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ODS 1 – Erradicação da Pobreza: Caminhos para um mundo mais justo

Como referenciar este texto: ODS 1 – Erradicação da Pobreza: Caminhos para um mundo mais justo’. Rodrigo Terra. Publicado em: 11/08/2025. Link da postagem: https://www.makerzine.com.br/educacao/ods-1-erradicacao-da-pobreza-caminhos-para-um-mundo-mais-justo/.

Conteúdos que você verá nesta postagem

A ODS 1 – Erradicação da Pobreza é o primeiro dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável estabelecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU) na Agenda 2030. Seu propósito é ambicioso e fundamental: acabar com a pobreza em todas as suas formas e em todos os lugares, garantindo que nenhuma pessoa viva sem condições mínimas de dignidade e bem-estar.

A pobreza vai muito além da falta de renda. Ela envolve a ausência de acesso a direitos básicos como alimentação adequada, moradia segura, educação de qualidade, saúde, saneamento e oportunidades de trabalho digno. Trata-se de um fenômeno complexo e multifacetado, que exige ações coordenadas em diversas áreas.

No contexto global, milhões de pessoas ainda vivem com menos de US$ 2,15 por dia — linha de pobreza extrema definida pelo Banco Mundial. No Brasil, embora haja avanços, desafios persistem, especialmente em regiões com maiores índices de desigualdade social e menor acesso a serviços públicos.

Erradicar a pobreza não é apenas uma meta social, mas também uma necessidade para a construção de sociedades mais justas, inclusivas e sustentáveis. E a educação desempenha papel central nesse processo: formar cidadãos conscientes, críticos e participativos é essencial para romper o ciclo da exclusão social e criar oportunidades para todos.

O que é a ODS 1 – Erradicação da Pobreza

A ODS 1 – Erradicação da Pobreza é um compromisso global firmado em 2015 por todos os países-membros da Organização das Nações Unidas (ONU), dentro da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável. Seu objetivo central é claro: eliminar a pobreza em todas as suas formas e em todos os lugares até o ano de 2030.

O texto da ODS 1 reconhece que a pobreza não se limita à falta de renda, mas inclui a privação de direitos e oportunidades que impedem as pessoas de viverem com dignidade. Por isso, as metas estabelecidas vão além da simples melhoria econômica: elas abrangem desde o acesso a serviços básicos até o fortalecimento da proteção social e a resiliência das populações vulneráveis.

Entre as principais metas da ODS 1, destacam-se:

  • Erradicar a pobreza extrema, definida atualmente como viver com menos de US$ 2,15 por dia.

  • Reduzir pela metade a proporção de pessoas vivendo em situação de pobreza em todas as suas dimensões, conforme definições nacionais.

  • Garantir acesso universal a sistemas de proteção social, incluindo pisos mínimos de renda, seguros e assistência para todos.

  • Construir a resiliência das pessoas pobres e em situação de vulnerabilidade, protegendo-as contra desastres naturais, crises econômicas e outros choques.

A ODS 1 também ressalta que nenhum país pode alcançar um desenvolvimento verdadeiramente sustentável se não enfrentar de forma direta as causas e consequências da pobreza. Isso implica ações integradas e intersetoriais, conectando políticas de educação, saúde, habitação, emprego e inclusão social.

Causas e desafios da pobreza

A pobreza é resultado de uma combinação de fatores estruturais, históricos e conjunturais que variam conforme o contexto de cada país ou região. Compreender suas causas é essencial para planejar estratégias eficazes de erradicação.

Entre as principais causas estruturais, destacam-se:

  • Desigualdade social e econômica: concentração de renda e oportunidades em um pequeno grupo, enquanto a maioria da população enfrenta barreiras para acessar recursos e serviços.

  • Falta de acesso a direitos básicos: ausência de saneamento, moradia digna, alimentação adequada, educação de qualidade e serviços de saúde compromete o desenvolvimento humano e perpetua a exclusão.

  • Discriminação e exclusão social: preconceitos relacionados a gênero, raça, etnia, deficiência ou origem geográfica que restringem o acesso a oportunidades de estudo e trabalho.

Entre os fatores conjunturais, podemos citar:

  • Crises econômicas: reduzem a oferta de empregos, afetam salários e aumentam o custo de vida, levando mais pessoas à pobreza.

  • Conflitos armados e instabilidade política: destroem infraestrutura, provocam deslocamentos forçados e dificultam o acesso a bens essenciais.

  • Mudanças climáticas e desastres naturais: secas, enchentes, tempestades e outros eventos extremos atingem de forma mais severa as comunidades vulneráveis, que já possuem menos recursos para se recuperar.

O desafio de erradicar a pobreza é agravado por um ciclo de exclusão: quem nasce em famílias pobres geralmente tem menos acesso a oportunidades, o que dificulta romper essa condição ao longo da vida. Além disso, políticas públicas isoladas ou descontínuas tendem a produzir resultados limitados, reforçando a necessidade de ações integradas e de longo prazo.

Ações e estratégias para erradicar a pobreza

Erradicar a pobreza exige políticas públicas consistentes, ações comunitárias coordenadas e participação ativa da sociedade civil. A ODS 1 propõe um conjunto de caminhos que, combinados, podem gerar impacto duradouro.

Fortalecimento de políticas públicas e programas sociais

  • Transferência de renda: programas como o Bolsa Família, no Brasil, garantem um mínimo de recursos para famílias em situação de vulnerabilidade, permitindo acesso a alimentação, educação e saúde.

  • Proteção social: criação e manutenção de sistemas que ofereçam seguros, pensões e assistência emergencial para quem enfrenta crises econômicas ou desastres naturais.

Geração de emprego e inclusão produtiva

  • Capacitação profissional: cursos e treinamentos que aumentam as chances de inserção no mercado de trabalho.

  • Apoio ao empreendedorismo: incentivo a micro e pequenos negócios, incluindo acesso a microcrédito e consultoria.

  • Economia solidária: fortalecimento de cooperativas e associações que valorizam o trabalho coletivo e o comércio justo.

Acesso universal a serviços básicos

  • Investimentos em educação, saúde, saneamento básico e moradia digna, com foco especial em áreas rurais e periferias urbanas.

  • Programas de alimentação escolar e segurança alimentar para garantir que nenhuma criança estude com fome.

Parcerias multissetoriais

  • Colaboração entre governos, empresas, organizações não governamentais e universidades para desenvolver soluções inovadoras e ampliar o alcance das ações.

  • Projetos de responsabilidade social corporativa que financiem iniciativas de combate à pobreza.

Enfoque na resiliência

  • Preparar comunidades para lidar com crises, garantindo recursos e conhecimento para minimizar impactos de desastres naturais, mudanças climáticas ou recessões econômicas.

Para professores, trabalhar esses tópicos em sala de aula significa mostrar aos alunos que a erradicação da pobreza é possível, mas depende da ação conjunta de todos — desde grandes organizações internacionais até iniciativas locais lideradas pela própria comunidade.

O papel da educação e da tecnologia

A educação é uma das ferramentas mais poderosas para quebrar o ciclo da pobreza. Ao garantir acesso a ensino de qualidade, é possível ampliar oportunidades, desenvolver competências e estimular a participação cidadã. Pessoas com mais anos de estudo têm maiores chances de conseguir empregos estáveis, com melhores salários, e de contribuir para o desenvolvimento econômico e social de suas comunidades.

Educação como chave para a transformação

  • Formação básica sólida: garantir que todas as crianças concluam a educação primária e secundária, com aprendizado efetivo em áreas essenciais como leitura, matemática e pensamento crítico.

  • Educação inclusiva: assegurar que alunos com deficiência, pertencentes a minorias étnicas ou vivendo em áreas isoladas tenham as mesmas oportunidades de aprendizado.

  • Educação para a cidadania: promover valores como empatia, respeito, solidariedade e participação social, essenciais para combater a exclusão e a desigualdade.

Tecnologia como aceleradora da inclusão

  • Plataformas de ensino online: oferecem acesso a conteúdos e cursos gratuitos, mesmo em regiões com poucos recursos educacionais presenciais.

  • Ferramentas digitais colaborativas: permitem que estudantes desenvolvam projetos em conjunto, troquem conhecimentos e participem de redes de aprendizagem.

  • Inovação social: aplicativos e sistemas que conectam pessoas a oportunidades de emprego, microcrédito ou capacitação profissional.

No contexto escolar, professores podem integrar recursos tecnológicos gratuitos para ampliar o alcance da aprendizagem. Iniciativas como laboratórios de informática comunitários, uso de dispositivos móveis para pesquisa e participação em projetos globais de educação digital ajudam a preparar os estudantes para um mundo em que o conhecimento e a conectividade são motores de transformação social.

Como contribuir individualmente e coletivamente

A erradicação da pobreza é um desafio global, mas também uma responsabilidade local. Pequenas ações, quando multiplicadas, podem gerar grande impacto. Professores, alunos, famílias e comunidades podem atuar juntos para promover inclusão e apoiar quem mais precisa.

Ações individuais

  • Praticar o consumo consciente: priorizar produtos e serviços de empresas que adotam práticas sociais e ambientais responsáveis.

  • Doar tempo e conhecimento: oferecer aulas de reforço, mentorias ou oficinas para pessoas em situação de vulnerabilidade.

  • Apoiar iniciativas locais: comprar de produtores e comerciantes da própria comunidade, fortalecendo a economia local.

Ações coletivas

  • Campanhas de arrecadação: mobilizar a escola para coletar alimentos, roupas e materiais escolares para famílias necessitadas.

  • Projetos escolares solidários: criar hortas comunitárias, bazares ou oficinas de capacitação, envolvendo estudantes no planejamento e execução.

  • Parcerias comunitárias: trabalhar junto com associações de bairro, ONGs e órgãos públicos para mapear necessidades e implementar soluções.

Exemplos para o ambiente escolar

  • Semana de Solidariedade: uma programação anual com palestras, debates e ações práticas sobre pobreza e inclusão social.

  • Projetos interdisciplinares: integrar temas de geografia, história, sociologia e matemática para analisar dados sobre pobreza e propor soluções criativas.

  • Uso de tecnologia para o bem: desenvolver aplicativos simples ou blogs para divulgar oportunidades de emprego e cursos gratuitos para a comunidade.

Ao envolver alunos em ações concretas, a escola se torna um espaço de transformação social, formando cidadãos ativos e conscientes do papel que desempenham na construção de um futuro mais justo.

Integração com outras ODS

A ODS 1 – Erradicação da Pobreza está profundamente conectada com diversos outros Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Essa interligação mostra que não é possível acabar com a pobreza sem atuar simultaneamente em outras áreas-chave.

ODS 2 – Fome Zero e Agricultura Sustentável
Sem segurança alimentar, as pessoas não conseguem se desenvolver plenamente. Combater a fome e promover sistemas agrícolas sustentáveis é essencial para reduzir a pobreza, especialmente em áreas rurais.

ODS 3 – Saúde e Bem-Estar
Pessoas em situação de pobreza têm menos acesso a serviços de saúde e são mais vulneráveis a doenças. Melhorar a saúde contribui para a produtividade e a capacidade de gerar renda.

ODS 4 – Educação de Qualidade
O acesso à educação é um dos principais meios para quebrar o ciclo da pobreza, proporcionando melhores oportunidades de trabalho e participação social.

ODS 6 – Água Potável e Saneamento
A falta de acesso a água limpa e saneamento adequado afeta diretamente a saúde e a qualidade de vida, perpetuando a pobreza.

ODS 8 – Trabalho Decente e Crescimento Econômico
Gerar empregos dignos e inclusivos é fundamental para que as pessoas possam sair da pobreza de forma sustentável.

ODS 10 – Redução das Desigualdades
Combater as desigualdades sociais e econômicas é um passo direto para a erradicação da pobreza e para a promoção de uma sociedade mais justa.

ODS 13 – Ação Contra a Mudança Global do Clima
Eventos climáticos extremos afetam mais severamente as populações pobres. Medidas de mitigação e adaptação são essenciais para proteger essas comunidades.

Ao integrar ações da ODS 1 com outras ODS, cria-se um efeito multiplicador: avanços em uma área impulsionam o progresso nas demais, acelerando o alcance das metas da Agenda 2030.

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Rodrigo Terra

Com formação inicial em Física, especialização em Ciências Educacionais com ênfase em Tecnologia Educacional e Docência, e graduação em Ciências de Dados, construí uma trajetória sólida que une educação, tecnologias ee inovação. Desde 2001, dedico-me ao campo educacional, e desde 2019, atuo também na área de ciência de dados, buscando sempre encontrar soluções focadas no desenvolvimento humano. Minha experiência combina um profundo conhecimento em educação com habilidades técnicas em dados e programação, permitindo-me criar soluções estratégicas e práticas. Com ampla vivência em análise de dados, definição de métricas e desenvolvimento de indicadores, acredito que a formação transdisciplinar é essencial para preparar indivíduos conscientes e capacitados para os desafios do mundo contemporâneo. Apaixonado por café e boas conversas, sou movido pela curiosidade e pela busca constante de novas ideias e perspectivas. Minha missão é contribuir para uma educação que inspire pensamento crítico, estimule a criatividade e promova a colaboração.

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