua como mediador, conduzindo perguntas orientadoras e ajudando a relacionar as escolhas estilísticas à noção de correspondências sensoriais, à crise do positivismo e à busca de uma realidade interior mais profunda.
Como atividade central, cada grupo elabora um “mapa de símbolos”: um esquema visual em que cores, sons, cheiros, sensações táteis e estados de espírito são conectados a versos específicos dos poemas trabalhados. Essa estratégia estimula a leitura atenta e o desenvolvimento da competência interpretativa, ao mesmo tempo em que favorece o pensamento abstrato e a criatividade. A produção pode ser feita em cartolina ou em formato digital, permitindo ao professor incorporar tecnologias simples, como editores de imagem ou murais virtuais, sem exigir infraestrutura complexa.
A justificativa pedagógica dessa metodologia reside na necessidade de superar uma abordagem meramente conteudista da literatura, típica de contextos voltados apenas para exames. Ao privilegiar a experiência estética, a cooperação e o diálogo interdisciplinar com História e Filosofia, o plano possibilita que o aluno compreenda o Simbolismo como resposta cultural à modernização europeia e às tensões entre razão e subjetividade. Assim, o conteúdo programático deixa de ser uma lista de características para se tornar uma chave de leitura do mundo contemporâneo, em que símbolos, metáforas e atmosferas ainda são amplamente explorados na mídia, na publicidade e na produção artística em geral.
Por fim, a avaliação é desenhada em perspectiva formativa: o professor observa o envolvimento nas discussões, a qualidade dos mapas de símbolos e a capacidade de relacionar texto, contexto histórico e questões existenciais. Pequenos registros escritos ou orais, ao final da aula, permitem verificar se o estudante consegue explicar com suas próprias palavras o que diferencia o Simbolismo de outros movimentos e como os autores portugueses reelaboram as influências de Baudelaire. Dessa forma, a metodologia se alinha às competências leitora, interpretativa e crítica previstas para o ensino médio, sem perder de vista a preparação para vestibulares e exames nacionais.
Desenvolvimento da aula: preparo prévio e introdução (10 min)
Para o preparo prévio, o professor deve selecionar ao menos um poema simbolista português de fácil acesso em domínio público, como textos de Camilo Pessanha ou Eugénio de Castro, e um soneto de Charles Baudelaire que evidencie a noção de correspondências sensoriais. É recomendável imprimir os poemas ou disponibilizá-los em formato digital, destacando passagens em que se percebem musicalidade, sinestesia e atmosferas sugeridas mais do que descritas de forma direta. Nesse momento, o docente também pode preparar breves notas de contexto histórico e cultural, conectando o Simbolismo em Portugal ao cenário de modernização europeia e à crise das certezas positivistas.
Na organização da sala, vale pensar em uma disposição que favoreça o olhar e a escuta entre os estudantes, como um semicírculo ou pequenos grupos. O professor pode reservar parte do quadro ou uma cartolina para o futuro “mapa de símbolos”, que será construído com os alunos ao longo da aula. Também é interessante preparar trechos de músicas, imagens ou anúncios publicitários contemporâneos que utilizem símbolos, cores e sons de maneira sugestiva, criando um ponto de partida para aproximar a estética simbolista do universo cotidiano dos jovens.
Na introdução efetiva dos primeiros 10 minutos, o professor pode iniciar com uma pergunta geradora: “Vocês já tiveram a sensação de que uma música ou uma cor lembram um cheiro, um lugar ou um estado de espírito?”. A partir das respostas, conduz uma conversa rápida sobre como nossas percepções se misturam, introduzindo aos poucos a ideia de sinestesia e de correspondências entre os sentidos. Em seguida, apresenta o objetivo da aula em linguagem clara: compreender como o Simbolismo em Portugal dialoga com Baudelaire e transforma emoções e sensações em poesia.
Para engajar a turma, o docente pode projetar ou exibir no quadro um pequeno trecho de Baudelaire e outro de um poeta simbolista português, sem ainda revelar os nomes dos autores. Pede-se que os estudantes, em duplas, identifiquem quais palavras, imagens ou sons chamam mais atenção e que tipo de “clima” ou atmosfera cada trecho cria. Depois, algumas impressões são compartilhadas com a turma, e o professor começa a relacionar os comentários dos alunos com os conceitos de sugestão, musicalidade e subjetividade na poesia simbolista.
Ao final desses 10 minutos iniciais, o professor organiza o que foi levantado pelos estudantes em um esquema simples no quadro, destacando termos-chave como “símbolo”, “correspondências”, “sensações” e “atmosfera”. Esse registro servirá de referência para a parte central da aula, em que ocorrerá a leitura colaborativa e a construção dos mapas de símbolos. Assim, o desenvolvimento se inicia de forma participativa e contextualizada, conectando teoria literária, repertório pessoal dos alunos e os objetivos de aprendizagem previstos no plano.
Atividade principal (30–35 min): correspondências e símbolos em Portugal
Organize a turma em pequenos grupos e distribua, para cada um, um poema simbolista português previamente selecionado, como textos de Camilo Pessanha, Eugénio de Castro ou outros autores que dialoguem com o imaginário de Baudelaire. Oriente os estudantes a realizar uma primeira leitura silenciosa e, em seguida, uma leitura em voz alta, destacando a musicalidade dos versos, as pausas, as repetições e os recursos sonoros. Peça que cada grupo sublinhe palavras que remetam a sensações, atmosferas e estados de espírito, marcando também imagens recorrentes, como névoa, noite, mar, sombra, luz e cores específicas.
Na segunda etapa, introduza explicitamente a noção de “correspondências” herdada de Baudelaire, explicando como os simbolistas portugueses se apropriam dessa ideia ao aproximar cores de sons, cheiros de emoções, espaços físicos de estados interiores. Proponha que cada grupo elabore um pequeno quadro de relações, ligando, por exemplo, uma cor a um sentimento, um objeto a uma lembrança, um som a uma imagem mental. O foco não é encontrar a interpretação “correta”, mas perceber como o poema sugere ligações subjetivas e frequentemente ambíguas.
Em seguida, peça que os grupos transformem esse quadro de relações em um “mapa de símbolos”. Eles podem organizar o mapa em torno de um elemento central do poema (como o mar, a noite ou a névoa) e, a partir dele, puxar setas que indiquem cores, sensações táteis, sons, cheiros e emoções associadas. Caso haja possibilidade de uso de recursos digitais, o mapa pode ser construído em uma ferramenta online colaborativa; se não, cartolinas, marcadores coloridos e post-its cumprem bem esse papel visual e interativo.
Depois da produção dos mapas, promova uma rodada de apresentação rápida em que cada grupo explique suas escolhas e destaque uma ou duas correspondências que considerou mais significativas ou surpreendentes. Como mediação, compare essas leituras com elementos presentes na obra de Baudelaire, mostrando como certos símbolos – a cidade, a noite, o perfume, a música – se transformam ao atravessar o contexto francês e se reelaborar na poesia portuguesa. Aproveite para evidenciar marcas formais do Simbolismo, como o uso de sinestesia, o ritmo mais fluido e a sugestão em vez da descrição direta.
Por fim, proponha um breve exercício individual de escrita criativa ou de comentário interpretativo. No primeiro caso, cada estudante cria quatro a seis versos inspirados no poema analisado, incorporando pelo menos uma correspondência sensorial e um símbolo recorrente do grupo. No segundo, podem redigir um parágrafo explicando como o poeta constrói uma atmosfera particular por meio dos símbolos e das correspondências. Recolha alguns exemplos para leitura voluntária em voz alta e utilize esse momento para uma avaliação formativa, retomando os objetivos da aula e verificando se os alunos compreenderam como o Simbolismo em Portugal dialoga com Baudelaire, ao mesmo tempo em que afirma uma sensibilidade própria.
Fechamento, avaliação e interdisciplinaridade
Para o momento de fechamento da aula, recomenda-se retomar com a turma os objetivos propostos no início, convidando os estudantes a explicitar, em voz alta, o que compreenderam sobre o Simbolismo em Portugal e sua relação com Baudelaire e o contexto europeu. O professor pode escrever no quadro palavras-chave sugeridas pelos alunos — como musicalidade, sinestesia, subjetividade, crise, modernização — e, em seguida, organizar coletivamente um breve mapa conceitual, conectando esses termos a autores, poemas e passagens específicas trabalhadas durante a aula.
Na avaliação, é fundamental priorizar uma abordagem formativa, que acompanhe o processo e não apenas o produto final. Uma possibilidade é solicitar que cada grupo apresente, em 2 ou 3 minutos, seu “mapa de símbolos” produzido na atividade principal, explicando as escolhas de cores, sons, cheiros e sensações associadas aos poemas. O professor avalia a capacidade de interpretação, de argumentação e de articulação entre texto poético e experiência subjetiva, mais do que a elaboração estética do material. Também pode ser proposto um pequeno bilhete de saída em que cada estudante responda, em poucas linhas, a uma pergunta orientadora, como: “Que diferença há entre descrever a realidade e sugerir atmosferas, do ponto de vista simbolista?”.
Do ponto de vista interdisciplinar, o fechamento é um bom momento para evidenciar como o Simbolismo dialoga com outros campos do conhecimento. Em História, pode-se retomar o contexto da modernização europeia de fins do século XIX, com transformações urbanas, avanço da ciência e tensões políticas, mostrando como esse pano de fundo alimenta a sensação de crise e de desencanto presente na poesia simbolista. Em Filosofia, a discussão pode se aproximar de temas como a crítica ao positivismo, a valorização da subjetividade, o inconsciente e a ideia de que a realidade não se esgota no que é visível ou mensurável.
Ainda no eixo interdisciplinar, é possível sugerir conexões com Artes e Música, incentivando os estudantes a perceberem como a noção de “correspondências” aparece em outras linguagens. Podem ser indicadas obras impressionistas e simbolistas nas artes plásticas, ou trechos musicais que exploram atmosferas e climas emocionais, para que os alunos comparem recursos expressivos: o som, a cor, a metáfora, o silêncio, o espaço em branco no papel. Essas comparações ampliam a compreensão de que o Simbolismo é um modo de perceber o mundo, e não apenas um rótulo literário.
Como encaminhamento final, o professor pode deixar sugestões de leitura complementar em acervos digitais abertos, como bibliotecas virtuais e repositórios de domínio público, reforçando a autonomia dos estudantes na continuidade dos estudos. Uma atividade de pós-aula pode ser a produção de um poema ou de uma pequena sequência de imagens que explorem símbolos e sinestesias inspirados no cotidiano dos próprios alunos, dando continuidade à experiência de criação iniciada em sala. Assim, o fechamento não significa um ponto final, mas um convite para que o contato com o Simbolismo em Portugal se desdobre em novas leituras, reflexões e produções autorais.
Resumo para os alunos e indicações de estudo
Para resumir o que vimos sobre o Simbolismo em Portugal, vale lembrar três ideias-chave: a poesia simbolista valoriza a subjetividade, isto é, o mundo interior do eu lírico; aposta na sugestão em vez de explicar tudo de forma direta; e trabalha intensamente com musicalidade e imagens sensoriais (sons, cheiros, cores, texturas) para criar atmosferas. Os poetas portugueses dialogam com a obra de Charles Baudelaire e com o Simbolismo francês, mas recriam essas influências a partir de sua própria realidade histórica e cultural, em uma Europa em modernização e em crise de valores.
Ao ler poemas simbolistas, é fundamental prestar atenção às correspondências, isto é, às relações entre diferentes sentidos e planos da experiência: um som pode remeter a uma cor, um cheiro pode despertar uma lembrança, uma paisagem externa pode refletir um estado de espírito. Em vez de buscar apenas o “tema” ou a “moral” do poema, tente perceber como cada escolha de palavra, ritmo, rima e imagem contribui para construir um clima emocional. A leitura cuidadosa de versos, estrofes e repetições ajuda a entender por que esses textos costumam ser mais sugestionais do que narrativos.
Para estudar para provas e vestibulares, organize seu caderno com três blocos: conceitos (características do Simbolismo, contexto histórico, relação com o Romantismo e o Parnasianismo), autores e obras (especialmente poetas portugueses relevantes e a influência de Baudelaire) e trechos comentados (poemas lidos em aula, com marcações suas). Reescrever em suas próprias palavras o que cada poema “faz sentir” é uma ótima forma de fixar conteúdo e treinar interpretação. Tente também criar pequenos resumos comparando poemas simbolistas com textos de outros movimentos para notar continuidades e rupturas.
Se você gosta de estudar com recursos digitais, há muitos acervos gratuitos em português do Brasil com textos de apoio e obras digitalizadas. Procure bibliotecas digitais de universidades públicas e sites como a Biblioteca do Domínio Público, que reúnem livros e poemas em acesso aberto. Você também pode explorar vídeos de canais educativos que analisam o Simbolismo, além de podcasts de literatura que comentam a obra de Baudelaire e de poetas portugueses, sempre verificando se as fontes são confiáveis.
Por fim, uma boa forma de consolidar o que aprendeu é experimentar escrever seus próprios textos simbolistas: produza pequenos poemas que usem sinestesia (mistura de sensações), jogos de luz e sombra, símbolos pessoais e um tom mais musical. Não é necessário “imitar” nenhum autor, mas testar os recursos do movimento ajuda a entender por dentro as escolhas estéticas dos poetas estudados. Leve suas produções para a aula, discuta com colegas e use esse processo criativo como parte do seu preparo para avaliações escritas e orais.