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História – Governo de Floriano Peixoto (Plano de aula – Ensino médio)

Como referenciar este texto: História – Governo de Floriano Peixoto (Plano de aula – Ensino médio). Rodrigo Terra. Publicado em: 12/12/2025. Link da postagem: https://www.makerzine.com.br/educacao/historia-governo-de-floriano-peixoto-plano-de-aula-ensino-medio/.


 
 

Este plano de aula propõe uma análise estruturada e crítica do governo de Floriano Peixoto, segundo presidente da República do Brasil e figura central do início da República Velha. O foco é ajudar o professor a ir além da memorização de datas e nomes, estimulando a compreensão dos conflitos políticos, sociais e regionais que marcaram o período.

Ao trabalhar com estudantes do ensino médio, especialmente aqueles que se preparam para vestibulares e ENEM, é essencial articular o conteúdo factual (cronologia, revoltas, medidas políticas) com a interpretação histórica, destacando diferentes pontos de vista sobre a figura de Floriano: “Marechal de Ferro” autoritário ou líder que consolidou a República?

A aula está organizada para valorizar metodologias ativas, com atividades de análise de fontes históricas, debates e produção colaborativa. A ideia é que os alunos percebam como o governo de Floriano dialoga com temas contemporâneos, como autoritarismo, papel das Forças Armadas na política e conflitos federativos.

Também se propõe a integração com outras disciplinas, especialmente Geografia (análise espacial das revoltas) e Sociologia (discussão sobre elites, participação popular e cidadania), ampliando o repertório dos alunos e fortalecendo uma abordagem interdisciplinar, coerente com as exigências das avaliações externas atuais.

Ao final, o professor contará com um resumo específico para ser trabalhado com os estudantes, além de indicações de recursos digitais gratuitos, em português, provenientes de universidades públicas, que podem enriquecer a continuidade dos estudos sobre a República Velha.

 

Objetivos de aprendizagem

Ao final desta sequência de aulas, espera-se que os estudantes sejam capazes de compreender o contexto histórico do governo de Floriano Peixoto, identificando suas principais características dentro da chamada República da Espada. Isso inclui reconhecer a transição do governo de Deodoro da Fonseca para Floriano, bem como as tensões políticas e sociais que marcaram esse período inicial da República Velha.

Os alunos deverão ser capazes de analisar criticamente as principais revoltas e conflitos que ocorreram durante o governo florianista, como a Revolta da Armada e a Revolução Federalista, articulando causas, interesses dos diferentes grupos envolvidos e consequências políticas e sociais. A meta é que consigam relacionar essas revoltas às disputas federativas e ao papel das Forças Armadas na consolidação do novo regime.

Outro objetivo central é que os estudantes desenvolvam a habilidade de interpretar fontes históricas diversas (textos de época, charges, mapas, trechos de livros didáticos e acadêmicos), comparando visões distintas sobre Floriano Peixoto: de um lado, o “Marechal de Ferro” de perfil autoritário; de outro, o governante visto por alguns como estabilizador e consolidado da República. Assim, os alunos praticam leitura crítica, contraste de narrativas e uso de evidências para sustentar argumentos.

Pretende-se também que a turma seja capaz de estabelecer relações entre o período florianista e questões contemporâneas, refletindo sobre temas como autoritarismo, intervenção militar na política, centralização de poder e limites da participação popular. Ao fazer essas conexões, os estudantes ampliam sua compreensão de cidadania, democracia e instituições, desenvolvendo repertório útil para debates públicos e para avaliações externas como ENEM e vestibulares.

Por fim, busca-se que os alunos exercitem competências de trabalho colaborativo e produção autoral, por meio de debates regrados, mapas conceituais, linhas do tempo e sínteses escritas ou multimídia. Espera-se que consigam organizar informações de forma coerente, argumentar com base em dados históricos e produzir materiais que demonstrem não apenas memorização de conteúdos, mas capacidade de interpretação, síntese e posicionamento crítico frente ao governo de Floriano Peixoto e à República Velha.

 

Materiais utilizados e recursos digitais abertos

Para o desenvolvimento deste plano de aula sobre o governo de Floriano Peixoto, recomenda-se a combinação de materiais impressos tradicionais com recursos digitais abertos, de livre acesso e uso educacional. Em sala, o professor pode utilizar o livro didático adotado pela escola como ponto de partida para a cronologia básica e a contextualização da República da Espada, complementando com mapas históricos impressos do Brasil no final do século XIX, que ajudem a localizar revoltas como a Revolta da Armada e a Revolução Federalista. Esses materiais físicos funcionam como suporte inicial para que os estudantes tenham uma visão geral do período antes de explorar conteúdos mais aprofundados em ambientes digitais.

No campo dos recursos digitais abertos, é fundamental priorizar conteúdos produzidos por universidades públicas e instituições de pesquisa. O professor pode indicar verbetes e artigos da FGV CPDOC e do acervo Brasiliana USP, que disponibilizam gratuitamente documentos, imagens, charges políticas e textos analíticos sobre Floriano Peixoto e a Primeira República. Além disso, plataformas como o EduCAPES e o Domínio Público oferecem livros, capítulos e materiais didáticos em formato PDF, que podem ser usados como leitura complementar ou base para atividades de fichamento e resenha crítica.

Para tornar a aula mais dinâmica, podem ser explorados vídeos curtos e documentários hospedados em canais institucionais, como o YouTube do CPDOC/FGV ou o canal da TV Brasil, que frequentemente abordam temas da República Velha. O professor pode selecionar trechos específicos para exibição em sala, propondo roteiros de observação para que os alunos identifiquem como o governo de Floriano é caracterizado (como autoritário, conciliador, militarista etc.). Após a exibição, é possível realizar um debate guiado, comparando a narrativa audiovisual com a interpretação presente no livro didático e em artigos acadêmicos.

Outro conjunto de materiais importantes são as fontes históricas digitalizadas: jornais da época, decretos presidenciais, caricaturas e fotografias. O professor pode recorrer à Biblioteca Nacional Digital para buscar periódicos do fim do século XIX, selecionando manchetes e trechos que mostrem as tensões políticas entre governo e oposição durante o mandato de Floriano Peixoto. Esses documentos podem ser impressos ou projetados em sala, servindo como base para atividades de análise de fonte, nas quais os estudantes identificam autor, contexto, linguagem e possíveis vieses presentes no texto.

Por fim, sugere-se o uso de ferramentas colaborativas abertas, como documentos compartilhados em plataformas gratuitas (por exemplo, Google Docs ou Padlet), para que os alunos possam construir linhas do tempo, mapas conceituais e quadros comparativos sobre as diferentes interpretações do governo de Floriano. Essas produções podem incorporar links para os próprios recursos digitais consultados, estimulando práticas de pesquisa, referência e curadoria de conteúdo. Ao integrar materiais impressos, acervos acadêmicos online, vídeos institucionais e ferramentas digitais de autoria, o professor cria um ecossistema de aprendizagem rico e acessível, reforçando a autonomia dos estudantes na investigação histórica.

 

Metodologia utilizada e justificativa pedagógica

A metodologia proposta para este plano de aula parte de uma abordagem ativa e investigativa, em que os estudantes são convidados a atuar como “aprendizes de historiadores”. Em vez de apenas receberem informações prontas sobre o governo de Floriano Peixoto, os alunos trabalham com fontes históricas variadas — trechos de jornais da época, charges políticas, mapas das revoltas e pequenos excertos de historiadores — para construir interpretações fundamentadas. Essa estratégia favorece o desenvolvimento de habilidades de leitura crítica, comparação de versões e identificação de intencionalidades nos discursos políticos do período.

A organização da aula segue uma sequência didática em três momentos principais: contextualização, investigação guiada e sistematização. Na contextualização, o professor retoma brevemente o cenário da Proclamação da República e da Presidência de Deodoro da Fonseca, preparando o terreno para compreender por que o governo de Floriano é marcado por tanta instabilidade. Em seguida, na investigação guiada, os estudantes são divididos em grupos e recebem diferentes conjuntos de documentos para analisar, respondendo a questões que orientam a percepção dos conflitos entre governo central e estados, bem como a reação de grupos civis e militares.

Ao final da investigação, na etapa de sistematização, os grupos apresentam suas conclusões por meio de exposições orais curtas, painéis visuais ou infográficos digitais. O professor atua como mediador, conectando as falas dos alunos aos conceitos-chave (autoritarismo, República da Espada, revoltas da Armada e Federalista, centralização do poder) e corrigindo eventuais equívocos factuais. Essa dinâmica favorece a aprendizagem colaborativa e amplia a participação de estudantes com diferentes perfis, incluindo aqueles que se expressam melhor de forma visual ou oral, o que é coerente com as competências gerais da BNCC para o Ensino Médio.

Do ponto de vista pedagógico, a justificativa central dessa metodologia é aproximar o conteúdo de História das práticas de argumentação exigidas em vestibulares e no ENEM, sem abrir mão do rigor acadêmico. Ao analisar fontes, debater posições opostas sobre Floriano Peixoto e relacionar o passado a temas atuais — como intervenção militar na política, crise institucional e conflitos federativos — os alunos treinam competências de interpretação de texto, análise de gráficos e elaboração de argumentos, que são diretamente avaliadas em exames externos. Assim, o estudo do governo floriano torna-se um laboratório para exercitar competências de leitura e escrita crítica.

Além disso, a opção por integrar História com Geografia e Sociologia se fundamenta na necessidade de superar uma visão compartimentada do conhecimento. Discutir onde ocorreram as revoltas e quais grupos sociais foram afetados ajuda a compreender a dimensão territorial e social dos conflitos; articular essas discussões com conceitos sociológicos de poder, elite e cidadania amplia a capacidade dos alunos de enxergar a República Velha como um processo complexo, e não como uma simples sucessão de presidentes. Dessa forma, a metodologia reforça a formação de um olhar histórico sensível às desigualdades regionais e às disputas de projeto de país que marcam o período, contribuindo para uma educação cidadã crítica.

 

Preparo da aula: organização prévia do professor

Antes da realização da aula, é fundamental que o professor faça um planejamento cuidadoso, definindo com clareza quais aspectos do governo de Floriano Peixoto serão priorizados: a consolidação da República, o enfrentamento às revoltas (como Revolta da Armada e Revolução Federalista), o papel das Forças Armadas e a construção da imagem do “Marechal de Ferro”. A partir desses eixos, o docente pode selecionar trechos de livros didáticos, artigos acadêmicos de divulgação e materiais disponíveis em portais de universidades públicas, organizando um dossiê de apoio tanto para uso em sala quanto para estudo extraclasse.

Outro passo importante é a preparação dos recursos didáticos. O professor pode montar uma apresentação com linha do tempo do período, mapas que ilustrem a dimensão territorial das revoltas, charges de época e pequenos trechos de jornais do fim do século XIX. Esses materiais podem ser projetados ou impressos em estações de trabalho, de modo a favorecer atividades de análise de fontes históricas. Também é recomendável separar vídeos curtos ou podcasts que contextualizem a República da Espada, priorizando conteúdos com linguagem acessível aos alunos do ensino médio.

Em termos metodológicos, o professor deve planejar momentos distintos: uma breve exposição inicial para situar o contexto, seguida de atividades em grupo que estimulem a participação dos estudantes. Antes da aula, vale estruturar perguntas norteadoras para debate, como: “Em que medida o governo de Floriano pode ser considerado autoritário?” ou “Como as revoltas regionais expressam conflitos de poder na Primeira República?”. Essas questões podem ser impressas em fichas para os grupos ou projetadas no quadro, servindo como guia para a análise de documentos e para a discussão coletiva.

Também é recomendável antecipar estratégias de avaliação formativa. O professor pode elaborar uma ficha simples de acompanhamento, na qual registrará a participação dos alunos, a qualidade dos argumentos apresentados nos debates e a capacidade de relacionar o governo de Floriano a temas contemporâneos, como militarização da política e crise de representatividade. Além disso, pode preparar uma atividade final, como a produção de um pequeno texto opinativo ou um infográfico sobre o governo Floriano Peixoto, que permitirá verificar a apropriação dos conteúdos de forma mais criativa.

Por fim, a organização prévia inclui a previsão do tempo de cada etapa e a adaptação do plano à realidade da turma. Turmas com dificuldade de leitura podem demandar textos mais curtos e mediação mais intensa nas atividades de análise de fontes; já grupos mais avançados podem trabalhar com documentos mais complexos e tarefas de maior autonomia. Ao refletir sobre o perfil dos estudantes, o professor ajusta o nível de profundidade, escolhe exemplos mais próximos do cotidiano dos jovens e garante que o estudo do governo de Floriano Peixoto seja significativo e conectado aos desafios atuais da sociedade brasileira.

 

Introdução da aula (10 minutos): contextualização da República da Espada

Para iniciar a aula, proponha uma breve conversa diagnóstica perguntando aos estudantes o que eles lembram sobre a Proclamação da República e quem foram os primeiros presidentes do Brasil. Use as respostas para introduzir o conceito de República da Espada, explicando que se trata do período inicial da República em que militares, especialmente marechais do Exército, ocuparam o poder central e conduziram o processo de consolidação do novo regime. Deixe claro que o governo de Floriano Peixoto se insere exatamente nesse contexto de transição entre Império e República.

Explique, em seguida, que a República da Espada não foi um momento de estabilidade, mas sim de intensos conflitos políticos e sociais. A população ainda se adaptava ao fim da monarquia, as antigas elites imperiais tentavam manter sua influência e novos grupos disputavam espaço no poder republicano. Nesse cenário, os militares se viam como guardiões da ordem e do novo regime, o que ajuda a entender a postura mais autoritária de líderes como Floriano Peixoto.

Vale retomar rapidamente o governo de Deodoro da Fonseca, primeiro presidente, destacando as crises políticas, o fechamento do Congresso e a forte oposição civil e militar que o levaram à renúncia. A partir daí, contextualize a chegada de Floriano à presidência, sublinhando que ele assume em meio a grande instabilidade, o que alimenta a ideia de que era necessário um “pulso firme” para manter a República. Essa transição ajuda os alunos a perceberem continuidade e ruptura entre os dois primeiros presidentes.

Para tornar a contextualização mais envolvente, projete ou distribua um mapa do Brasil no final do século XIX e marque as principais regiões que viveriam conflitos durante o governo Floriano, como o Sul (Revolução Federalista) e o litoral (Revolta da Armada). Isso permitirá que os alunos visualizem a dimensão territorial da crise, conectando História e Geografia, e compreendam que a República da Espada não foi apenas um fenômeno político em Brasília ou no Rio de Janeiro, mas algo que afetou diversas províncias transformadas em estados.

Por fim, apresente aos estudantes os objetivos da aula: compreender o contexto da República da Espada, analisar as ações de Floriano Peixoto à luz das tensões daquele período e discutir as diferentes interpretações sobre sua figura histórica. Enfatize que, ao longo da aula, eles serão convidados a comparar narrativas e fontes, desenvolvendo um olhar crítico sobre o papel dos militares na política brasileira e sobre os limites entre ordem, autoridade e autoritarismo.

 

Atividade principal (30–35 minutos): investigação em grupos e debate

Para a atividade principal, organize a turma em pequenos grupos (3 a 5 estudantes) e distribua diferentes tipos de fontes relacionadas ao governo de Floriano Peixoto: trechos de jornais da época, fragmentos de discursos oficiais, mapas das revoltas (Revolta da Armada, Revolução Federalista), além de sínteses de historiadores com interpretações divergentes sobre o “Marechal de Ferro”. Explique que cada grupo deverá atuar como uma pequena “equipe de investigação histórica”, comparando as fontes e identificando quais interesses, medos e projetos políticos aparecem nelas.

Cada grupo pode receber um foco específico de análise, para garantir diversidade na investigação: um grupo se dedica à repressão das revoltas e ao papel das Forças Armadas; outro examina a relação entre governo central e estados; um terceiro analisa a imagem pública de Floriano (herói da República x governante autoritário); e outro se volta para os impactos sociais, como a participação ou exclusão de diferentes setores da população. Oriente os estudantes a registrar suas conclusões em tópicos, destacando evidências das fontes que sustentem seus argumentos.

Após esse momento de investigação, conduza um breve seminário interno: peça que cada grupo apresente, em 3 a 4 minutos, o que descobriu, mencionando pelo menos uma fonte utilizada e explicando como ela ajudou a construir suas hipóteses sobre o período. Incentive que outros grupos façam perguntas e contrapontos, destacando que a História é um campo de debate e que a mesma figura histórica pode ser interpretada de maneiras distintas a partir de diferentes documentos e interesses políticos.

Em seguida, promova um debate orientado com toda a turma, tomando como eixo uma questão-problema, por exemplo: “O governo Floriano Peixoto foi mais importante para consolidar a República ou para fortalecer práticas autoritárias?” Escreva no quadro os principais argumentos “a favor” e “contra” que surgirem, ajudando os alunos a conectar suas falas às evidências analisadas anteriormente. Esse momento deve valorizar a escuta, a argumentação fundamentada e o respeito à diversidade de opiniões.

Finalize a atividade com uma breve sistematização: peça que cada estudante produza, individualmente, um parágrafo-resumo em que apresente sua posição sobre o governo de Floriano, apoiada em ao menos duas evidências discutidas na aula (fontes, dados ou interpretações de historiadores). Essa produção escrita servirá tanto como registro de aprendizagem quanto como base para revisões futuras, especialmente para vestibulares e ENEM, reforçando a capacidade de argumentar historicamente sobre o início da República Velha.

 

Fechamento da aula (5–10 minutos), avaliação e feedback

Nos minutos finais da aula, retome com a turma os principais pontos trabalhados sobre o governo de Floriano Peixoto, pedindo que os próprios estudantes enumerem, oralmente, os tópicos que consideram mais importantes: contexto da República da Espada, principais revoltas, medidas autoritárias e disputas políticas. O objetivo é transformar o fechamento em um breve exercício de síntese coletiva, ajudando a fixar conceitos-chave e a organizar a linha do tempo dos acontecimentos abordados.

Em seguida, proponha uma avaliação rápida e formativa, que pode ser feita por meio de uma atividade escrita de 3 a 5 minutos (como um “parágrafo argumentativo relâmpago”) ou de um questionário com 3–4 questões objetivas e discursivas curtas. Foque em perguntas que estimulem a interpretação histórica, como: em que medida o governo de Floriano pode ser visto como autoritário? Quais grupos sociais foram mais impactados pelas suas decisões? Essa avaliação deve servir mais como diagnóstico de aprendizagem do que como instrumento punitivo.

Reserve também um momento para que os alunos deem feedback sobre a aula: o que facilitou a compreensão do tema, quais atividades foram mais interessantes (análise de fontes, debate, produção em grupo) e o que poderia ser diferente numa próxima aula sobre a República Velha. Esse feedback pode ser coletado oralmente, em roda rápida, ou de forma anônima, em pequenos papéis ou formulário digital, incentivando a participação sincera.

Para consolidar a aprendizagem e apontar continuidade, apresente uma breve conexão com próximos conteúdos, como a transição para o governo de Prudente de Morais e o aprofundamento das tensões federativas e sociais na Primeira República. Indique ainda materiais complementares gratuitos (vídeos de universidades públicas, textos de divulgação histórica, mapas e linhas do tempo interativos) para que os estudantes aprofundem, em casa, aspectos que mais chamaram sua atenção, fortalecendo a autonomia de estudo.

Por fim, finalize reforçando a importância de analisar criticamente figuras históricas como Floriano Peixoto, evitando visões maniqueístas. Destaque que compreender as contradições de seu governo – entre ordem e autoritarismo, estabilidade institucional e repressão – ajuda a ler melhor não apenas o passado, mas também debates atuais sobre democracia, papel das Forças Armadas e conflitos entre poderes na política brasileira.

 

Resumo para os alunos e conexões interdisciplinares

Para os alunos, o governo de Floriano Peixoto pode ser compreendido como um momento decisivo na consolidação da República no Brasil. Segundo presidente da República e primeiro a assumir o cargo sem eleição direta, Floriano governou em meio a intensas crises políticas e rebeliões, como a Revolta da Armada e a Revolução Federalista. Seu estilo firme rendeu-lhe o apelido de “Marechal de Ferro”, e é justamente essa combinação de autoritarismo e defesa da nova ordem republicana que deve ser analisada criticamente em sala de aula.

Um bom resumo para estudo deve destacar três eixos principais: a conjuntura política (disputas entre civis e militares, instabilidade institucional e questionamentos à legalidade de seu mandato), os conflitos regionais (especialmente no Sul e no litoral) e as medidas de controle social e repressão adotadas contra opositores. É importante que os alunos percebam como as decisões de Floriano afetaram diferentes grupos sociais, como militares, elites regionais, camadas populares urbanas e imprensa, criando narrativas contraditórias sobre seu legado histórico.

Esse conteúdo dialoga diretamente com a Geografia, pois as revoltas do período não ocorreram de forma homogênea pelo território. Ao localizar no mapa regiões atingidas pela Revolta da Armada e pela Revolução Federalista, os alunos podem entender melhor as diferenças regionais, os interesses das oligarquias locais e a dificuldade de integração nacional no início da República. Mapas, linhas do tempo e gráficos populacionais ajudam a enxergar o governo de Floriano como parte de um processo mais amplo de formação do Estado brasileiro.

Há também forte conexão com a Sociologia, ao discutir temas como centralização do poder, papel das Forças Armadas na política, formação das elites e limites da participação popular na recém-instalada República. Debates sobre autoritarismo, legalidade e legitimidade do governo de Floriano permitem aproximar o conteúdo histórico de questões contemporâneas, como golpes de Estado, intervenção militar e crise de representatividade. Assim, a aula deixa de ser apenas uma sucessão de fatos passados e se torna um espaço de reflexão sobre democracia e cidadania.

Por fim, o professor pode propor atividades interdisciplinares, como a leitura de trechos de jornais da época (Linguagens), a análise de caricaturas políticas e charges (Arte) e a produção de podcasts ou mapas interativos (Tecnologia). Essas práticas ajudam os alunos a fixar o resumo de forma mais significativa e a construir conexões entre História, Geografia, Sociologia e outras áreas, preparando-os melhor para vestibulares, ENEM e, principalmente, para interpretar criticamente a realidade em que vivem.

 

Rodrigo Terra

Com formação inicial em Física, especialização em Ciências Educacionais com ênfase em Tecnologia Educacional e Docência, e graduação em Ciências de Dados, construí uma trajetória sólida que une educação, tecnologias ee inovação. Desde 2001, dedico-me ao campo educacional, e desde 2019, atuo também na área de ciência de dados, buscando sempre encontrar soluções focadas no desenvolvimento humano. Minha experiência combina um profundo conhecimento em educação com habilidades técnicas em dados e programação, permitindo-me criar soluções estratégicas e práticas. Com ampla vivência em análise de dados, definição de métricas e desenvolvimento de indicadores, acredito que a formação transdisciplinar é essencial para preparar indivíduos conscientes e capacitados para os desafios do mundo contemporâneo. Apaixonado por café e boas conversas, sou movido pela curiosidade e pela busca constante de novas ideias e perspectivas. Minha missão é contribuir para uma educação que inspire pensamento crítico, estimule a criatividade e promova a colaboração.

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