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Arte – Drops Cultural: O Grande Ditador e O Triunfo da Vontade (Plano de aula – Ensino médio)

Como referenciar este texto: Arte – Drops Cultural: O Grande Ditador e O Triunfo da Vontade (Plano de aula – Ensino médio). Rodrigo Terra. Publicado em: 17/12/2025. Link da postagem: https://www.makerzine.com.br/educacao/arte-drops-cultural-o-grande-ditador-e-o-triunfo-da-vontade-plano-de-aula-ensino-medio/.


 
 

Este plano de aula propõe uma análise crítica e comparativa entre dois filmes fundamentais para compreender a relação entre arte, poder e propaganda política no século XX: O Grande Ditador (Charlie Chaplin, 1940) e O Triunfo da Vontade (Leni Riefenstahl, 1935). Voltado para o ensino médio, o foco está em desenvolver leitura audiovisual crítica, articulando linguagem cinematográfica, história e ética.

Ao trabalhar com cenas selecionadas, o professor poderá explorar como enquadramentos, trilha sonora, montagem, figurino e atuação são utilizados tanto para questionar quanto para reforçar regimes autoritários. A comparação entre um filme satírico e uma peça de propaganda oficial abre espaço para debates sobre manipulação de massas, construção de ídolos políticos e responsabilidade social da arte.

A proposta se ancora em metodologias ativas, especialmente a aprendizagem baseada em problemas e a análise colaborativa de trechos de filmes, incentivando que os estudantes formulem hipóteses, argumentem e apoiem suas conclusões em evidências visuais e contextuais. O tema dialoga diretamente com conteúdos de História, Sociologia, Filosofia e Língua Portuguesa, em uma perspectiva interdisciplinar.

Ao final da aula, espera-se que os alunos sejam capazes de identificar estratégias de propaganda presentes em produtos audiovisuais contemporâneos (como vídeos em redes sociais e campanhas publicitárias), compreendendo que as técnicas vistas nesses filmes históricos ainda reverberam no cotidiano informacional em que vivem.

 

Objetivos de aprendizagem

Ao final deste plano de aula, espera-se que os estudantes sejam capazes de reconhecer e analisar criticamente como recursos da linguagem cinematográfica – como enquadramento, iluminação, trilha sonora, montagem, figurino e atuação – podem ser usados tanto para questionar quanto para legitimar regimes autoritários. A partir da comparação entre O Grande Ditador e O Triunfo da Vontade, o aluno deverá identificar intencionalidades por trás das escolhas estéticas e narrativas, compreendendo o cinema como linguagem e como instrumento de influência política.

Outro objetivo central é desenvolver a capacidade de leitura crítica de imagens em movimento, articulando o contexto histórico dos anos 1930 e 1940 com a forma como esses filmes constroem personagens, líderes políticos e massas populares. Os estudantes deverão ser capazes de relacionar as estratégias de propaganda observadas nas obras de Chaplin e Riefenstahl com conceitos trabalhados em História, Sociologia e Filosofia, como totalitarismo, culto à personalidade, manipulação simbólica e indústria cultural.

Busca-se também promover o desenvolvimento de habilidades argumentativas, tanto orais quanto escritas. Os alunos serão estimulados a formular hipóteses sobre as intenções de cada obra, sustentar opiniões com base em evidências visuais e sonoras retiradas das cenas analisadas e participar de debates respeitando diferentes pontos de vista. Ao produzir pequenos textos críticos, roteiros de vídeo ou apresentações, deverão aprender a organizar argumentos de forma lógica e fundamentada.

Do ponto de vista ético e cidadão, os objetivos incluem sensibilizar os estudantes para os riscos da manipulação de massas por meio de discursos audiovisuais, incentivando uma postura vigilante diante de conteúdos que circulam em redes sociais, mídia tradicional e campanhas políticas. Espera-se que os jovens passem a questionar a aparente neutralidade das imagens, identificando elementos de persuasão, discursos de ódio, estereótipos e mecanismos de desumanização presentes em diferentes produtos midiáticos.

Por fim, o plano visa fortalecer a compreensão da arte como espaço de resistência, crítica e reflexão social. A partir do contraste entre o tom satírico de O Grande Ditador e o caráter oficial e monumental de O Triunfo da Vontade, os alunos deverão reconhecer que obras artísticas podem tanto servir ao poder quanto confrontá-lo. Assim, objetiva-se que desenvolvam autonomia estética e política, capazes de apreciar o cinema não apenas como entretenimento, mas como linguagem ativa na construção de memórias, identidades e projetos de sociedade.

 

Materiais utilizados e recursos digitais abertos

Para a realização deste plano de aula, é fundamental garantir o acesso dos estudantes a trechos selecionados dos filmes O Grande Ditador e O Triunfo da Vontade. Sempre que possível, dê preferência a versões legalmente disponibilizadas em plataformas de streaming educacionais, acervos de cinematecas ou canais oficiais de instituições culturais. Caso a escola não disponha de acesso institucional, o professor pode recorrer a excertos em domínio público ou licenciados sob Creative Commons, verificando previamente os direitos de uso para fins didáticos.

Além dos filmes, recomenda-se o uso de um projetor multimídia, caixas de som e, se disponível, um quadro interativo ou tela grande que favoreça a visualização coletiva das cenas. Fones de ouvido podem ser úteis quando os alunos forem rever trechos específicos em pequenos grupos, especialmente em atividades de análise de som e trilha musical. Cópias impressas ou digitais de roteiros de cenas-chave, storyboards simplificados e fichas de análise fílmica (com campos como enquadramento, iluminação, som, montagem e atuação) ajudam a orientar o olhar dos estudantes e a estruturar suas observações.

No campo dos recursos digitais abertos, há diversos materiais que enriquecem a discussão sobre cinema, propaganda e regimes totalitários. Portais de educação pública, como repositórios de secretarias de educação e plataformas nacionais de recursos educacionais abertos, costumam disponibilizar planos de aula, artigos, podcasts e vídeos explicativos sob licenças abertas. O professor pode buscar termos como “cinema e propaganda”, “Chaplin e política” ou “análise fílmica ensino médio” para localizar conteúdos complementares que dialoguem com esta proposta.

Outra possibilidade é incorporar ferramentas colaborativas on-line, como documentos compartilhados, murais virtuais e aplicativos de nuvem, para que os estudantes registrem suas impressões sobre as cenas em tempo real. Nesses ambientes, podem ser anexados links para entrevistas, making of, críticas históricas e análises acadêmicas que estejam disponíveis em acesso aberto. O uso de licenças abertas, como Creative Commons, deve ser explicitado em aula, mostrando aos alunos como identificar, citar e reutilizar legalmente imagens, trechos de vídeo e textos encontrados na internet.

Por fim, é importante orientar os estudantes a respeito de curadoria de informação e letramento midiático: indicar sites confiáveis, acervos de museus e cinematecas digitais, bem como canais de universidades que ofereçam conteúdos históricos e cinematográficos de qualidade. Dessa forma, os materiais utilizados não apenas sustentam a análise dos dois filmes, mas também ensinam práticas responsáveis de pesquisa e uso ético de recursos digitais abertos, alinhando-se ao objetivo maior do plano de aula de formar espectadores críticos e conscientes.

 

Metodologia utilizada e justificativa

A metodologia proposta para este plano de aula combina metodologias ativas e análise crítica da linguagem audiovisual, de modo a colocar o estudante no centro do processo de aprendizagem. Em vez de apenas assistir aos filmes de forma passiva, os alunos são convidados a investigar problemas concretos: de que maneira o cinema pode questionar ou legitimar regimes autoritários? Como enquadramentos, trilha sonora e montagem atuam na construção de significados políticos? Essa abordagem aproxima o conteúdo da realidade dos jovens, estimulando a curiosidade e o protagonismo intelectual.

O trabalho se organiza em etapas: primeiro, uma contextualização histórica e estética de O Grande Ditador e O Triunfo da Vontade, situando os filmes nas experiências do nazifascismo e nas respostas artísticas ao totalitarismo. Em seguida, são exibidos trechos selecionados de cada obra, previamente escolhidos pelo professor para evidenciar contrastes de linguagem, intenções e efeitos. Durante a exibição, os alunos recebem um roteiro de observação com questões-guia sobre composição de cenas, uso de símbolos, representações de poder e construção de personagens.

Na sequência, realiza-se uma análise colaborativa, em pequenos grupos, em que os estudantes discutem suas percepções, confrontam interpretações e organizam argumentos com base em evidências visuais e sonoras. O professor atua como mediador, ajudando a aprofundar a leitura crítica e a fazer conexões com conceitos de História, Sociologia, Filosofia e Língua Portuguesa. Esse formato favorece o desenvolvimento de habilidades de argumentação, escuta ativa e respeito à diversidade de opiniões.

Justifica-se essa metodologia por dialogar diretamente com o universo midiático dos alunos, habituados a consumir vídeos em redes sociais, plataformas de streaming e campanhas publicitárias. Ao analisar filmes históricos de forma estruturada, os estudantes adquirem instrumentos para transferir o que aprenderam para outros contextos, reconhecendo estratégias de persuasão, manipulação e construção de narrativas também em conteúdos contemporâneos. Assim, o plano de aula não se limita à apreciação estética, mas promove uma educação crítica para as mídias.

Além disso, a integração entre diferentes áreas do conhecimento reforça a pertinência da proposta. A partir do cinema, discutem-se temas como autoritarismo, ética, liberdade de expressão e responsabilidade social da arte, em um percurso que articula competências previstas na Base Nacional Comum Curricular. A metodologia, portanto, não apenas aborda conteúdos específicos de Arte, mas contribui para a formação cidadã dos estudantes, preparando-os para analisar discursos políticos e midiáticos com maior autonomia e consciência.

 

Desenvolvimento da aula: preparo prévio do professor

Antes do encontro com a turma, o professor deve assistir integralmente a O Grande Ditador e a O Triunfo da Vontade, anotando cenas-chave que evidenciem usos contrastantes da linguagem cinematográfica: a sátira, o exagero cômico e a humanização das vítimas no filme de Chaplin, em oposição à grandiosidade estética, à exaltação do líder e à organização milimétrica das massas no filme de Riefenstahl. É importante selecionar trechos de, no máximo, 5 minutos cada, que possam ser exibidos em sala sem que o ritmo da aula se torne arrastado, mantendo espaço para discussões e atividades.

Paralelamente, o professor deve preparar um breve dossiê histórico sobre o contexto do nazifascismo, a ascensão de Hitler e a função da propaganda política no Terceiro Reich, bem como o posicionamento de Chaplin frente ao autoritarismo. Esse material pode ser organizado em uma pequena apresentação de slides, um resumo em folha distribuída à turma ou um texto-base disponibilizado no ambiente virtual da escola. Nesse dossiê, vale destacar que O Triunfo da Vontade é um documento de propaganda oficial do regime nazista, enquanto O Grande Ditador é uma crítica contundente que usa o humor para desmontar o discurso de poder.

Outro passo essencial é definir objetivos de aprendizagem claros e alinhados à BNCC e aos componentes curriculares envolvidos. O professor deve formular questões norteadoras, como: “Quais elementos de linguagem audiovisual ajudam a construir a imagem de um líder político?” ou “De que maneiras o humor pode servir como resistência a regimes autoritários?”. Essas perguntas podem guiar tanto a exibição dos trechos quanto as atividades de análise posterior, ajudando os estudantes a focar em aspectos como enquadramento, trilha sonora, montagem e performance dos atores.

Em termos de recursos, o professor precisa garantir antecipadamente as condições técnicas para a exibição dos filmes: checar projetor, caixas de som, conexão à internet (se for usar streaming) ou disponibilidade dos arquivos em mídia física. É recomendável montar um roteiro de aula com tempo estimado para cada etapa (contextualização histórica, exibição de trechos, discussão em grupo, socialização em plenária e registro das conclusões), prevendo margens de segurança para imprevistos. Caso haja políticas da escola sobre classificação indicativa, o professor deve verificar se há necessidade de autorização prévia das famílias ou da coordenação.

Por fim, é importante planejar instrumentos de avaliação coerentes com a proposta crítica e interdisciplinar da aula. O professor pode preparar uma ficha de análise de cena, um roteiro de debate, uma rubrica para avaliação de produções dos alunos (como cartazes, pequenos vídeos ou textos argumentativos) e um momento de autoavaliação, em que os estudantes reflitam sobre o que aprenderam. Esse preparo prévio garante que a experiência com os filmes vá além da simples exibição, transformando-se em um processo ativo de leitura de imagens, confronto de narrativas e tomada de posição ética diante do uso político da arte.

 

Introdução da aula (10 minutos)

Nos primeiros minutos da aula, o professor deve contextualizar brevemente o momento histórico em que O Triunfo da Vontade (1935) e O Grande Ditador (1940) foram produzidos, destacando o avanço dos regimes totalitários na Europa, a ascensão de Hitler e o clima de tensão que antecede e acompanha a Segunda Guerra Mundial. Vale ressaltar que os dois filmes dialogam diretamente com esse contexto, mas com intenções radicalmente diferentes: enquanto um é uma poderosa peça de propaganda nazista, o outro é uma sátira que ridiculariza o autoritarismo.

Em seguida, é importante apresentar os diretores e suas trajetórias: Leni Riefenstahl, cineasta alemã cuja obra é marcada por inovações estéticas, porém intimamente ligada ao regime nazista; e Charlie Chaplin, ícone do cinema mudo e do humor físico, que usa o riso para fazer críticas sociais contundentes. O professor pode projetar breves imagens dos dois cineastas ou dos pôsteres dos filmes, comentando rapidamente como a imagem oficial de cada obra já sugere intenções distintas.

Para engajar a turma, o docente pode propor uma pergunta-problema inicial, escrita no quadro ou projetada: “Como o cinema pode ser usado tanto para convencer quanto para questionar?”. Os estudantes são convidados a levantar hipóteses, relacionando com experiências pessoais, como vídeos de campanhas políticas, propagandas comerciais ou conteúdos de influenciadores digitais. Nesse momento, não é necessário chegar a respostas fechadas; o objetivo é ativar conhecimentos prévios e mostrar que o tema da aula dialoga com o cotidiano informacional dos alunos.

Antes de partir para a análise de trechos dos filmes, o professor deve explicitar os objetivos da aula em linguagem acessível: desenvolver olhar crítico sobre imagens, reconhecer estratégias de propaganda e compreender como a arte pode tanto reforçar quanto confrontar discursos de poder. Também é útil combinar algumas regras de convivência para o debate (respeito às opiniões, escuta ativa, fundamentação dos argumentos), preparando o clima para uma discussão ética e responsável.

Por fim, recomenda-se uma breve explicação sobre a dinâmica da aula: os estudantes serão convidados a assistir a cenas selecionadas de ambos os filmes, compará-las em grupos e, depois, socializar suas análises com a turma. Essa antecipação da estrutura da aula ajuda a organizar o tempo, reduzir ansiedade e tornar os objetivos mais claros, permitindo que cada aluno compreenda seu papel ativo no processo de investigação e reflexão crítica.

 

Atividade principal: análise comparativa em grupos (30–35 minutos)

Nesta etapa, organize a turma em grupos de 4 a 6 estudantes e distribua previamente trechos selecionados de O Grande Ditador e de O Triunfo da Vontade. Cada grupo deve receber, preferencialmente, uma combinação de cenas que dialoguem entre si, como discursos, grandes manifestações de massa ou momentos de exaltação da figura do líder. Explique que o objetivo não é apenas “gostar ou não” das cenas, mas investigar como cada filme constrói um ponto de vista sobre poder, autoridade e coletivo por meio da linguagem cinematográfica.

Para orientar a análise, proponha que cada grupo utilize um roteiro comparativo com perguntas-guia. Por exemplo: enquadramentos e câmera (de onde a câmera observa? Há plongée, contra-plongée, movimentos de aproximação ou afastamento?); montagem (os cortes são rápidos ou lentos? Que sensação isso produz?); trilha sonora e efeitos sonoros (a música reforça heroísmo, ironia, medo, empolgação?); figurino e cenografia (como uniformes, bandeiras, símbolos e cores contribuem para a mensagem?); e atuação (os gestos e expressões são grandiosos, caricatos, contidos?). Cada grupo deve anotar evidências visuais concretas que sustentem suas interpretações.

Destaque que a comparação precisa levar em conta o contexto histórico e a função social de cada obra. Em O Triunfo da Vontade, peça que os estudantes identifiquem elementos que atuam como propaganda explícita: grandes massas organizadas, planos grandiosos do líder, estética de espetáculo e unidade nacional. Já em O Grande Ditador, peça que notem como Chaplin subverte muitos desses recursos com humor e sátira: exagero nos gestos, falas desconectadas do sentido aparente, situações absurdas que ridicularizam o poder. Incentive que os grupos registrem semelhanças nas técnicas, mas diferenças profundas na intenção e no efeito ético-político.

Após o momento de observação e discussão interna, peça que cada grupo produza uma síntese em um parágrafo ou em tópicos curtos, respondendo: que imagem de líder político cada filme constrói? Como o povo é mostrado (como massa homogênea, indivíduos diversos, personagens com ou sem voz)? Que emoções o espectador é convidado a sentir (admiração, medo, riso, indignação, empatia)? Essa sistematização pode ser feita em cartazes, em um quadro compartilhado ou em um documento digital coletivo, de modo que as conclusões fiquem visíveis para a etapa seguinte da aula.

Se o tempo permitir, finalize a atividade principal com uma rápida rodada de comparações entre os grupos: quais cenas geraram interpretações parecidas e quais suscitaram leituras divergentes? Use essas diferenças para reforçar a ideia de que a leitura de imagens é sempre situada e interpretativa, mas que precisa se apoiar em dados concretos da obra (planos, sons, gestos, símbolos). Assim, os estudantes percebem que a análise audiovisual não é mero “achismo”, e sim um exercício crítico que articula forma, conteúdo, contexto histórico e valores éticos presentes em cada filme.

 

Fechamento da aula, avaliação e resumo para os alunos

Para o fechamento da aula, retome com a turma os principais pontos discutidos ao longo da análise de O Grande Ditador e O Triunfo da Vontade. Peça que os estudantes relembrem, em voz alta, exemplos concretos de cenas, enquadramentos, músicas ou falas que ilustram como o cinema pode tanto questionar quanto sustentar regimes autoritários. Valorize especialmente as conexões que eles fizerem entre linguagem cinematográfica, contexto histórico e discussões éticas, reforçando a ideia de que toda produção audiovisual carrega intencionalidades.

Na etapa de avaliação, proponha um momento de sistematização em que os alunos organizem suas conclusões. Uma possibilidade é solicitar uma breve produção escrita, em que cada estudante compare os dois filmes a partir de um critério escolhido (como uso da trilha sonora, construção de liderança política ou representação das massas). Outra opção é uma apresentação oral em pequenos grupos, em que eles expliquem como reconheceram estratégias de propaganda e de crítica nos trechos analisados, citando evidências visuais e narrativas que sustentem seus argumentos.

Também é possível realizar uma avaliação formativa por meio de uma roda de conversa guiada. Elabore perguntas disparadoras, como: Que riscos existem quando não questionamos as imagens que consumimos? ou De que modo as técnicas de enquadramento e montagem vistas nos filmes aparecem hoje em vídeos de campanhas políticas ou em conteúdos de redes sociais?. Registre as contribuições dos estudantes no quadro ou em um documento compartilhado, construindo coletivamente um mapa de ideias sobre arte, poder e propaganda.

Para consolidar o aprendizado, apresente um breve resumo-síntese, destacando: (1) o contexto histórico de produção de cada filme; (2) as principais estratégias de linguagem cinematográfica usadas para persuadir o público; (3) as diferenças entre um filme de sátira política e uma obra de propaganda oficial; e (4) a atualidade dessas discussões na era da desinformação digital. Deixe claro que a leitura crítica de imagens é uma competência que ultrapassa a aula de Arte e é fundamental para o exercício da cidadania.

Como encaminhamento final, proponha uma atividade de extensão para além da sala de aula. Os alunos podem, por exemplo, identificar em casa um vídeo, postagem ou campanha publicitária que use recursos semelhantes aos observados nos filmes (música emocionante, cortes rápidos, discursos inflamados, símbolos nacionais etc.) e trazer na próxima aula para uma análise coletiva. Dessa forma, o encerramento da aula não é apenas um ponto final, mas um convite para que continuem aplicando o olhar crítico sobre o universo audiovisual que os cerca.

 

Rodrigo Terra

Com formação inicial em Física, especialização em Ciências Educacionais com ênfase em Tecnologia Educacional e Docência, e graduação em Ciências de Dados, construí uma trajetória sólida que une educação, tecnologias ee inovação. Desde 2001, dedico-me ao campo educacional, e desde 2019, atuo também na área de ciência de dados, buscando sempre encontrar soluções focadas no desenvolvimento humano. Minha experiência combina um profundo conhecimento em educação com habilidades técnicas em dados e programação, permitindo-me criar soluções estratégicas e práticas. Com ampla vivência em análise de dados, definição de métricas e desenvolvimento de indicadores, acredito que a formação transdisciplinar é essencial para preparar indivíduos conscientes e capacitados para os desafios do mundo contemporâneo. Apaixonado por café e boas conversas, sou movido pela curiosidade e pela busca constante de novas ideias e perspectivas. Minha missão é contribuir para uma educação que inspire pensamento crítico, estimule a criatividade e promova a colaboração.

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