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Filosofia – Freud (Plano de aula – Ensino médio)

Como referenciar este texto: Filosofia – Freud (Plano de aula – Ensino médio). Rodrigo Terra. Publicado em: 05/11/2025. Link da postagem: https://www.makerzine.com.br/educacao/filosofia-freud-plano-de-aula-ensino-medio/.


 
 

Esta aula propõe uma imersão introdutória no universo freudiano com foco em três eixos principais: o modelo estrutural (Id, Ego e Superego), os níveis da mente (consciente, pré-consciente e inconsciente) e as influências dessa teoria sobre o mundo contemporâneo.

Trabalharemos a partir de analogias com o cotidiano dos alunos, integrando conceitos da psicologia e da sociologia, promovendo reflexão filosófica com base em metodologias ativas. Ao final, os estudantes deverão ser capazes de estimular o pensamento crítico sobre o comportamento humano e suas determinações psíquicas.

A interdisciplinaridade será promovida especialmente com as áreas de biologia e literatura, utilizando exemplos que cruzam as fronteiras do conhecimento científico e simbólico. A proposta prática busca ir além da memorização, incentivando o protagonismo do estudante como intérprete de si mesmo e da sociedade.

Neste plano, o professor encontrará apoio para aproximar esse conteúdo denso de forma acessível e didática para estudantes do ensino médio.

 

Objetivos de Aprendizagem

Os objetivos de aprendizagem deste plano de aula visam desenvolver, de forma gradual e contextualizada, a compreensão dos elementos essenciais da teoria psicanalítica de Sigmund Freud. Ao compreender os conceitos principais, espera-se que os estudantes possam ir além da mera definição e consigam aplicar essas ideias à análise do comportamento humano e das relações sociais.

O reconhecimento dos componentes do aparelho psíquico — Id, Ego e Superego — será promovido por meio de atividades que estimulem a identificação desses aspectos em situações do cotidiano dos próprios alunos. Por exemplo, ao analisar conflitos internos como a procrastinação ou dilemas éticos envolvendo desejos e imposições sociais, os estudantes poderão perceber como essas instâncias atuam em suas vidas práticas.

A proposta também incentiva o aluno a relacionar a psicanálise a temas contemporâneos, como saúde mental, cultura do consumo, redes sociais e identidade. Essas conexões ampliam o repertório crítico dos alunos e promovem um diálogo interdisciplinar com as áreas de biologia, literatura e sociologia.

Por fim, os objetivos de aprendizagem estabelecem as bases para uma abordagem filosófica da psicologia, na qual o estudante é provocado a refletir sobre si mesmo como sujeito em constante construção e conflito interno — uma oportunidade para explorar a filosofia como ferramenta de autoconhecimento e compreensão da sociedade.

 

Materiais Utilizados

Para desenvolver uma aula engajante sobre Freud no ensino médio, é essencial contar com um conjunto de materiais que estimulem múltiplas formas de aprendizagem. Os slides com representações visuais ajudam a condensar conceitos complexos como Id, Ego e Superego por meio de esquemas, metáforas visuais (como o iceberg freudiano) e recursos gráficos que facilitam a memorização e compreensão dos níveis da mente.

O vídeo introdutório do Canal Café Filosófico da CPFL serve como excelente meio de contextualização inicial. Antes de iniciar o conteúdo teórico, o professor pode propor uma escuta ativa do vídeo e solicitar anotações sobre o que os alunos interpretaram como conflitos internos ou motivações ocultas no comportamento humano.

Ao usar cartazes com frases para análise de comportamentos cotidianos, o docente estimula uma abordagem investigativa. Por exemplo, frases como “Eu nem sei por que fiz isso” ou “Acho que estava no automático” podem abrir discussões sobre mecanismos inconscientes, proporcionando uma ponte entre teoria e experiência vivida.

Materiais básicos como papel sulfite, canetas e marcadores viabilizam atividades colaborativas como mapas mentais ou dramatizações rápidas baseadas em situações propostas. Os estudantes podem criar personagens que expressem diferentes aspectos do aparelho psíquico, promovendo o protagonismo e o aprendizado ativo com criatividade.

 

Metodologia Utilizada e Justificativa

A metodologia ativa de rotação por estações será o eixo central deste plano de aula. Nessa abordagem, os alunos circulam por estações temáticas distribuídas pela sala, cada uma dedicada a um aspecto específico da teoria freudiana: como o Id, Ego e Superego; o inconsciente e suas manifestações; e as aplicações na vida contemporânea. Cada estação contará com atividades diferenciadas, como vídeos curtos, infográficos interativos, textos adaptados, dinâmicas em grupo e situações-problema.

Por exemplo, em uma estação sobre os mecanismos de defesa do Ego, os estudantes analisarão cenas de filmes ou séries que ilustram repressão, negação ou projeção, e terão que identificar e discutir esses comportamentos em pequenos grupos. Em outra, poderão acessar recursos audiovisuais explicando a divisão estrutural da mente, promovendo um aprendizado mais visual e associativo.

A rotação permite que os alunos aprendam no seu ritmo e estilo preferido, ao mesmo tempo em que promove a escuta ativa e a colaboração entre colegas. Além disso, as tarefas propostas em cada estação estimulam a verificação de hipóteses, o pensamento crítico e a comparação entre conceitos, fomentando uma construção de conhecimento ativa e significativa.

Essa estratégia é especialmente eficaz no ensino de conceitos abstratos, como os da psicanálise, pois transforma ideias complexas em experiências concretas e acessíveis. Assim, a escolha metodológica justifica-se por favorecer o protagonismo estudantil, a interdisciplinaridade e a conexão com a realidade vivida pelos alunos.

 

Desenvolvimento da Aula

Preparo da aula

Antes do início da aula, é fundamental que o professor se familiarize com o conteúdo do vídeo escolhido — preferencialmente um episódio acessível do Café Filosófico ou produção similar que trate da psicanálise freudiana. Além disso, deve organizar os materiais de apoio como fichas-guia com perguntas norteadoras, imagens simbólicas e trechos de textos freudianos simplificados. As quatro estações temáticas podem ser montadas com cartazes ilustrativos e objetos que ajudem a estimular a reflexão e a imaginação dos estudantes, como cartas, sonhos fictícios digitados e objetos simbólicos (como máscaras ou espelhos).

Introdução da aula (10 min)

A aula começa com a provocação: “Por que às vezes agimos sem saber por quê?” — uma pergunta que remete diretamente ao inconsciente. Após breves respostas dos alunos, o professor exibe um trecho selecionado de um vídeo que introduza Freud de forma acessível. Em seguida, contextualiza o surgimento da psicanálise, explicando de modo simplificado o modelo do aparelho psíquico e a proposta freudiana de compreender a mente como dividida em camadas.

Atividade principal (30 a 35 min)

A divisão da turma em quatro grupos favorece o trabalho colaborativo e investigativo. Cada estação proporciona um foco específico: a primeira explora o inconsciente por meio de perguntas introspectivas; a segunda trabalha com dinâmicas para que o grupo identifique manifestações do Id, Ego ou Superego em dilemas simulados; a terceira apresenta situações cotidianas (ex.: procrastinação, brigas familiares) para que os alunos analisem interferências psíquicas; a quarta propõe a leitura e interpretação de sonhos fictícios criados pelo professor ou pelos próprios alunos. Cada grupo passa por todas as estações, promovendo diversidade de experiências e aprendizagens.

Fechamento (5 a 10 min)

No círculo final, o professor convida os alunos a compartilhar suas reflexões a partir do que sentiram nas estações. A questão “Você tem controle total sobre suas ações?” costuma gerar um debate instigante. Para encerrar, o docente sistematiza os principais conceitos discutidos e entrega um resumo com mapas mentais ou esquemas que articulam os conteúdos com temas presentes em provas, como ENEM e vestibulares. Essa síntese ajuda os alunos a reconhecer a importância da teoria freudiana não só na filosofia, mas nas reflexões sobre si mesmos e o mundo.

 

Avaliação / Feedback

A avaliação será primordialmente formativa, focada em acompanhar o desenvolvimento do pensamento crítico dos alunos durante as discussões em sala. O professor deve observar atentamente a participação oral, incentivando cada estudante a relacionar os conceitos aprendidos — como Id, Ego e Superego — a situações cotidianas, personagens literários ou vivências pessoais.

Uma atividade sugerida é solicitar que os estudantes escrevam, de forma breve, uma análise de uma situação real ou fictícia, destacando a presença dos elementos psíquicos propostos por Freud. Por exemplo, os estudantes podem analisar a motivação inconsciente por trás das ações de um personagem de série ou filme, identificando qual estrutura do aparelho psíquico está em evidência.

Outra opção de avaliação é uma roda de conversa reflexiva, onde a turma compartilha insights e dilemas filosóficos à luz da psicanálise, promovendo a escuta empática e a consolidação dos conceitos. Além disso, o uso correto da terminologia psicanalítica e a habilidade de aplicar conceitos a contextos distintos será um critério importante de avaliação qualitativa.

Por fim, o professor pode ainda propor um exercício de autoanálise guiada, respeitando o grau de exposição que os alunos se sintam confortáveis, valorizando a introspecção como prática filosófica e incentivando o protagonismo juvenil na interpretação da própria experiência.

 

Resumo para os Alunos

Principais pontos da aula:

  • Sigmund Freud dividiu a mente humana em três partes principais: Id (instintos), Ego (razão) e Superego (normas sociais).
  • Esse modelo explica nossos conflitos internos e comportamentos aparentemente irracionais.
  • O inconsciente é uma parte significativa da mente, onde se escondem desejos, traumas e impulsos reprimidos.
  • Freud influenciou áreas além da filosofia, como psicologia, arte, literatura e ciências sociais.

Durante a aula, discutimos como esses conceitos aparecem em situações reais e no comportamento cotidiano. Por exemplo, ao sentir vontade de faltar à escola para descansar (Id), mas decidir ir porque sabe que há prova (Ego), e ainda assim se sentir culpado só por ter cogitado faltar (Superego), vemos esses elementos atuando em nossa psique.

Para entender melhor o funcionamento do inconsciente, propomos um exercício criativo com análise de sonhos e lapsos de linguagem. Os alunos são convidados a compartilhar sonhos anônimos ou escrever pequenas histórias onde conflitos internos e repressões aparecem de forma simbólica. Essa atividade desperta interesse e aproxima o conteúdo do universo adolescente.

Dica: assista com sua turma a trechos do programa Café Filosófico (CPFL), especialmente os episódios que abordam temas como desejo, repressão e estrutura da psique. Esses vídeos ajudam a visualizar os conceitos freudianos com linguagem acessível e contextualizada.

 

Rodrigo Terra

Com formação inicial em Física, especialização em Ciências Educacionais com ênfase em Tecnologia Educacional e Docência, e graduação em Ciências de Dados, construí uma trajetória sólida que une educação, tecnologias ee inovação. Desde 2001, dedico-me ao campo educacional, e desde 2019, atuo também na área de ciência de dados, buscando sempre encontrar soluções focadas no desenvolvimento humano. Minha experiência combina um profundo conhecimento em educação com habilidades técnicas em dados e programação, permitindo-me criar soluções estratégicas e práticas. Com ampla vivência em análise de dados, definição de métricas e desenvolvimento de indicadores, acredito que a formação transdisciplinar é essencial para preparar indivíduos conscientes e capacitados para os desafios do mundo contemporâneo. Apaixonado por café e boas conversas, sou movido pela curiosidade e pela busca constante de novas ideias e perspectivas. Minha missão é contribuir para uma educação que inspire pensamento crítico, estimule a criatividade e promova a colaboração.

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