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Gramática – Verbos: vozes (Plano de aula – Ensino médio)

Como referenciar este texto: Gramática – Verbos: vozes (Plano de aula – Ensino médio). Rodrigo Terra. Publicado em: 27/12/2025. Link da postagem: https://www.makerzine.com.br/educacao/gramatica-verbos-vozes-plano-de-aula-ensino-medio/.


 
 

A proposta desenvolve noções de ação, processos e estados, relacionando análise morfológica e funções sintáticas. Inclui atividades contextualizadas, exemplos do cotidiano e uma avaliação formativa que privilegia a compreensão e a produção textual.

Os dispositivos pedagógicos sugeridos visam promover a autonomia dos estudantes — leitura dirigida, resolução colaborativa de exercícios e produção de frases transformadas entre vozes verbais — além de integrar conceitos gramaticais a outras disciplinas, como História e Biologia, por meio de textos temáticos.

 

Título da aula

Gramática – Verbos: vozes (Plano de aula – Ensino médio). Tema central: vozes verbais — ativa e passiva; noções de ação, processo e estado.

Inicie a sequência com uma exposição clara das diferenças entre voz ativa e voz passiva, ilustrando com exemplos reais e contextualizados que evidenciem quem pratica e quem sofre a ação. Explique também as variações de passivação no português, distinguindo voz passiva analítica (com o verbo auxiliar ser/estar) de outras formas equivalentes, e relacione essas formas a conceitos de transitividade e complemento verbal.

Proponha atividades práticas que combinem análise e produção: identificação do agente, do paciente e do núcleo verbal em frases, transformação de enunciados entre vozes e exercícios de reescrita em diferentes gêneros textuais. Utilize textos curtos — notícias, instruções e trechos literários — para mostrar como a escolha da voz influencia foco informativo e efeito retórico.

Incorpore metodologias ativas, como trabalho em duplas, correção colaborativa e oficinas de reescrita, para que os alunos construam regras a partir de exemplos. Sugerem-se ainda microprojetos interdisciplinares que integrem gramática e temas de História ou Biologia, favorecendo a contextualização e tornando o conteúdo mais significativo.

Encerrar com uma avaliação formativa que contemple produção e reflexão: exercícios de autocrítica, portfólios com transformações entre vozes e questões que exijam justificativa das escolhas linguísticas. Essas estratégias permitem acompanhar o progresso e ajustar intervenções pedagógicas de modo a consolidar a compreensão e a aplicação das vozes verbais.

 

Objetivos de Aprendizagem

Os objetivos de aprendizagem desta sequência visam desenvolver a compreensão funcional das vozes verbais — ativa e passiva — de modo que os estudantes sejam capazes de reconhecer as operações morfossintáticas e comunicativas por trás de cada estrutura.

  • Identificar e diferenciar voz ativa e voz passiva em enunciados diversos, reconhecendo agente, paciente e foco da ação.
  • Transformar orações de voz ativa para voz passiva e vice-versa, preservando sentido, concordância e adequação formal.
  • Relacionar escolhas entre vozes verbais a contextos discursivos, intenção comunicativa e efeitos de sentido na produção e análise de textos.
  • Aplicar conhecimentos na produção textual, selecionando vozes conforme propósito, público e gênero, e avaliando alternativas estilísticas.

Na prática docente, os objetivos orientam atividades progressivas: exercícios de identificação, transformações guiadas, debates sobre efeitos de sentido e atividades de reescrita contextualizada. Essas tarefas privilegiam a aprendizagem ativa, estimulando pares a justificarem escolhas e a compararem resultados para consolidar a compreensão.

A avaliação formativa recomenda rubricas que considerem precisão gramatical, manutenção do sentido, coerência e adequação ao gênero. Além disso, propõe-se feedback qualitativo e autoavaliação, de modo a promover a metacognição dos estudantes sobre as estratégias utilizadas ao escolher uma voz verbal.

 

Materiais utilizados

Para conduzir a sequência sobre vozes verbais, reúna materiais simples e de fácil acesso: quadro ou lousa digital e marcadores para anotações e para registrar exemplos que surgirem durante as intervenções dos estudantes. Esses recursos permitem explicitar transformações entre voz ativa e passiva em tempo real, facilitando a comparação entre estruturas e a correção coletiva.

As folhas com sentenças e pequenos textos (uma página por grupo) são fundamentais para as atividades em grupo. Recomenda-se incluir exemplos de diferentes registros (notícias, trechos de livros didáticos, legendas) e orientar os alunos a assinalar o verbo, o agente e o paciente, além de propor a reescrita em outra voz. Impressões extras ajudam na diferenciação por níveis e na recuperação de materiais perdidos.

O uso de computador ou tablet com acesso à internet é opcional, mas enriquece a aula ao permitir consulta a repositórios acadêmicos, corpora linguísticos e dicionários online para verificar adequação de tempos e vozes. Caso não haja infraestrutura, planeje alternativas como pesquisas prévias pelo professor, uso de smartphones dos alunos ou distribuição de trechos impressos com referências.

Projetor ou tela para exibir exemplos, slides ou soluções favorece a visualização compartilhada e a discussão coletiva; prepare imagens com sentenças destacadas e exemplos de transformações entre vozes. Em aulas presenciais, o projetor também pode ser usado para mostrar correções comentadas; em contextos híbridos, grave ou compartilhe as telas para revisão posterior.

Por fim, considere materiais complementares e logísticos: folhas pautadas para anotações individuais, marcadores de cores distintas para destacar sujeito/agente e complemento, cronograma impresso das atividades e soluções-modelo para o professor. Planeje um kit de reposição (marcadores, cópias extras) e cuide da acessibilidade — textos com fonte maior ou versões digitais — para garantir que todos os alunos participem efetivamente.

 

Metodologia utilizada e justificativa

Metodologia ativa: aprendizagem baseada em problemas (ABP) e trabalho em grupos cooperativos. A justificativa é promover investigação linguística coletiva, responsabilizando alunos pela construção do conhecimento e aproximando teoria e prática.

Atividades em pares/pequenos grupos favorecem trocas, argumentação e produção imediata, importantes para fixação de formas verbais e função comunicativa das vozes.

A sequência parte de um problema real — por exemplo, identificar e explicar o uso de vozes em trechos jornalísticos e científicos — e organiza-se em etapas: levantamento de hipóteses, análise guiada de exemplos, experimentação com transformações de voz e elaboração de textos próprios. Essa estruturação permite que a teoria emerja da prática e que os estudantes testem e validem suposições linguísticas.

O papel do professor é o de mediador: propor materiais (excerto de textos, quadros com transformação de frases, fichas de observação), orientar discussões e oferecer feedback formativo. Recursos digitais e impressos são combinados para atender diferentes ritmos de aprendizagem, e há momentos previstos para socialização das descobertas, registro em portfólios e autoavaliação.

A avaliação privilegia a observação de competências — identificação, explicação e produção em voz ativa e passiva — por meio de rubricas, exercícios de transformação e atividades de reescrita interdisciplinares. Adaptações para alunos com dificuldades incluem tarefas segmentadas e suporte visual; para os mais avançados, propostas de aprofundamento analítico e aplicações em contextos de outras disciplinas.

 

Desenvolvimento da aula

Preparo da aula (antes): selecionar 6–8 frases que exemplifiquem ação, processo e estado; preparar um texto curto (8–10 linhas) sobre um tema interdisciplinar (ex.: avanço tecnológico ou transformação ambiental). Providenciar gabaritos e instruções claras para cada fase, com versões impressas e digitais; preparar cartões de papel com as frases para atividade em grupo e uma folha de critérios para correção formativa. Planejar adaptações para alunos com NEE (respostas orais, gravação ou pares de apoio) e prever exemplos de diferentes áreas do conhecimento para facilitar a contextualização.

Introdução (10 min): explicação rápida e exemplificação no quadro: características da voz ativa (sujeito agente) e da voz passiva (sujeito paciente, locução verbal com ‘ser’ ou ‘estar’ + particípio). Mostrar 2 exemplos do cotidiano (notícia curta; legenda de redes sociais) e solicitar que os alunos sinalizem com gestos qual voz identificam. Fazer perguntas de verificação para ativar conhecimentos prévios e anotar no quadro dúvidas recorrentes que serão retomadas durante a aula.

Atividade principal (30–35 min): dividir a turma em grupos de 3–4. Fase 1: identificar vozes nas frases fornecidas (10 min). Fase 2: transformar 5 frases ativas em passivas e 5 passivas em ativas, justificando alterações (15–20 min). Fase 3: cada grupo adapta um parágrafo do texto interdisciplinar para mudar a voz predominante e apresenta justificativa (5 min). Recomendar papéis internos (anotador, verificadora/or, porta-voz) e oferecer dicas práticas de transformação (preservar tempo verbal, ajustar preposições como ‘por’, manter concordância). Permitir consulta a dicionários e exemplos no celular se a sala for autorizada, e prever tempo para checagem entre pares.

Fechamento (5–10 min): socializar respostas-chave no quadro; listar erros recorrentes e estratégias de autocorreção (verificar concordância, reescrever sujeito oculto, cuidado com voz passiva de estados). Apontar relação entre escolha de voz e intenção comunicativa (ênfase no agente ou no processo) e solicitar que cada grupo justifique brevemente por que preferiu certa voz no parágrafo adaptado. Sugerir uma tarefa de casa: transformar um pequeno texto adicional mantendo coerência e justificar as escolhas por escrito.

Avaliação e adaptações: sugerir critérios claros para avaliação formativa: precisão na transformação, coerência textual e explicação da escolha. Indicar uma rubrica simples (3 níveis) para feedback rápido em sala. Oferecer adaptações para alunos com maior dificuldade (respostas orais, pares de apoio, uso de softwares de voz para leitura) e atividades de extensão para alunos avançados (produzir notícia em voz passiva ou projeto interdisciplinar). Como recurso digital, propor a coleta das versões dos grupos em Padlet para feedback peer-to-peer e registro do progresso.

 

Avaliação / Feedback

Avaliação formativa: durante as atividades em grupo, o professor observa a interação, a correção das transformações e as justificativas oferecidas pelos alunos; registra padrões, erros recorrentes e níveis de autonomia. Utilize critérios claros — por exemplo: fidelidade ao sentido original, correção morfossintática, concordância verbal e adequação do tempo verbal — para orientar a observação e garantir que o retorno seja objetivo e acionável.

Aplicar um exit ticket breve no final da aula: solicite que cada estudante entregue três frases transformadas (por exemplo, de ativa para passiva ou vice‑versa) e, em uma linha adicional, justifique a escolha de voz em uma frase própria. Esse instrumento rápido permite aferir a compreensão imediata dos procedimentos e identificar alunos que necessitam de intervenção pontual ou revisão de conceitos.

Feedback coletivo imediato: ofereça uma devolutiva oral destacando padrões identificados — tanto estratégias eficientes quanto equívocos recorrentes — e modele correções com exemplos comentados. Estimule a autoavaliação e a avaliação entre pares para que os alunos pratiquem a explicitação dos critérios utilizados nas transformações, fortalecendo a metacognição.

Devolutiva individual posterior: registre observações do professor no caderno ou na plataforma da turma, apontando pontos fortes, erros a corrigir e sugestões de atividades de reforço. Forneça feedback escrito quando possível, com orientações práticas (pequenos exercícios, referências rápidas e metas de melhoria) e agende monitoramento nas aulas seguintes para acompanhar o progresso e ajustar a sequência didática.

 

Observações e Resumo para alunos

Observações: adaptar os exemplos ao repertório da turma (temas atuais ou conteúdos de outras disciplinas). Em turmas de preparação para vestibular, incluir questões transformadas de provas anteriores como exercício extra. Considere o nível de proficiência dos estudantes ao selecionar textos: comece por frases simples e avance para trechos mais complexos, permitindo progressão por zonas de desenvolvimento. Para turmas heterogêneas, proponha tarefas escalonadas e materiais de apoio (lista de particípios irregulares, glossário de termos) para garantir que todos acompanhem.

Resumo (para alunos): Voz ativa: o sujeito pratica a ação (Ex.: A pesquisadora conduziu o experimento). Voz passiva: o sujeito sofre a ação; há uso frequente de ‘ser’ + particípio (Ex.: O experimento foi conduzido pela pesquisadora). Ao transformar frases, mantenha o sentido original e ajuste a concordância do particípio com o sujeito da frase passiva (Ex.: As cartas foram enviadas ontem). Observe também a presença do agente da passiva, que costuma ser introduzido por ‘por’ ou ‘pelo(s)/pela(s)’. Treine com pares de frases para fixar as mudanças sintáticas e semânticas.

Recursos digitais gratuitos em português (repositórios de universidades/pesquisa):

  • SciELO Livros — livros acadêmicos em língua portuguesa sobre linguística e ensino.
  • LUME (UFRGS) — repositório de teses, dissertações e materiais didáticos em português.
  • BDTD (IBICT) — Biblioteca Digital de Teses e Dissertações, com trabalhos sobre ensino de língua portuguesa.

Sugestões de atividades e avaliação: proponha exercícios de transformação ativo→passivo e vice-versa em duplas, produção de pequenos textos onde alunos reescrevem parágrafos em voz passiva e oficinas de revisão onde identificam usos adequados da voz conforme intenção comunicativa. Utilize uma avaliação formativa com rubrica simples (correção gramatical, manutenção do sentido, coerência) e feedback individualizado. Para revisão rápida antes de provas, organize listas de exercícios cronometados e simulados com gabarito comentado.

 

Rodrigo Terra

Com formação inicial em Física, especialização em Ciências Educacionais com ênfase em Tecnologia Educacional e Docência, e graduação em Ciências de Dados, construí uma trajetória sólida que une educação, tecnologias ee inovação. Desde 2001, dedico-me ao campo educacional, e desde 2019, atuo também na área de ciência de dados, buscando sempre encontrar soluções focadas no desenvolvimento humano. Minha experiência combina um profundo conhecimento em educação com habilidades técnicas em dados e programação, permitindo-me criar soluções estratégicas e práticas. Com ampla vivência em análise de dados, definição de métricas e desenvolvimento de indicadores, acredito que a formação transdisciplinar é essencial para preparar indivíduos conscientes e capacitados para os desafios do mundo contemporâneo. Apaixonado por café e boas conversas, sou movido pela curiosidade e pela busca constante de novas ideias e perspectivas. Minha missão é contribuir para uma educação que inspire pensamento crítico, estimule a criatividade e promova a colaboração.

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