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Literatura – João Guimarães Rosa – Multiplicidade das obras (Plano de aula – Ensino médio)

Como referenciar este texto: Literatura – João Guimarães Rosa – Multiplicidade das obras (Plano de aula – Ensino médio). Rodrigo Terra. Publicado em: 12/12/2025. Link da postagem: https://www.makerzine.com.br/educacao/literatura-joao-guimaraes-rosa-multiplicidade-das-obras-plano-de-aula-ensino-medio/.


 
 

Este plano de aula propõe uma leitura mediada de João Guimarães Rosa voltada ao ensino médio, com foco em vestibulares e na formação de leitores críticos. Partindo de contos de Primeiras estórias, do livro de contos Sagarana e do romance Grande Sertão: Veredas, os estudantes são convidados a perceber a multiplicidade das obras rosianas: linguagem inovadora, personagens complexos, dimensão filosófica e vínculos com o Brasil rural do século XX.

A proposta valoriza a leitura de trechos selecionados, a análise de personagens e a articulação com o período literário, enfatizando o lugar de Guimarães Rosa na terceira fase do Modernismo brasileiro. A aula equilibra orientação do professor e protagonismo dos alunos, privilegiando metodologias ativas como leitura compartilhada e discussão em pequenos grupos.

Ao longo da sequência, destaca-se o diálogo entre literatura, história e filosofia, além de aproximações com temas recorrentes nos vestibulares (violência, ética, religiosidade, destino, linguagem). Os textos “A terceira margem do rio”, “O espelho” e “A hora e a vez de Augusto Matraga” servem como eixos para explorar categorias narrativas, construção de ponto de vista e dilemas morais.

O plano foi pensado para uma aula de 50 minutos, com materiais simples e recursos digitais gratuitos de universidades públicas, ajudando o professor a contextualizar a obra, orientar leituras extraclasses e oferecer aos alunos ferramentas de estudo para além da sala de aula.

 

Objetivos de aprendizagem

Ao final desta sequência didática, o estudante deverá ser capaz de reconhecer a multiplicidade da obra de João Guimarães Rosa, identificando em contos e trechos de romances elementos como inovação linguística, complexidade psicológica das personagens e a presença de questões filosóficas. Espera-se que o aluno consiga relacionar esses aspectos ao contexto do Brasil rural do século XX, compreendendo como o autor reelabora oralidades, regionalismos e tradições sertanejas em uma linguagem literária sofisticada e universal.

Outro objetivo central é desenvolver a competência leitora em nível avançado, favorecendo a leitura atenta de textos densos, com vocabulário incomum e estruturas sintáticas inovadoras. O estudante deverá aprender a formular hipóteses de sentido, inferir informações implícitas, interpretar metáforas e símbolos e sustentar suas interpretações com base em evidências textuais. Esse treinamento visa não apenas ao bom desempenho em vestibulares, mas também à formação de um leitor crítico e autônomo.

Pretende-se, ainda, que os alunos sejam capazes de articular a obra de Guimarães Rosa à terceira fase do Modernismo brasileiro, reconhecendo continuidades e rupturas em relação a outros autores do período. O estudante deverá localizar a produção rosiana no panorama da literatura nacional, compreendendo sua importância estética, histórica e cultural, bem como sua presença recorrente em exames de ingresso ao ensino superior.

Além disso, busca-se fomentar a reflexão ética e filosófica a partir de textos como “A terceira margem do rio”, “O espelho” e “A hora e a vez de Augusto Matraga”. Os alunos deverão identificar conflitos morais, tensões entre destino e escolha, religiosidade e violência, elaborando posicionamentos próprios e fundamentados. Assim, a aula também objetiva desenvolver a capacidade de argumentação oral e escrita, em debates, produções textuais breves e apresentações em grupo.

Por fim, o plano de aula tem como meta incentivar o protagonismo discente por meio de metodologias ativas, como leitura compartilhada e discussão em pequenos grupos. Espera-se que os estudantes aprendam a trabalhar colaborativamente, dividir tarefas de pesquisa, ouvir e respeitar diferentes pontos de vista e utilizar recursos digitais gratuitos (vídeos, podcasts, artigos acadêmicos acessíveis) como apoio ao estudo literário, ampliando seus repertórios culturais e estratégias de preparação para provas.

 

Materiais utilizados e recursos digitais abertos

Para a realização deste plano de aula sobre João Guimarães Rosa, recomenda-se priorizar materiais acessíveis e de baixo custo, que favoreçam tanto o trabalho em sala quanto o estudo autônomo dos estudantes. O ponto de partida pode ser uma antologia impressa ou cópias dos contos selecionados (A terceira margem do rio, O espelho e A hora e a vez de Augusto Matraga), garantindo que todos tenham o texto em mãos para marcação, anotação e releitura dirigida. Um quadro branco ou cartolina para mapas conceituais, além de post-its ou fichas, ajuda a organizar ideias sobre personagens, tempo, espaço e narrador.

Em termos de recursos digitais, é possível explorar repositórios de universidades públicas que oferecem materiais abertos sobre Guimarães Rosa, como videoaulas, palestras gravadas e artigos de divulgação científica. Plataformas institucionais, canais de programas universitários de literatura no YouTube e bibliotecas digitais de domínio público podem servir de apoio para contextualizar o autor, o Modernismo brasileiro e o sertão mineiro. Esses conteúdos podem ser indicados como tarefa prévia ou complemento para os alunos que desejarem aprofundar a leitura para vestibulares.

Outro recurso importante são os ambientes virtuais de aprendizagem e ferramentas colaborativas, como formulários online, murais digitais e documentos compartilhados. Eles permitem que os estudantes registrem interpretações de trechos, montem glossários coletivos de neologismos rosianos e sistematizem dúvidas sobre o vocabulário e o contexto histórico. O professor pode disponibilizar links para esses espaços ao final da aula, incentivando o uso dos dispositivos móveis de forma orientada.

Também é interessante incorporar podcasts literários, gravações de leitura dramática dos contos e entrevistas com pesquisadores de Guimarães Rosa, muitos deles publicados em acesso aberto. Ao ouvir diferentes vozes lendo o texto ou comentando a obra, os estudantes percebem nuances de entonação, ritmo e ambiguidade que nem sempre emergem na leitura silenciosa individual. Esses materiais podem ser retomados em sala para disparar debates sobre interpretação e multiplicidade de sentidos.

Por fim, recomenda-se que o professor organize um pequeno guia digital de estudos, em formato de PDF ou página aberta, reunindo links de acervos públicos, indicações de edições confiáveis, resumos críticos e propostas de questões nos moldes dos vestibulares. Esse guia funciona como um repositório permanente, ao qual os alunos podem recorrer ao longo do ano, e reforça a ideia de que a literatura de Guimarães Rosa dialoga com múltiplas áreas do conhecimento e com diferentes experiências de leitura, dentro e fora da escola.

 

Metodologia utilizada e justificativa pedagógica

A metodologia proposta neste plano de aula combina leitura orientada, discussão em pequenos grupos e sistematização coletiva, de modo a articular a preparação para vestibulares com a formação de leitores críticos e autônomos. Parte-se de trechos selecionados de contos e do romance para evitar a sobrecarga de leitura em uma única aula de 50 minutos, priorizando passagens significativas para a compreensão da linguagem rosiana, da construção de personagens e da dimensão filosófico-existencial de sua obra. Assim, o foco desloca-se de um estudo meramente enciclopédico para uma experiência de leitura que estimula interpretação, questionamento e diálogo entre texto e contexto.

Em termos de passos didáticos, o professor inicia com uma breve contextualização histórica e literária, retomando a terceira fase do Modernismo e o lugar de Guimarães Rosa na prosa brasileira. Em seguida, realiza-se uma leitura compartilhada de trechos previamente selecionados de “A terceira margem do rio”, “O espelho” e “A hora e a vez de Augusto Matraga”, com pausas estratégicas para comentários e perguntas. Essa leitura guiada busca modelar estratégias de compreensão (como identificar foco narrativo, marcas de oralidade, neologismos e ambiguidades) e convidar os estudantes a explicitar suas hipóteses interpretativas.

Na etapa seguinte, os alunos são organizados em pequenos grupos para analisar questões específicas: um grupo pode concentrar-se na linguagem e nos neologismos; outro, na construção do narrador e do ponto de vista; um terceiro, nos dilemas éticos e religiosos presentes nas narrativas; e assim por diante. Cada grupo produz anotações sintéticas (em cartaz, caderno ou documento digital) que servirão de base para a socialização. Essa metodologia ativa valoriza o protagonismo discente, o trabalho colaborativo e o desenvolvimento de competências argumentativas, habilidades essenciais tanto para a prova de redação quanto para questões discursivas e abertas dos vestibulares.

Em plenário, o professor coordena a socialização das descobertas dos grupos, articulando as observações dos estudantes com conceitos literários (narrador, tempo, espaço, personagem, estilo) e com as exigências dos exames. É o momento de sistematizar: retoma-se a multiplicidade da obra rosiana, a complexidade de suas personagens e a presença de temas como morte, culpa, redenção, fé, violência e destino, relacionando-os a manifestações contemporâneas e a outras obras do currículo. Essa sistematização também permite destacar como a prosa de Guimarães Rosa tensiona fronteiras entre o regional e o universal, entre oralidade e escrita, entre realismo e experimentação linguística.

Pedagogicamente, a escolha dessa metodologia se justifica por alinhar-se às orientações da BNCC e de documentos curriculares que enfatizam competências de leitura crítica, interdisciplinaridade e protagonismo juvenil. Ao articular literatura, história e filosofia, o plano oferece ao aluno ferramentas para pensar a experiência humana para além do contexto sertanejo, favorecendo empatia e reflexão ética. Além disso, o uso de recursos digitais abertos (vídeos, entrevistas, materiais de universidades públicas) amplia o repertório dos estudantes e demonstra que a obra de Guimarães Rosa continua sendo objeto de debate intelectual vivo, o que contribui para reduzir a sensação de “clássico distante” e aproximar o texto da realidade dos jovens leitores.

 

Preparo da aula: organização prévia do professor

Antes da aula, o professor deve selecionar cuidadosamente os trechos de Guimarães Rosa que serão trabalhados, garantindo um recorte que evidencie tanto a invenção linguística quanto os conflitos éticos e existenciais. É recomendável definir, com antecedência, ao menos um fragmento de Grande Sertão: Veredas, um conto de Primeiras estórias (como “A terceira margem do rio” ou “O espelho”) e passagens de Sagarana, articulando-os a temas pertinentes aos vestibulares. Essa curadoria prévia evita dispersões, ajuda a manter o foco no objetivo da aula e permite planejar perguntas que provoquem o pensamento crítico dos estudantes.

Também é importante organizar um pequeno dossiê de apoio, em versão impressa ou digital, com notas de vocabulário, breves comentários de críticos literários e um quadro resumido da terceira fase do Modernismo brasileiro. Esse material funciona como suporte para alunos que têm dificuldade com a linguagem rosiana, reduzindo a sensação de estranhamento sem eliminar o desafio interpretativo. O professor pode incluir links para entrevistas, aulas abertas de universidades públicas e resenhas confiáveis, sinalizando quais devem ser lidas antes ou depois do encontro.

Na preparação, vale definir a dinâmica da aula minuto a minuto: tempo para leitura em voz alta, discussão em grupos, socialização em plenário e registro das conclusões no caderno ou em plataformas digitais. Planejar perguntas-guia, como “Que dilema moral o personagem enfrenta?” ou “Que efeitos a linguagem produz no leitor?”, ajuda a orientar o debate e a evitar que a conversa se reduza a impressões superficiais. Se possível, o professor pode antecipar essas questões em uma tarefa prévia, pedindo aos alunos que cheguem à aula com anotações iniciais.

Por fim, o professor deve articular a aula com o restante da sequência didática e com o calendário de avaliações externas. Isso significa alinhar os textos escolhidos com conteúdos de redação, de história e de filosofia, evidenciando como a obra de Guimarães Rosa dialoga com temas cobrados em vestibulares, como violência, religiosidade, destino e identidade nacional. Uma boa preparação inclui prever atividades de continuidade, como fichas de leitura, produção de resumos comentados e exercícios de interpretação similares aos dos exames, garantindo que a experiência estética com a obra se converta também em estratégia de estudo eficaz.

 

Introdução da aula (10 minutos): ativação de repertórios

Nos primeiros 10 minutos da aula, o objetivo central é ativar o repertório prévio dos estudantes sobre João Guimarães Rosa, o Modernismo brasileiro e o universo do sertão. O professor pode iniciar com uma pergunta disparadora projetada no quadro ou em slide, como: “O que você já ouviu falar sobre Guimarães Rosa ou sobre o sertão brasileiro na literatura, no cinema ou nas séries?”. A partir das respostas espontâneas, registra-se palavras-chave – como “linguagem difícil”, “interior do Brasil”, “seca”, “religiosidade”, “violência”, “heróis e anti-heróis” – para formar um mapa inicial de ideias.

Em seguida, o docente pode apresentar brevemente uma imagem ou pequeno vídeo (30 a 60 segundos) que represente a paisagem sertaneja, incentivando a turma a relacionar essas imagens com outras obras culturais que conhecem, como filmes, músicas e cordéis. Essa conexão intertextual ajuda a mostrar que o universo de Rosa não é isolado, mas dialoga com uma tradição mais ampla de representações do Brasil rural, permitindo que os alunos se sintam mais próximos do contexto das narrativas a serem estudadas.

Para ampliar o repertório literário, o professor pode retomar rapidamente o lugar de Guimarães Rosa na terceira fase do Modernismo, perguntando: “Quais características do Modernismo vocês lembram das aulas anteriores?”. Termos como experimentação de linguagem, foco em questões sociais e subjetividade podem ser revisitados. A partir disso, o docente antecipa que, nos contos de Primeiras estórias e Sagarana, bem como em Grande Sertão: Veredas, essas características aparecem de forma intensificada, sobretudo na linguagem inovadora e na complexidade dos personagens.

Para fechar essa etapa introdutória, é interessante propor uma breve atividade oral em duplas ou trios: cada grupo escolhe uma palavra que associe a “sertão” (por exemplo, “solidão”, “fé”, “coragem”, “injustiça” ou “mistério”) e justifica rapidamente sua escolha para o restante da turma. O professor aproveita essas falas para encaminhar o foco da aula: mostrar como Rosa transforma esse espaço em cenário para grandes questões filosóficas, dilemas morais e conflitos humanos que dialogam diretamente com temas recorrentes nos vestibulares, como ética, destino, violência e religiosidade.

Ao final dos 10 minutos, o quadro deve exibir um conjunto de conceitos e imagens que servirão como referência durante toda a aula. Assim, quando os alunos se depararem com contos como “A terceira margem do rio” e “O espelho”, ou com passagens de “A hora e a vez de Augusto Matraga”, já terão um campo de expectativas construído. Essa ativação de repertórios garante que a leitura mediada seja mais significativa e favorece tanto a interpretação dos textos quanto a preparação para provas e vestibulares.

 

Atividade principal (30–35 minutos): leitura mediada e análise de personagens

Nesta etapa central da aula, organize os estudantes em círculo ou semicírculo e apresente brevemente o contexto de produção dos textos escolhidos, retomando o vínculo de Guimarães Rosa com o sertão mineiro e a terceira fase do Modernismo. Em seguida, realize uma leitura mediada de trechos selecionados de “A terceira margem do rio”, “O espelho” e “A hora e a vez de Augusto Matraga”, alternando momentos em que o professor lê em voz alta com momentos de leitura pelos próprios alunos. Oriente-os a marcar passagens em que a linguagem soe estranha, inventiva ou poética, anotando dúvidas e impressões imediatas sobre as personagens.

Após a leitura dos trechos, proponha uma primeira rodada de perguntas de compreensão, focando em quem são as personagens centrais, quais conflitos enfrentam e que decisões tomam ao longo da narrativa. Estimule os alunos a descreverem não apenas as ações, mas também os traços psicológicos, contradições, valores e medos dessas figuras rosianas. Trabalhe com questões abertas, como: “O que move essa personagem?”, “Que tipo de mundo ela enxerga?”, “Ela muda ao longo da história?”. Essas perguntas já aproximam os estudantes de uma análise de personagens exigida em vestibulares e exames.

Divida a turma em pequenos grupos e atribua a cada grupo um foco específico: em um, a análise do narrador e do ponto de vista; em outro, a relação entre as personagens e o espaço sertanejo; em um terceiro, os dilemas éticos ou existenciais vividos pelos protagonistas. Os grupos devem reler trechos curtos, sublinhar expressões que revelam a interioridade das personagens e discutir como a linguagem inventiva de Rosa contribui para a construção dessas figuras complexas. Peça que cada grupo sistematize suas conclusões em tópicos para socializar depois.

Na socialização, cada grupo apresenta sua leitura das personagens, destacando passagens do texto como evidências. O professor atua como mediador, conectando as observações dos alunos aos conceitos de caracterização direta e indireta, anti-herói, conflito interno e externo, além de aspectos como religiosidade, culpa, redenção e destino presentes nas obras. Sempre que possível, relacione as análises a questões típicas de provas de vestibular, mostrando como essas percepções podem se transformar em argumentos em redações e respostas dissertativas.

Para encerrar a atividade principal, proponha uma breve síntese coletiva: peça que cada aluno escolha uma personagem estudada e complete oralmente a frase “Essa personagem me faz pensar em…”, relacionando o texto rosiano a experiências pessoais, notícias atuais ou outros produtos culturais (filmes, séries, músicas). Esse fechamento reforça a dimensão filosófica e humana das obras, ajuda a fixar a caracterização das personagens e prepara o terreno para atividades posteriores de escrita, debates ou produção de mapas conceituais sobre o universo de Guimarães Rosa.

 

Fechamento (5–10 minutos), avaliação e resumo para os alunos

No momento de fechamento, retome com a turma os principais pontos trabalhados ao longo da aula sobre João Guimarães Rosa: a linguagem experimental, a ambientação no sertão, a complexidade psicológica das personagens e a dimensão filosófica dos conflitos. Peça que alguns alunos, de forma voluntária, comentem brevemente o que mais os surpreendeu nos contos lidos ou nos trechos de Grande Sertão: Veredas. Essa devolutiva inicial ajuda a verificar, de maneira oral e rápida, o que ficou mais evidente e o que ainda gera dúvidas.

Em seguida, proponha uma síntese coletiva: no quadro, organize com a turma palavras-chave e expressões que representem a multiplicidade da obra rosiana (por exemplo: linguagem inventiva, personagens ambíguos, sertão universal, dilemas éticos, modernismo tardio). Convide os estudantes a relacionarem essas palavras aos textos trabalhados, pedindo que indiquem trechos ou cenas que exemplifiquem cada item. Esse exercício consolida conceitos e faz a ponte entre teoria literária e leitura efetiva dos textos.

Para a avaliação formativa, proponha uma atividade curta de escrita: em 5 a 7 linhas, cada aluno deve registrar uma reflexão ou pergunta sobre um dos contos estudados – pode ser uma dúvida sobre o desfecho, uma hipótese de interpretação ou um comentário sobre a linguagem. Reforce que não se trata de “acertar” uma resposta única, mas de evidenciar a capacidade de ler criticamente e formular interpretações. Esses registros poderão ser recolhidos pelo professor para orientar aulas futuras e retomadas de conteúdo.

Finalize apresentando, de forma clara, os encaminhamentos pós-aula: indique leituras extraclasses sugeridas (outros contos de Primeiras estórias ou de Sagarana) e materiais de apoio, como podcasts, aulas abertas de universidades públicas e entrevistas com críticos literários disponíveis online. Explique como esses recursos podem ser úteis para revisão de vestibulares, elaboração de redações e aprofundamento da compreensão da obra de Guimarães Rosa.

Por fim, retome o objetivo central da sequência: compreender como a literatura rosiana amplia o olhar dos estudantes sobre o Brasil rural do século XX e sobre questões universais – violência, ética, religiosidade, destino e linguagem. Convide-os a perceber que, mais do que “decorar” características de escola literária, o estudo de Guimarães Rosa é uma oportunidade de pensar a própria experiência de vida, os conflitos morais contemporâneos e as múltiplas formas de narrar o mundo.

 

Rodrigo Terra

Com formação inicial em Física, especialização em Ciências Educacionais com ênfase em Tecnologia Educacional e Docência, e graduação em Ciências de Dados, construí uma trajetória sólida que une educação, tecnologias ee inovação. Desde 2001, dedico-me ao campo educacional, e desde 2019, atuo também na área de ciência de dados, buscando sempre encontrar soluções focadas no desenvolvimento humano. Minha experiência combina um profundo conhecimento em educação com habilidades técnicas em dados e programação, permitindo-me criar soluções estratégicas e práticas. Com ampla vivência em análise de dados, definição de métricas e desenvolvimento de indicadores, acredito que a formação transdisciplinar é essencial para preparar indivíduos conscientes e capacitados para os desafios do mundo contemporâneo. Apaixonado por café e boas conversas, sou movido pela curiosidade e pela busca constante de novas ideias e perspectivas. Minha missão é contribuir para uma educação que inspire pensamento crítico, estimule a criatividade e promova a colaboração.

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