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Filosofia – Exercícios relacionados ao Bloco (Plano de aula – Ensino médio)

Como referenciar este texto: Filosofia – Exercícios relacionados ao Bloco (Plano de aula – Ensino médio). Rodrigo Terra. Publicado em: 18/11/2025. Link da postagem: https://www.makerzine.com.br/educacao/filosofia-exercicios-relacionados-ao-bloco-plano-de-aula-ensino-medio/.


 
 

Durante os 50 minutos de aula, os alunos serão estimulados a analisar conceitos existencialistas a partir de situações do cotidiano, bem como resolver problemas e dilemas reais com base na perspectiva pragmatista. A intenção é criar pontes entre a teoria filosófica e os desafios do mundo contemporâneo.

A aula propõe uma abordagem interdisciplinar, especialmente com a área de Linguagens, promovendo análise de textos filosóficos, produção argumentativa e interpretação crítica. Há também uma integração possível com Sociologia, ao considerar os impactos sociais das ideias filosóficas em pauta.

Ao final da atividade, os estudantes serão capazes de aplicar os conceitos das duas correntes filosóficas em contextos diversos e compreender as implicações existenciais e práticas das escolhas humanas. Tudo isso será exercitado por meio de exercícios reflexivos e debates mediados.

 

Objetivos de Aprendizagem

Os objetivos de aprendizagem desta aula buscam promover a assimilação crítica dos conceitos centrais do Existencialismo e do Pragmatismo, aproximando o conteúdo teórico da realidade do aluno. Espera-se que os estudantes consigam identificar conceitos filosóficos complexos e traduzi-los em exemplos práticos vividos no cotidiano escolar ou familiar, fomentando uma compreensão mais profunda e contextualizada da Filosofia Contemporânea.

Por meio de exercícios contextualizados, os alunos praticarão a resolução de dilemas morais que exigem escolhas existenciais, como em situações de responsabilidade individual ou ação coletiva, amparando-se em conceitos como a angústia existencial ou o valor do resultado prático das ações humanas. Professores podem propor casos hipotéticos, como a decisão entre seguir regras ou ouvir sua consciência, e trabalhar comparativamente as perspectivas existencialista e pragmatista.

Além disso, há o desenvolvimento da capacidade argumentativa por meio da leitura, interpretação e debate de excertos dos principais filósofos dessas correntes, como Jean-Paul Sartre e William James. Recomenda-se que os alunos elaborem pequenos ensaios ou participem de rodadas de argumentação em grupos, aplicando os conceitos em novos contextos e defendendo suas posições com base filosófica.

Para garantir que esses objetivos sejam consolidados, os professores podem incluir atividades como debates mediados, produção de textos interpretativos e a dramatização de dilemas cotidianos. Tudo isso contribui para a formação crítica dos estudantes e sua capacidade de interpretar e transformar a realidade à luz dos princípios filosóficos estudados.

 

Materiais Utilizados

Para garantir uma aula envolvente e eficaz sobre Existencialismo e Pragmatismo, a escolha dos materiais é fundamental. Os textos curtos de Jean-Paul Sartre e William James, disponíveis em domínio público, proporcionam uma base teórica concisa e acessível. Recomenda-se selecionar trechos que abordem temas como liberdade, responsabilidade e a utilidade prática do conhecimento, como “O Existencialismo é um Humanismo” e “O que é o Pragmatismo?”. A leitura pode ser feita previamente em casa ou discutida coletivamente em sala de aula, conforme o tempo disponível.

As folhas de exercícios devem conter questões dissertativas e situações-problema baseadas nos textos. É possível utilizar plataformas como o Google Docs para facilitar o compartilhamento e edição colaborativa, promovendo o uso de metodologias ativas. Questões como “Como o conceito de liberdade em Sartre se aplica a decisões do cotidiano escolar?” ou “De que forma o pragmatismo pode ajudar na resolução de problemas sociais?” estimulam a reflexão crítica dos alunos.

O uso de um projetor ou lousa digital é recomendado para exibição de trechos-chave dos textos e orientações de tarefa, permitindo uma interação visual com os conteúdos. Além disso, recursos digitais como mapas conceituais ou vídeos breves relacionados podem ser integrados para enriquecer a aula.

Se disponível, celulares ou computadores ampliam as possibilidades de pesquisa em tempo real, fortalecendo a autonomia do estudante. Nessas plataformas, estudantes podem buscar citações, consultar resumos ou complementar sua compreensão com vídeos explicativos. Isso reforça a interdisciplinaridade e adapta a aula à realidade digital dos jovens.

 

Metodologia Utilizada e Justificativa

A aula será conduzida com base na metodologia ativa da Aprendizagem Baseada em Problemas (ABP), a qual convida os alunos a resolverem situações-problema a partir das correntes filosóficas estudadas. Essa abordagem fomenta autonomia intelectual e pensamento crítico.

A proposta metodológica estimula o protagonismo discente, permitindo que os estudantes se apropriem dos conceitos existencialistas e pragmatistas em situações práticas e próximas da sua realidade. Por exemplo, ao discutir a liberdade individual a partir de Sartre, os alunos podem refletir sobre decisões pessoais e suas implicações éticas, enquanto o pragmatismo pode orientar debates sobre impactos sociais de escolhas cotidianas.

As atividades em grupo fomentam o trabalho colaborativo e a escuta ativa. Os alunos são organizados em pequenos grupos para resolver um dilema apresentado pelo professor, que pode incluir textos breves, uma situação simulada ou casos reais. Cada grupo analisa o problema, levanta hipóteses e propõe soluções a partir das lentes filosóficas propostas, registrando os argumentos para partilha em plenária.

Durante toda a atividade, o professor atua como mediador, fazendo questões abertas que aprofundem o uso dos conceitos filosóficos e incentivando o respaldo argumentativo via leituras indicadas previamente. Essa estrutura metodológica alinha-se à BNCC ao desenvolver competências como argumentação, empatia, pensamento crítico e resolução de problemas.

 

Preparo da Aula

O preparo da aula é uma das etapas mais importantes para garantir a qualidade da experiência de aprendizagem dos alunos. Para esta atividade sobre Existencialismo e Pragmatismo, o professor deve buscar trechos curtos, porém significativos, dos textos de Jean-Paul Sartre, como “O existencialismo é um humanismo”, e de William James, como “O que é Pragmatismo?”. Estes textos introduzem os conceitos mais relevantes de cada corrente filosófica de modo acessível. É possível encontrar versões integrais ou trechos desses autores no site da Biblioteca do Domínio Público, oferecendo acesso gratuito e legalizado.

Além disso, é fundamental elaborar previamente atividades que conduzam os alunos à reflexão crítica. Recomenda-se criar três dilemas éticos e existenciais que ilustrem os princípios do Existencialismo e do Pragmatismo. Por exemplo, um dilema pode envolver uma escolha moral em um ambiente de pressão social, enfocando a responsabilidade individual e a liberdade de escolha. Outro pode tratar da decisão de um personagem fictício sobre aceitar um emprego que afeta sua autonomia pessoal, destacando o conceito de utilidade prática na perspectiva pragmatista.

Os exercícios podem ser preparados tanto em versão impressa quanto digital, dependendo dos recursos disponíveis na escola. Para formatos digitais, ferramentas como Google Formulários ou plataformas de aprendizagem como o Moodle podem ser utilizadas para promover interatividade. Já no formato impresso, recomenda-se distribuir os dilemas com espaço para que os alunos escrevam suas reflexões, que depois serão discutidas em grupo.

Como dica prática, organize os dilemas de forma progressiva, começando por situações mais simples até chegar às mais complexas. Isso facilita a introdução dos conceitos e promove uma assimilação gradual. É necessário também prever tempo em aula para leitura dos textos, discussão em grupos e socialização das reflexões, garantindo que os objetivos da aula sejam plenamente alcançados.

 

Introdução da Aula (10 min)

Inicie a aula promovendo uma roda de conversa acolhedora e provocativa. Faça a pergunta disparadora: “Você já se sentiu angustiado por ter que tomar uma decisão importante? O que guiou sua escolha?” Essa pergunta estimula a autorreflexão e introduz, de forma empática, os alicerces do Existencialismo. Incentive os alunos a compartilharem experiências reais, estabelecendo um vínculo entre suas vivências e os conceitos filosóficos que serão explorados.

Com base nas respostas dos estudantes, explore os princípios do Existencialismo: liberdade de escolha, responsabilidade individual e a inevitável angústia relacionada às decisões. Traga exemplos simples do cotidiano, como a escolha da profissão ou de um grupo de amigos, evidenciando como as decisões moldam a existência. Pergunte aos alunos se assumir a liberdade os trouxe angústia ou sentiam-se mais confortáveis delegando decisões.

Em seguida, introduza os fundamentos do Pragmatismo. Destaque como essa corrente valoriza as consequências práticas das ações e a utilidade das ideias na resolução de problemas. Por exemplo, questione: “Ao decidir, você pensou mais no que funcionaria melhor ou no que parecia mais certo moralmente?” Esse tipo de reflexão já ajuda a diferenciar o olhar existencialista do pragmatista.

Utilize recursos visuais como esquemas no quadro ou um slide simples comparando os principais conceitos: do lado existencialista, coloque liberdade, angústia, responsabilidade; do lado pragmatista, destaque utilidade, conseqüência, praticidade. Finalize a introdução propondo que os alunos fiquem atentos durante a aula a como essas ideias podem explicar atitudes comuns no nosso dia a dia.

 

Atividade Principal (30–35 min)

Divida os alunos em pequenos grupos de 4 a 5 participantes e entregue a cada grupo um conjunto de dilemas éticos contemporâneos, como: denunciar ou proteger um amigo em uma situação de desonestidade, escolher entre seguir uma carreira lucrativa mas insatisfatória ou uma profissão pouco rentável porém vocacional, ou ainda lidar com a responsabilidade individual diante de problemas sociais. Os dilemas devem ser formulados de forma a estimular a reflexão filosófica e permitir diferentes leituras conceituais.

Peça que cada grupo debata os dilemas sob a ótica do Existencialismo (com base em autores como Sartre ou Simone de Beauvoir) e do Pragmatismo (inspirado em William James ou John Dewey). Oriente a produção de uma resposta argumentativa escrita, fundamentada nas ideias estudadas nas aulas teóricas ou nas leituras predefinidas, destacando como cada corrente propõe analisar e decidir diante das situações apresentadas.

Em seguida, cada grupo apresentará suas reflexões em 3 a 5 minutos para a turma. Estimule que diferentes posicionamentos sejam debatidos com respeito e espírito crítico. O professor deve atuar como mediador, ressaltando as contribuições conceituais das abordagens filosóficas e incentivando a aplicação desses conceitos a outros contextos da realidade dos estudantes.

Para fomentar o engajamento e assegurar a aprendizagem significativa, registre algumas conclusões no quadro ou em um mural colaborativo, relacionando o Existencialismo e o Pragmatismo às atitudes e escolhas cotidianas. Essa sistematização ajudará na fixação dos principais contrastes e aproximações entre as duas correntes filosóficas.

 

Fechamento (5–10 min)

Para finalizar a aula, é fundamental retomar coletivamente os principais conceitos explorados, a fim de consolidar os aprendizados. Utilize o quadro ou uma apresentação projetada para mostrar um quadro comparativo entre o Existencialismo e o Pragmatismo. Nesse quadro, destaque elementos como: o foco no indivíduo e na liberdade no Existencialismo versus a ênfase na utilidade e nos resultados práticos do Pragmatismo; ou ainda, a ideia de angústia e responsabilidade existencial em contraste com a visão pragmatista de verdade como aquilo que funciona na prática.

Depois de revisar os conceitos, promova uma conversa breve com os alunos, incentivando-os a identificar com qual das duas correntes filosóficas mais se identificam e por quê. Para isso, levante questões como: “Você acredita que nossas escolhas definem quem somos ou prefere focar na utilidade das ações?”. Essa reflexão pessoal ajuda a internalizar o conteúdo, desenvolvendo a consciência crítica e o autoconhecimento.

Como atividade extra, proponha que os estudantes busquem referências da cultura contemporânea que ilustrem uma das filosofias estudadas. Por exemplo, no Existencialismo, filmes como Clube da Luta ou O Sétimo Selo e músicas como “Cálice” de Chico Buarque podem ser analisadas. Já para o Pragmatismo, séries como Grey’s Anatomy ou episódios de Black Mirror oferecem situações onde o valor prático das decisões é central.

Incentive os alunos a compartilharem suas descobertas na aula seguinte, promovendo uma roda de conversa ou mural colaborativo com os exemplos encontrados. Essa prática amplia o repertório cultural e filosófico dos estudantes, estimulando conexões entre teoria e cotidiano.

 

Avaliação / Feedback e Observações

A avaliação desta aula adota um enfoque qualitativo, priorizando a análise das habilidades críticas e argumentativas dos alunos ao aplicarem os conceitos do Existencialismo e do Pragmatismo em situações cotidianas. Durante os debates, o professor pode registrar observações quanto à clareza, coerência e profundidade dos argumentos, além do envolvimento individual e coletivo nos momentos de construção do conhecimento.

Uma sugestão prática é a utilização de rubricas de avaliação, que detalhem critérios como capacidade de argumentação, interpretação de textos filosóficos, articulação entre teoria e prática e participação oral. Essas rubricas podem ser compartilhadas com os alunos previamente, promovendo um processo de autoavaliação contínua e maior transparência nos critérios utilizados.

Para complementar o aprendizado e incentivar a autonomia intelectual, recomenda-se a disponibilização de recursos suplementares no Google Classroom da turma. Pode-se criar uma pasta com vídeos da Univesp TV, especialmente entrevistas e aulas sobre Sartre, Simone de Beauvoir, William James e John Dewey, além de textos curtos e resumos explicativos das duas correntes filosóficas abordadas.

Além disso, é importante que o professor reserve um momento ao final da aula para feedback coletivo. Os alunos podem compartilhar impressões sobre a atividade e as dificuldades encontradas. Esse retorno pode guiar ajustes pedagógicos em aulas futuras e valorizar o protagonismo estudantil no processo de aprendizagem.

 

Resumo (para os alunos)

Resumo da aula: Hoje exploramos duas das mais influentes correntes da Filosofia Contemporânea: o Existencialismo e o Pragmatismo. A partir do estudo de pensadores como Jean-Paul Sartre e William James, discutimos os conceitos de liberdade individual, responsabilidade pelas próprias escolhas e a importância das consequências práticas das ações. O Existencialismo nos desafiou a refletir sobre o sentido da vida a partir da perspectiva do indivíduo, enquanto o Pragmatismo nos levou a ponderar sobre a utilidade e os resultados concretos das nossas decisões.

Durante a aula, realizamos exercícios baseados em dilemas reais, como situações envolvendo escolhas éticas em relacionamentos, no ambiente escolar e em contextos sociais amplos. Os alunos foram estimulados a argumentar a partir dos dois prismas filosóficos, identificando como diferentes abordagens resultam em decisões distintas. Essa dinâmica permitiu não apenas compreender melhor os conceitos, mas também aplicá-los criticamente em situações práticas.

Uma dica para aprofundar o estudo é reler passagens selecionadas das obras de Sartre e James disponíveis gratuitamente no Domínio Público. Além disso, vídeos como Jean-Paul Sartre e o Existencialismo e O que é Pragmatismo? ajudam a visualizar como esses conceitos filosóficos ainda dialogam com a atualidade.

Para fixar o conteúdo, recomenda-se escrever uma pequena redação ou promover um debate sobre a seguinte questão: “Em uma situação-limite, é mais importante agir com base em princípios individuais ou pensar nos resultados práticos da ação?”. Essa provocação ajuda a integrar os saberes trabalhados de forma argumentativa e reflexiva.

 

Rodrigo Terra

Com formação inicial em Física, especialização em Ciências Educacionais com ênfase em Tecnologia Educacional e Docência, e graduação em Ciências de Dados, construí uma trajetória sólida que une educação, tecnologias ee inovação. Desde 2001, dedico-me ao campo educacional, e desde 2019, atuo também na área de ciência de dados, buscando sempre encontrar soluções focadas no desenvolvimento humano. Minha experiência combina um profundo conhecimento em educação com habilidades técnicas em dados e programação, permitindo-me criar soluções estratégicas e práticas. Com ampla vivência em análise de dados, definição de métricas e desenvolvimento de indicadores, acredito que a formação transdisciplinar é essencial para preparar indivíduos conscientes e capacitados para os desafios do mundo contemporâneo. Apaixonado por café e boas conversas, sou movido pela curiosidade e pela busca constante de novas ideias e perspectivas. Minha missão é contribuir para uma educação que inspire pensamento crítico, estimule a criatividade e promova a colaboração.

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