Como referenciar este texto: Gramática – Este X Esse: Duvidinha (Plano de aula – Ensino médio). Rodrigo Terra. Publicado em: 28/12/2025. Link da postagem: https://www.makerzine.com.br/educacao/gramatica-este-x-esse-duvidinha-plano-de-aula-ensino-medio/.
Partimos da regra básica e avançamos para situações cotidianas e de prova, envolvendo leitura, produção de texto e exercícios práticos. A proposta privilegia metodologias ativas para desenvolver compreensão, análise e aplicação comunicativa.
O plano inclui preparação pré-aula, sequência didática de 50 minutos, avaliação formativa e um resumo final direcionado aos estudantes, com recursos digitais abertos de apoio.
Título da aula
Gramática – Este X Esse: Duvidinha (Plano de aula – Ensino médio)
Nesta aula exploramos a diferença básica entre os pronomes demonstrativos ‘este’ e ‘esse’ de forma acessível para alunos do ensino médio. ‘Este’ costuma indicar proximidade com o falante ou com o momento do discurso, enquanto ‘esse’ remete a algo ligado ao interlocutor ou a um elemento já mencionado no discurso. Apresentamos regras claras e exemplos curtos para que os estudantes internalizem a distinção.
Além da proximidade espacial, trabalhamos a proximidade discursiva: ‘este’ é frequentemente usado para apresentar um elemento novo no texto, e ‘esse’ para retomar ou comentar algo que já apareceu. Em contextos escritos, identificar o antecedente e a referência temporal ajuda a escolher corretamente, e exercícios de análise textual mostram como a substituição altera o sentido.
Na prática pedagógica propomos atividades ativas: leitura de trechos em que os pronomes aparecem, exercícios de substituição por sinônimos e reescrita de frases para mudar a orientação (do falante para o interlocutor), além de correção coletiva em pequenos grupos. Uso de drills e mapas mentais favorece a fixação e torna a dinâmica mais participativa.
Para avaliações e vestibulares, recomendamos estratégias rápidas: procurar o antecedente imediato, aplicar o teste da troca (substituir por ‘aquele’ para verificar afastamento) e contextualizar a referência no parágrafo. Ao final da aula, proponha produção de texto curto para aplicar as diferenças em situação comunicativa real e registre erros comuns para revisão posterior.
Objetivos de Aprendizagem
Resumo dos objetivos: Esta seção aprofunda as metas de aprendizagem listadas no subtítulo, enfatizando a distinção funcional entre este e esse. O foco é fazer com que os alunos identifiquem as circunstâncias de uso e percebam como os demonstrativos atuam na coesão textual, tanto oral quanto escrita.
Diferenças básicas e exemplos: Em geral, este marca proximidade em relação ao locutor ou a algo que será apresentado imediatamente, enquanto esse tende a indicar referência a algo já mencionado ou próximo do ouvinte. Exemplos em sala: este livro aqui (junto ao falante) versus esse livro que você mencionou (referência anterior).
Função textual: Aborda-se também a relação entre deixis e anáfora/catáfora: quando o demonstrativo retoma uma ideia anterior (anáfora) usa-se preferencialmente esse, e quando antecipa ou destaca um elemento novo que será explicado, o professor pode preferir este. Compreender essa dinâmica reduz ambiguidades em redações e em questões de vestibular.
Atividades sugeridas: Proponha exercícios de correção e reescrita, detecção de erros em enunciados e produção de pequenos parágrafos com troca intencional dos demonstrativos para observar mudanças de sentido. Inclua tarefas orais de apresentação e debate para evidenciar a dimensão espacial e temporal dos pronomes.
Avaliação e integração: Finalize com atividades avaliativas formativas que exijam justificativa metalinguística, conexões com a prática de redação e uso de recursos digitais (corpora, quizzes interativos). Estimule autoavaliação e comentários entre pares para consolidar a aplicação correta de este e esse em contextos reais.
Materiais utilizados
Para executar a atividade com clareza e fluidez, reúna os materiais básicos: um quadro branco e marcadores para registro coletivo, projeção ou computador com acesso à internet quando disponível para exibir exemplos e corrigir em tempo real, fichas impressas com sentenças e pequenos trechos textuais (10–12 itens) para a prática guiada e notebooks ou cadernos para que os alunos registrem observações e respostas.
Na preparação pré-aula, organize as fichas selecionando frases que ilustrem usos contrastantes de ‘este’ e ‘esse’ em diferentes contextos (referência próxima, discurso anterior, coesão textual). Verifique a impressão e numeração das fichas, teste a projeção dos slides se for usar recurso digital e deixe marcadores de cores diferentes para destacar exemplos no quadro.
Durante a sessão, comece com uma breve demonstração no quadro branco ou na projeção, lendo e analisando em voz alta exemplos. Em seguida, distribua as fichas em duplas ou pequenos grupos para discussão e aplicação; peça que os alunos escrevam justificativas no caderno e compartilhem com a turma para correção coletiva e desenvolvimento do raciocínio metalinguístico.
Se houver limitações de recursos, adapte facilmente: use papel sulfite simples em vez de fichas, recorra a exercícios orais e registro em caderno; quando dispositivos estiverem disponíveis, permita que grupos usem documentos colaborativos online para compilar exemplos e comentários, garantindo acesso e participação ativa.
Por fim, preserve e reorganize as fichas para reaproveitamento em revisões ou avaliações formativas; registre observações sobre quais itens geraram mais dúvidas para ajustar futuros planos de aula e inclua alternativas acessíveis para alunos com necessidades específicas, como versões ampliadas ou leitura assistida.
Metodologia utilizada e justificativa
A proposta metodológica combina aprendizagem baseada em problemas (ABP) com sessões de microleitura e produção orientada. Na prática, apresentamos aos alunos situações-problema — por exemplo, trechos de textos jornalísticos, enunciados de prova ou fragmentos de comunicação cotidiana — que exigem discriminar o uso de “este” e “esse”. Os estudantes trabalham em pequenos grupos para analisar os exemplos, levantar hipóteses sobre referência e deitá-las em produções próprias.
O papel do professor é o de mediador: formula a questão inicial, fornece pistas e corpora curtos, organiza o trabalho colaborativo e oferece feedback formativo. Durante as atividades, são realizadas intervenções pontuais para ajustar hipóteses, introduzir conceitos gramaticais quando necessário e scaffoldings que ampliem a autonomia do estudante sem recorrer a explicações exaustivas.
As microleituras funcionam como exercícios de foco — leitura rápida e análise dirigida de frases ou parágrafos onde o contraste entre “este” e “esse” aparece de forma clara. Cada microleitura é seguida de uma tarefa de produção curta (frases, reescrita ou comentário) que permite testar a hipótese levantada e observar o efeito comunicativo da escolha pronominal. Isso facilita correlações diretas entre forma, sentido e uso.
A justificativa pedagógica apoia-se em evidências de que ABP desenvolve raciocínio linguístico, resolução de problemas e transferência para novos contextos, competências centrais para o sucesso em provas e na escrita acadêmica. Já a microleitura aumenta a atenção às formas linguísticas e às marcas de referência, melhorando a precisão comunicativa sem perder de vista o sentido global do texto.
Na organização prática da aula (50 minutos), recomenda-se alternar exposição curta, trabalho em duplas para as microleituras, discussão em grupos maiores para o ABP e rodada final de produção e feedback. Recursos digitais (corpora curtos, ferramentas de anotação colaborativa e quizzes formativos) e avaliações formativas rápidas ajudam a monitorar progresso e garantir inclusão, ajustando intervenções segundo necessidades individuais e metas de aprendizagem.
Desenvolvimento da aula (50 minutos)
Preparo da aula (antes de entrar em sala) — Separe 10–12 fichas com frases que contrastem ‘este’ e ‘esse’, selecione dois textos curtos (notícias, crônicas ou trechos de prova) que contenham demonstrativos, e prepare um quadro com uma regra resumida e exemplos. Tenha à mão recursos digitais (links para textos e exercícios abertos) e um roteiro com tempos para cada etapa; isso garante fluidez na sequência de 50 minutos.
Introdução (10 min) — Inicie com a pergunta-problema: ‘Se eu digo “este livro” versus “esse livro”, o que varia?’ Leia duas frases distintas do material e peça respostas rápidas dos alunos para identificar diferenças de proximidade temporal/espacial e índices de coesão textual. Use a elicitação para ativar conhecimentos prévios e registrar hipóteses no quadro.
Atividade principal (30–35 min) — Divida a turma em grupos de 3–4 alunos; entregue a cada grupo três fichas. A tarefa é identificar a função do demonstrativo em cada oração (referencial, anafórico, catafórico; demonstrativo de tempo ou de espaço) e reescrever as frases trocando ‘este’ por ‘esse’ quando possível, explicando como muda o sentido ou a referência. Em seguida, realize microleitura de dois textos: os grupos localizam ocorrências, discutem em duplas se a troca altera a coesão e o sentido global, e registram conclusões para a apresentação.
Mediação e feedback — Durante as atividades, o professor circula para orientar, corrigir interpretações imprecisas e propor perguntas-guia (por que a troca altera a referência? houve mudança anafórica?). Faça intervenções curtas e específicas, oferecendo modelos de reformulação quando necessário e sugerindo observações para a apresentação final.
Fechamento e avaliação formativa (5–10 min) — Convide dois grupos a apresentar um exemplo e justificar sua solução; registre no quadro a regra consolidada: ‘este’ indica proximidade (no discurso, no tempo ou no espaço) e ‘esse’ aponta referência já introduzida ou maior distância. Finalize com um rápido ticket de saída: peça que cada aluno escreva uma frase usando corretamente ‘este’ ou ‘esse’ e entregue como avaliação formativa; indique exercícios de reforço e uma sugestão de integração com redação para tarefa de casa.
Avaliação / Feedback
Avaliação formativa: observação sistemática das discussões em grupo, intervenções registradas e resolução das fichas pelos alunos. Recomenda-se o uso de um checklist curto para aspectos-chave — identificação correta de ‘este’ vs ‘esse’, coerência referencial e justificativa — além de anotações rápidas do professor para orientar o feedback posterior.
Solicite que cada aluno reescreva três frases selecionadas da atividade, aplicando a escolha entre ‘este’ e ‘esse’ e adicionando uma breve justificativa. Essas três frases funcionam como instrumento de avaliação rápida escrita, permitindo verificar a compreensão individual e gerar comentários pontuais e personalizados.
Durante a atividade principal, ofereça feedback imediato por meio de perguntas orientadoras, por exemplo: ‘A que elemento do texto este pronome se refere?’ ou ‘Se trocarmos por esse, o sentido muda?’. Realize microintervenções e incentive o feedback entre pares para promover a reflexão metacognitiva e o ajuste em tempo real das hipóteses dos alunos.
Ao coletar as produções, identifique padrões de erro recorrentes — uso inadequado por distância discursiva, confusão entre referência local e anáfora textual, falta de justificativa — e registre esses padrões para orientar a revisão na aula seguinte. Planeje mini-aulas direcionadas e exercícios contextualizados que enfrentem diretamente os equívocos mais comuns.
Por fim, documente o progresso por meio de pequenos portfólios ou autoavaliações guiadas e use os resultados para ajustar a sequência didática. Compartilhe feedback claro com os alunos (e, se necessário, com responsáveis) e defina estratégias de acompanhamento para consolidar o uso correto de ‘este’ e ‘esse’ em produção e compreensão.
Observações e Resumo para os alunos
Resumo (para alunos): «este» costuma indicar algo próximo ao falante (no tempo, no espaço ou no discurso); «esse» refere-se a algo mais distante ou já mencionado. Em provas e na produção de textos, a escolha entre os demonstrativos impacta a coesão e a clareza da referência entre termos.
Em contextos de discurso, use «este» quando você aponta para algo que vem na sequência do discurso ou que está ao seu alcance: por exemplo, Estou lendo este capítulo. Use «esse» para retomar algo ou indicar distância: Você mencionou esse autor ontem. Trocar um demonstrativo pode alterar a relação de antecedência e anáfora entre frases, comprometendo a compreensão global do texto.
Recursos digitais gratuitos (em português) para aprofundar: Biblioteca Digital da Universidade de São Paulo (BDUSP); Repositório UFSC; Lume – Repositório UFRGS. Nessas coleções há gramáticas, textos exemplares e exercícios para treino, úteis tanto para revisão quanto para preparação para vestibulares.
Sugestão de exercício para casa: identifique 5 ocorrências de «este» e «esse» em notícias ou reportagens e escreva uma breve justificativa do uso em cada caso. Em sala, troque as justificativas com um colega e discuta quais mudanças de sentido ocorreriam se os demonstrativos fossem invertidos; essa prática ajuda a fixar a diferença funcional entre eles.
Dicas rápidas para provas: antes de marcar a resposta, localize o termo antecedente e verifique a deixis (temporal, espacial ou de discurso); mantenha consistência no uso em textos longos; em exercícios de múltipla escolha, avalie se a troca do demonstrativo altera a coesão; por fim, faça uma revisão final para confirmar que as referências estão claras e não ambíguas.