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Arte – Eugène Delacroix (Plano de aula – Ensino médio)

Como referenciar este texto: Arte – Eugène Delacroix (Plano de aula – Ensino médio). Rodrigo Terra. Publicado em: 03/11/2025. Link da postagem: https://www.makerzine.com.br/educacao/arte-eugene-delacroix-plano-de-aula-ensino-medio/.


 
 

A proposta é articular a leitura de imagem com a análise histórica e simbólica, incentivando a interpretação autônoma e fundamentada por parte dos estudantes. Isso tornará a aula não apenas uma apreciação estética, mas também uma investigação interdiscursiva potente.

Trabalharemos com metodologias ativas baseadas na Sala de Aula Invertida e Roda de Discussão, visando tornar os alunos protagonistas do processo de construção de conhecimento.

Além disso, integraremos a disciplina de História para compreender o papel da pintura como instrumento de representação ideológica do século XIX francês. A obra de Delacroix será vista como uma manifestação artística-politizada, o que permite múltiplas leituras.

Com isso, fomentamos o pensamento crítico e o letramento visual/histórico, fundamentais para os estudantes do ensino médio, sobretudo os que se preparam para vestibulares e ENEM.

 

Objetivos de Aprendizagem

Ao longo deste plano de aula, propomos que os estudantes do ensino médio desenvolvam uma compreensão aprofundada sobre o movimento romântico nas artes visuais, com base na análise da pintura A Liberdade guiando o povo, de Eugène Delacroix. O foco será identificar conceitos centrais do Romantismo, como emoção, nacionalismo, protagonismo do indivíduo e dramaticidade nas composições visuais. Para isso, recomendamos iniciar a aula com a observação atenta de diferentes obras do período romântico, destacando aspectos como cores intensas, dinamismo e temas históricos ou heroicos.

Outro objetivo essencial é contextualizar historicamente a obra de Delacroix, situando A Liberdade guiando o povo nos eventos da Revolução de Julho de 1830, na França. Essa abordagem interdisciplinar pode ser feita em parceria com a disciplina de História, permitindo que os alunos compreendam os motivos políticos e sociais por trás da criação da obra. Como atividade, sugerimos que os estudantes elaborem uma linha do tempo comparando eventos históricos e artísticos da época, relacionando elementos pictóricos com os valores da revolução.

Além disso, é fundamental que os alunos desenvolvam a habilidade de análise crítica de imagem. Para isso, proponha que eles identifiquem símbolos presentes na obra, como a figura central da Liberdade ou as diferentes classes sociais retratadas, e debatam em grupo sobre seus significados. A metodologia de Roda de Discussão pode ser aplicada neste momento para fomentar o debate democrático e o pensamento crítico.

Por fim, os estudantes deverão ser capazes de articular os aspectos estéticos e políticos da obra em uma produção escrita ou em uma apresentação oral. Incentive-os a utilizar elementos técnicos, como composição, uso da cor e simbolismo, e a se posicionarem criticamente sobre o papel da arte como instrumento de representação ideológica. Essa experiência fortalecerá tanto o letramento visual quanto o histórico, preparando-os para leituras mais complexas dentro e fora do ambiente escolar.

 

Materiais Utilizados

Para a condução deste plano de aula de forma engajadora e eficaz, é essencial garantir uma variedade de recursos que sustentem as metodologias ativas propostas. O uso de um projetor multimídia ou TV com acesso à internet permitirá a visualização em alta definição da obra “A Liberdade guiando o povo” de Eugène Delacroix, além da exibição de vídeos e recursos online que contextualizem o romantismo e o século XIX.

Complementarmente, recomenda-se a impressão da imagem em tamanho A4 para distribuição entre pequenos grupos. Isso favorece o detalhamento na análise coletiva e possibilita o manuseio da obra durante as discussões em roda. O papel kraft, canetas coloridas e post-its serão úteis para registrar percepções, hipóteses e reflexões dos estudantes, promovendo um painel visual colaborativo que pode ser fixado na sala ou em mural escolar.

O uso de tecnologias digitais também se mostra fundamental. Computadores ou celulares com acesso à internet — ao menos um por grupo — permitirão ampliar a pesquisa sobre o autor, o movimento romântico e o contexto político da obra. O site da Enciclopédia Itaú Cultural é uma excelente fonte confiável e gratuita para enriquecer essas investigações.

Como dica prática, o professor pode criar um QR Code direcionando os alunos diretamente à página da Enciclopédia sobre Delacroix, otimizando o tempo em sala e incentivando a autonomia na busca por informação qualificada. Dessa forma, os materiais se tornam suporte para desenvolver a análise crítica e o letramento visual propostos no plano de aula.

 

Metodologia Utilizada e Justificativa

A metodologia ativa da Sala de Aula Invertida será combinada com a estratégia da Roda de Discussão, proporcionando aos alunos uma aprendizagem mais envolvente e significativa. Antes da aula, os estudantes terão acesso à imagem “A Liberdade guiando o povo” e assistirão a um vídeo introdutório sobre o contexto histórico e estético do Romantismo. Esse contato prévio visa despertar a curiosidade e fornecer elementos iniciais que serão aprofundados em sala.

Durante o encontro presencial, os alunos trabalharão em grupos para analisar aspectos visuais, simbólicos e históricos da obra de Delacroix. Cada grupo poderá utilizar mapas conceituais, fichas de leitura e até mesmo comparações com fatos históricos ou outras produções artísticas da mesma época. A Roda de Discussão será o espaço para que compartilhem suas interpretações, ampliando o debate crítico e respeitando a diversidade de pontos de vista.

Essa abordagem é justificada pelo potencial das metodologias ativas para promover o protagonismo estudantil. Ao assumir papel central na análise e interpretação da obra, os alunos desenvolvem competências de argumentação, leitura de imagem e contextualização histórica, essenciais para sua formação cidadã.

Além disso, a proposta colabora para o letramento visual e interdisciplinar, aproximando as linguagens da Arte e da História. A escolha por uma obra marcante como a de Delacroix permite que os estudantes compreendam como a arte também é instrumento político e social, reafirmando o valor do ensino crítico e reflexivo no Ensino Médio.

 

Desenvolvimento da Aula

Preparo da Aula

Antes da aula, é essencial que os alunos tenham contato prévio com a imagem “A Liberdade guiando o povo” e conheçam o contexto histórico em que foi produzida. O professor pode encaminhar esse material via e-mail, grupo da turma ou por meio da plataforma utilizada pela escola. É recomendável incluir o link para o vídeo explicativo do canal Café História sobre a Revolução de Julho, disponível gratuitamente no YouTube. Esse conteúdo servirá de base para que cheguem em sala preparados para o debate e análise aprofundada.

Introdução da Aula (10 min)

Durante a introdução, o professor pode projetar a obra em tela cheia ou distribuir cópias físicas para a visualização individual. Solicite aos estudantes que explorem livremente a pintura, descrevendo o que veem – personagens, cores, elementos simbólicos e ações – sem ainda buscar interpretações. Essa etapa inicial ajuda a aguçar o olhar crítico e promover uma escuta ativa e colaborativa entre os colegas.

Atividade Principal (30–35 min)

Divida a turma em grupos e entregue um conjunto de perguntas orientadoras, como: qual o papel dos personagens secundários? Que emoções o quadro expressa? Que elementos visuais constroem a ideia de movimento ou tensão? Estimule o uso de descrições concretas e argumentações fundamentadas. Cada grupo deverá organizar suas conclusões em cartazes ou apresentações digitais.

Em seguida, organize uma Roda de Discussão, onde cada grupo compartilha suas análises com a turma. O professor atua como mediador, esclarecendo as informações históricas e artísticas e incentivando o aprofundamento dos diálogos, sempre conectando os elementos visuais à realidade social e política da época.

Fechamento (5–10 min)

Finalize a aula retomando os pontos centrais abordados pelas apresentações, destacando como a arte pode ser usada para representar ideologias, denunciar injustiças ou inspirar mudanças. Proponha como reflexão final: em quais manifestações artísticas atuais conseguimos ver essa mesma potência simbólica? Essa conexão ajuda a trazer relevância contemporânea ao conteúdo e estimula o pensamento crítico dos alunos.

 

Avaliação / Feedback

A avaliação desta proposta será essencialmente formativa, priorizando o desenvolvimento do pensamento crítico, da leitura visual e da capacidade argumentativa dos estudantes. A participação nas rodas de discussão será valorizada, assim como a qualidade das análises feitas pelos grupos durante a interpretação da obra “A Liberdade guiando o povo”. O professor poderá utilizar uma rubrica avaliativa com critérios objetivos, como clareza na exposição das ideias, domínio do vocabulário artístico, articulação entre os elementos históricos e artísticos, além do envolvimento e colaboração em grupo.

Uma forma eficaz de aplicar essa rubrica é apresentar os critérios com antecedência aos alunos, incentivando a autoavaliação e a reflexão dos próprios processos de aprendizagem. Durante as apresentações em grupo, o professor pode anotar observações em tempo real e posteriormente fornecer um retorno individualizado ou coletivo.

Como atividade opcional, os estudantes podem ser convidados a produzir uma releitura visual da pintura de Delacroix, utilizando técnicas como desenho, colagem ou recursos digitais. O desafio é reinterpretar o conceito de “liberdade” com elementos do contexto atual, como movimentos sociais contemporâneos, diversidade ou direitos civis. Essa produção pode culminar em uma exposição na escola, promovendo o protagonismo estudantil e o diálogo entre arte e sociedade.

Ao final da sequência didática, recomenda-se aplicar uma rodada de feedback entre pares, em que os alunos deem retorno construtivo sobre as apresentações uns dos outros. Essa prática fortalece a autonomia, as habilidades socioemocionais e o respeito à diversidade de interpretações.

 

Resumo para os alunos

Nesta aula, trabalhamos a figura de Eugène Delacroix como um dos maiores expoentes do Romantismo europeu, com destaque para sua impactante obra “A Liberdade guiando o povo”. Abordamos como a pintura expressa os ideais revolucionários da França em julho de 1830, focando na emoção, na luta popular e na personificação da liberdade como uma mulher altiva liderando o povo. A valorização dos sentimentos, da ação dramática e do engajamento social são elementos centrais que aprofundamos juntos, relacionando arte e contexto histórico.

Durante a análise visual, identificamos vários elementos simbólicos, como a figura da Marianne simbolizando a liberdade, o jovem com a cartucheira representando o povo em luta e as ruínas ao fundo que evocam o caos da batalha. Utilizamos atividades de leitura de imagem em grupo e conexão temporal com outros acontecimentos históricos, estimulando o pensamento crítico dos alunos. Essa análise foi enriquecida com comparações com outras obras do período para ampliar o repertório cultural da turma.

Para consolidar os aprendizados, foi proposto aos alunos produzir um texto reflexivo ou uma representação artística pessoal que respondesse à pergunta: “Como a arte pode reagir a injustiças sociais hoje?”. A proposta incentivou a expressão de opiniões fundamentadas, demonstrando como os temas de liberdade e resistência continuam relevantes atualmente.

Para aprofundamento, indicamos dois recursos confiáveis: o verbete sobre Delacroix na Enciclopédia Itaú Cultural e o site oficial do Museu do Louvre, onde a obra está exposta, com opção de leitura em português. Esses links permitem que os alunos continuem explorando o universo do artista e do Romantismo fora da sala de aula.

 

Rodrigo Terra

Com formação inicial em Física, especialização em Ciências Educacionais com ênfase em Tecnologia Educacional e Docência, e graduação em Ciências de Dados, construí uma trajetória sólida que une educação, tecnologias ee inovação. Desde 2001, dedico-me ao campo educacional, e desde 2019, atuo também na área de ciência de dados, buscando sempre encontrar soluções focadas no desenvolvimento humano. Minha experiência combina um profundo conhecimento em educação com habilidades técnicas em dados e programação, permitindo-me criar soluções estratégicas e práticas. Com ampla vivência em análise de dados, definição de métricas e desenvolvimento de indicadores, acredito que a formação transdisciplinar é essencial para preparar indivíduos conscientes e capacitados para os desafios do mundo contemporâneo. Apaixonado por café e boas conversas, sou movido pela curiosidade e pela busca constante de novas ideias e perspectivas. Minha missão é contribuir para uma educação que inspire pensamento crítico, estimule a criatividade e promova a colaboração.

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