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Biologia – CORDADOS (Plano de aula – Ensino médio)

Como referenciar este texto: Biologia – CORDADOS (Plano de aula – Ensino médio). Rodrigo Terra. Publicado em: 15/11/2025. Link da postagem: https://www.makerzine.com.br/educacao/biologia-cordados-plano-de-aula-ensino-medio/.


 
 

A proposta integra ainda exercícios práticos e atividades investigativas, com base em metodologias ativas, para que os conceitos fiquem não apenas na teoria, mas também sejam compreendidos e aplicados de forma mais significativa. A aula pode estabelecer conexões com conteúdos de Química (metabolismo do oxigênio), Física (movimento e sustentação) e Geografia (impactos ambientais sobre vertebrados marinhos).

Como desafio adicional, o foco também será dado à classificação taxonômica dos cordados, o que ajuda os estudantes no desenvolvimento de habilidades analíticas, relacionadas à compreensão de relações filogenéticas.

De forma clara, precisa e integrada, a aula ainda visa apoiar o estudante que se prepara para o vestibular e ENEM, temas recorrentes nas provas de Ciências da Natureza.

A seguir, apresentamos as seções organizadas do plano de aula, com todos os componentes essenciais para o bom desenvolvimento em sala de aula.

 

Objetivos de Aprendizagem

Os objetivos de aprendizagem desta aula sobre cordados buscam que o estudante vá além da memorização para desenvolver uma compreensão profunda e aplicada dos conceitos tratados. Ao identificar e descrever as principais características anatômicas e fisiológicas dos cordados — como notocorda, tubo neural dorsal oco, fendas faringianas e cauda pós-anal — os alunos poderão compreender estruturas que também estão presentes no ser humano, promovendo uma conexão direta entre o conteúdo e suas próprias vivências corporais.

Outro ponto chave é reconhecer os diferentes grupos dentro do filo Chordata, com ênfase em vertebrados como peixes, anfíbios, répteis, aves e mamíferos. Para isso, recomenda-se que os estudantes criem quadros comparativos ou esquemas visuais que diferenciem as classes, usando exemplos do cotidiano — como identificar as adaptações que permitem a vida terrestre em répteis ou o voo em aves. Isso favorece o pensamento crítico e o estabelecimento de relações evolutivas.

Além disso, os alunos devem ser capazes de relacionar os animais cordados com aspectos do cotidiano e entender sua importância ecológica. Um exemplo prático seria discutir o papel das aves polinizadoras na produção de alimentos, ou o impacto da poluição aquática sobre peixes e anfíbios. Essas conexões com a realidade incentivam o protagonismo estudantil e a consciência ambiental.

Em sala, atividades como estudos de caso, debates interdisciplinares e pesquisas orientadas favorecem o desenvolvimento dos objetivos propostos. Ao final, espera-se que os estudantes não apenas compreendam, mas argumentem com propriedade sobre a diversidade, adaptação e papel dos cordados no equilíbrio ecológico e na vida humana.

 

Materiais Utilizados

Para garantir que os alunos tenham uma experiência de aprendizagem rica e interativa, os materiais escolhidos para esta aula foram pensados para estimular múltiplas formas de engajamento. O quadro branco, junto com pincéis e apagador, serve ao registro de conceitos centrais, esquemas e mapas mentais construídos coletivamente durante a aula. Essa dinâmica pode ser usada, por exemplo, ao esquematizar a estrutura corporal dos cordados ou ao desenhar uma linha do tempo evolutiva do filo.

As imagens de cordados retiradas de diferentes ambientes — como oceanos, florestas e áreas urbanas — favorecem atividades de análise e comparação. A sugestão é utilizar esses recursos para que os alunos, em grupos, identifiquem semelhanças e diferenças morfológicas entre os organismos, associando-as a funções adaptativas específicas.

A planilha com exercícios impressos pode incluir questões de verdadeiro/falso, correspondência e análises filogenéticas básicas. Ela será útil como ponto de partida para reflexões individuais ou discussões em grupo. Já os dispositivos com acesso à internet viabilizam a realização de atividades investigativas, como a consulta ao Glossário Biológico do IB/USP, fundamental para ampliar o vocabulário científico e checar conceitos durante a aula.

Esses materiais, combinados de forma intencional, criam um ambiente propício ao trabalho com metodologias ativas, como a aprendizagem baseada em problemas (ABP). O professor pode propor um cenário em que os alunos resolvam uma questão envolvendo a sobrevivência de diferentes cordados em ambientes impactados pela ação humana, utilizando, para isso, todos os recursos disponíveis.

 

Metodologia utilizada e justificativa

A aula se baseia na metodologia ativa de Sala de Aula Invertida, estratégia eficiente para fomentar a autonomia dos estudantes. Antes do encontro presencial, os alunos terão acesso a materiais didáticos como vídeos curtos e leituras direcionadas, abordando a estrutura básica dos cordados e sua diversidade. Essa etapa prévia permite que, em sala, o tempo seja dedicado a discussões mais aprofundadas, resolução de problemas e esclarecimento de dúvidas, promovendo maior engajamento e compreensão.

Durante a aula, será realizada uma atividade investigativa interativa em grupos, cujo foco será a classificação dos cordados com base em características morfológicas e fisiológicas. Os alunos deverão comparar diferentes grupos, como peixes, anfíbios, répteis, aves e mamíferos, criando mapas conceituais e quadros comparativos. Essa prática contribui para a memorização de estruturas-chave, como notocorda e tubo neural, além de facilitar a visualização das relações evolutivas entre os grupos estudados.

Complementando a abordagem, será utilizada a técnica de Estudo de Caso, aplicada ao impacto de mudanças ambientais em diferentes habitats dos cordados, especialmente vertebrados. Por exemplo, o caso da poluição plástica nos oceanos e seus efeitos sobre aves e peixes oferece um ponto de partida para debates interdisciplinares envolvendo Geografia e Ciências Ambientais. Os alunos deverão analisar dados reais, propor hipóteses e sugerir soluções com base em princípios ecológicos.

Essa metodologia também atende às habilidades esperadas nos exames externos como ENEM e vestibulares, promovendo o pensamento crítico, a argumentação científica e a integração de saberes. Ao colocar o estudante no centro do processo, estratégias como estas ampliam significativamente o significado e a retenção do conhecimento em Biologia.

 

Preparo da Aula

O preparo cuidadoso da aula é essencial para garantir a compreensão significativa dos estudantes sobre o filo Cordados. Um primeiro passo recomendado é selecionar imagens claras e didáticas de representantes dos cordados, agrupando-os por subfilos (como Cephalochordata, Urochordata e Vertebrata) e por classes (como peixes, anfíbios, répteis, aves e mamíferos). Essas imagens podem ser impressas ou projetadas durante a explicação, e são úteis tanto para introduções visuais quanto para exercícios de comparação morfológica.

Outro ponto importante é imprimir atividades que auxiliem os alunos na identificação de características-chave desses organismos. Folhas com tabelas de classificação e perguntas de interpretação funcional ou anatômica vão ajudar os alunos a aplicar os conhecimentos com mais profundidade. Essas atividades são ideais para trabalho em grupo, promovendo discussões colaborativas em sala.

Além disso, recomenda-se disponibilizar previamente um vídeo introdutório sobre os cordados – por exemplo, o recurso do Projeto Biologia Total (veja aqui) – para que os alunos tenham um primeiro contato com o tema. Esse vídeo pode ser usado como um recurso de aula invertida, estimulando os estudantes a chegarem na aula com dúvidas e curiosidades.

Por fim, é fundamental verificar com antecedência se os equipamentos de acesso à internet e de projeção estão funcionando adequadamente. Assim, evita-se perda de tempo durante a aula e garante-se o uso pleno dos recursos digitais planejados. Um bom preparo tecnológico contribui para experiências mais imersivas e eficazes, conectando os estudantes a diferentes estratégias pedagógicas.

 

Introdução da Aula (10 min)

O momento inicial da aula é fundamental para despertar o interesse dos alunos e ativar conhecimentos prévios. Comece com uma abordagem investigativa propondo perguntas provocadoras como: “Você sabia que temos mais em comum com um peixe do que parece?” ou “O que compartilhamos com uma galinha além de sermos vertebrados?”. Essas perguntas levam os estudantes a raciocinar sobre as semelhanças estruturais entre diferentes representantes do filo dos cordados.

Com base nessas questões, apresente no quadro as características típicas dos cordados, como a notocorda, o tubo neural dorsal oco, as fendas faringianas e a cauda muscular pós-anal. Uma sugestão é desenhar esquemas simples dessas estruturas para visualização coletiva, favorecendo a compreensão mesmo por alunos com estilos de aprendizagem visuais.

Utilize recursos visuais como projeções ou cartazes com imagens representando desde anfioxos até mamíferos, passando por répteis, peixes e aves. Mostre essas imagens em sequência, destacando as estruturas-chave e incentivando os alunos a identificá-las. Você pode, por exemplo, pedir: “Quem consegue localizar a notocorda neste organismo?” ou “Você observa alguma estrutura comum com os humanos nesta imagem?”. Isso torna a introdução mais interativa e desperta o senso de pertencimento dos alunos ao grupo dos cordados.

Se possível, leve modelos anatômicos ou utilize aplicativos de realidade aumentada que permitam observar a anatomia comparada. Essas estratégias tecnológicas introduzem o tema de forma envolvente, criando conexões significativas entre teoria e prática desde o início da aula.

 

Atividade principal (30 a 35 min)

Nesta atividade, propõe-se dividir a turma em grupos pequenos, de 3 a 4 alunos, para garantir maior engajamento e facilitar a troca de ideias. Cada grupo receberá cartões contendo imagens de diferentes animais, além de seus respectivos nomes populares e científicos. O objetivo da atividade é que os alunos, com base nas informações e observações, identifiquem o subfilo ou classe ao qual cada animal pertence, promovendo a aplicação prática do conhecimento teórico.

Para auxiliar na classificação, será disponibilizado um quadro com pistas relevantes, como presença de notocorda, tipo de sistema circulatório, tipo de esqueleto, local de vida (aquático ou terrestre), entre outros. Os grupos também poderão acessar a plataforma da USP, uma excelente fonte de definições e conteúdos técnicos sobre os Cordados e outros filos do reino Animalia. Essa busca ativa por informações amplia a autonomia estudantil e estimula o uso crítico de fontes científicas.

Após cerca de 20 minutos de atividade prática, cada grupo apresentará suas conclusões para a classe, explicando os critérios usados para a classificação. Essa socialização dos resultados promove o desenvolvimento da argumentação, além de abrir espaço para um debate construtivo entre os pares e a correção colaborativa de possíveis equívocos conceituais.

Como extensão interdisciplinar, recomenda-se encerrar a atividade com uma discussão guiada sobre os impactos ambientais que afetam os vertebrados marinhos, como poluição, sobrepesca e mudanças climáticas. Essa abordagem não só conecta a Biologia à Geografia, como também desperta a consciência ambiental dos estudantes e reforça a importância do conhecimento científico para a preservação da biodiversidade.

 

Fechamento (5 a 10 min)

Na etapa de fechamento, o professor realiza uma breve revisão dos conceitos principais discutidos durante a aula, como as estruturas anatômicas marcantes dos cordados — notocorda, tubo neural dorsal, fendas faringianas e cauda pós-anal. Também se reforça a diversidade de grupos dentro do filo, destacando os subfilos (Urochordata, Cephalochordata e Vertebrata) com exemplos relevantes como anfioxos, tunicados e vertebrados representativos da fauna brasileira.

Para tornar esse fechamento mais dinâmico e fomentar o uso de tecnologias digitais, propõe-se o uso de um desafio interativo: os alunos devem acessar o Portal da Biodiversidade – ICMBio e localizar, no mapa interativo, pelo menos cinco espécies de vertebrados cordados presentes em diferentes biomas do Brasil, como a onça-pintada (Pantanal e Amazônia), o boto-cor-de-rosa (Amazônia), o tamanduá-bandeira (Cerrado), o mico-leão-dourado (Mata Atlântica) e a tartaruga-verde (litoral).

Além de revisar os conteúdos, essa atividade promove habilidades de pesquisa, interpretação de dados geográficos e interdisciplinares, conectando conceitos de biologia com geografia e conservação ambiental. O professor pode mediar a atividade incentivando a troca de descobertas entre os estudantes e propondo uma discussão rápida sobre os riscos de extinção ou os habitats naturais dessas espécies.

Como dica final, a turma pode criar um mural digital (utilizando ferramentas como Padlet ou Canva) com imagens e descrições breves das espécies encontradas, tornando o fechamento da aula mais visual e colaborativo.

 

Avaliação / Feedback e Observações

A avaliação será conduzida de forma processual, valorizando o engajamento ativo dos estudantes ao longo da aula. Serão considerados critérios como a participação nas discussões coletivas sobre as características dos cordados, a coerência das classificações filogenéticas apresentadas em grupos e a qualidade das justificativas construídas com base no conteúdo. Durante as atividades práticas em duplas ou pequenos grupos, o professor poderá circular pela sala aplicando perguntas diagnósticas para aferir o entendimento.

Além disso, será utilizado um instrumento impresso com exercícios relacionados à identificação de características dos principais subgrupos dos cordados (como vertebrados e protocordados). Esses exercícios envolverão questões objetivas e discursivas, promovendo a consolidação dos conceitos. Ao término da aula, uma autoavaliação breve será solicitada aos alunos, promovendo a metacognição ao refletirem sobre o próprio aprendizado e níveis de participação.

Observações: Em turmas com histórico de dificuldade na classificação biológica, recomenda-se a utilização de materiais visuais de apoio, como quadros comparativos, diagramas evolutivos e imagens anatômicas. Tais recursos servem para fortalecer a compreensão e podem ser inseridos no momento da introdução ou como revisão em uma atividade de fixação. O conteúdo desta aula pode também ser aprofundado na sequência, articulando o estudo dos cordados à evolução morfológica dos vertebrados, especialmente os peixes e anfíbios.

Como dica prática, pode-se propor aos alunos que pesquisem um animal cordado específico de sua escolha e montem uma ficha-taxonomia simplificada abordando suas características evolutivas, adaptativas e classificatórias. Essa atividade pode ser apresentada oralmente ou em murais expositivos, ampliando a criatividade e a conexão entre os conteúdos e o cotidiano dos estudantes.

 

Resumo para os alunos

Durante a aula de hoje, exploramos de forma detalhada o filo dos cordados, reconhecendo suas principais características como a notocorda, o tubo neural dorsal oco e as fendas branquiais presentes em alguma fase do desenvolvimento. Observamos como esses traços se manifestam em animais bastante conhecidos pelos estudantes, como peixes, sapos, cobras, aves e mamíferos, oferecendo uma base sólida para entender a evolução dos vertebrados.

Realizamos uma atividade em grupo de classificação taxonômica, em que os estudantes analisaram descrições anatômicas e comportamentais de diferentes animais para classificá-los corretamente em suas respectivas classes. Além de reforçar o conteúdo, essa dinâmica desenvolveu habilidades de observação, comparação e argumentação científica.

Na parte final da aula, debatemos como questões ambientais — como o aquecimento global, desmatamento e poluição hídrica — impactam a sobrevivência de várias espécies de cordados, especialmente vertebrados aquáticos e aves migratórias. Essa discussão promoveu a interdisciplinaridade com Geografia e Ciências Ambientais, mostrando como o conteúdo de Biologia se conecta com problemas do mundo real.

Para quem deseja revisar o conteúdo ou se aprofundar mais, recomendamos os seguintes recursos confiáveis: o Glossário de Biologia da USP, o vídeo explicativo da Biologia Total e o Portal da Biodiversidade – ICMBio. Utilize esses links como apoio extra para os estudos e preparação para vestibulares e ENEM.

 

Rodrigo Terra

Com formação inicial em Física, especialização em Ciências Educacionais com ênfase em Tecnologia Educacional e Docência, e graduação em Ciências de Dados, construí uma trajetória sólida que une educação, tecnologias ee inovação. Desde 2001, dedico-me ao campo educacional, e desde 2019, atuo também na área de ciência de dados, buscando sempre encontrar soluções focadas no desenvolvimento humano. Minha experiência combina um profundo conhecimento em educação com habilidades técnicas em dados e programação, permitindo-me criar soluções estratégicas e práticas. Com ampla vivência em análise de dados, definição de métricas e desenvolvimento de indicadores, acredito que a formação transdisciplinar é essencial para preparar indivíduos conscientes e capacitados para os desafios do mundo contemporâneo. Apaixonado por café e boas conversas, sou movido pela curiosidade e pela busca constante de novas ideias e perspectivas. Minha missão é contribuir para uma educação que inspire pensamento crítico, estimule a criatividade e promova a colaboração.

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