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ODS 9 – Indústria, Inovação e Infraestrutura: Construindo um futuro resiliente e sustentável

Como referenciar este texto: ODS 9 – Indústria, Inovação e Infraestrutura: Construindo um futuro resiliente e sustentável’. Rodrigo Terra. Publicado em: 13/08/2025. Link da postagem: https://www.makerzine.com.br/educacao/ods-9-industria-inovacao-e-infraestrutura-construindo-um-futuro-resiliente-e-sustentavel/.

Conteúdos que você verá nesta postagem

A ODS 9 – Indústria, Inovação e Infraestrutura tem como objetivo impulsionar o desenvolvimento econômico e social por meio da construção de infraestruturas resilientes, da promoção de uma industrialização inclusiva e sustentável e do fomento à inovação. Essa meta reconhece que a criação e manutenção de sistemas modernos e eficientes é fundamental para conectar pessoas, facilitar o comércio, apoiar a produção e garantir o acesso a serviços essenciais.

Infraestruturas bem planejadas e mantidas — como rodovias, ferrovias, redes de energia, sistemas de comunicação e saneamento — são a base para o crescimento de cidades e comunidades. Aliadas à inovação tecnológica, elas possibilitam soluções mais limpas, eficientes e acessíveis, contribuindo para a redução de impactos ambientais e para o fortalecimento de economias locais.

A industrialização, quando orientada para a sustentabilidade, pode gerar empregos de qualidade, reduzir desigualdades regionais e estimular cadeias produtivas mais responsáveis. Ao mesmo tempo, investir em pesquisa e desenvolvimento é essencial para criar novas tecnologias, adaptar processos produtivos e enfrentar desafios globais, como a mudança climática e a escassez de recursos naturais.

Em resumo, a ODS 9 atua como um elo entre progresso econômico, justiça social e proteção ambiental, reforçando que o futuro depende de soluções inovadoras apoiadas por uma infraestrutura sólida e acessível para todos.

O que é a ODS 9

A ODS 9 – Indústria, Inovação e Infraestrutura faz parte da Agenda 2030 da ONU e busca garantir que o crescimento econômico e social esteja apoiado em estruturas resilientes, tecnologias sustentáveis e processos inovadores. O objetivo é que todos os países, independentemente de seu nível de desenvolvimento, possam construir e manter sistemas que atendam às necessidades da população de forma inclusiva e ambientalmente responsável.

Essa ODS engloba três pilares centrais:

  • Indústria – Promover uma industrialização inclusiva e sustentável, que gere empregos de qualidade, utilize recursos de forma eficiente e reduza impactos ambientais. Isso inclui incentivar práticas de economia circular, modernizar instalações e apoiar setores estratégicos como energias renováveis, transporte limpo e manufatura avançada.

 

  • Inovação – Estimular a pesquisa, o desenvolvimento e a aplicação de novas tecnologias que aumentem a produtividade, melhorem serviços e solucionem desafios globais. Isso envolve tanto inovação tecnológica (como automação e inteligência artificial) quanto inovação social, que busca melhorar a vida das pessoas com novas abordagens e práticas.

 

  • Infraestrutura – Desenvolver e manter sistemas físicos e digitais, como estradas, portos, redes elétricas, telecomunicações e saneamento, garantindo que sejam acessíveis, seguros, modernos e resilientes a desastres naturais ou crises.

 

A ODS 9 reconhece que a inovação e a infraestrutura de qualidade são motores para o desenvolvimento econômico sustentável, capazes de gerar progresso em diversas outras áreas, como educação, saúde, transporte e meio ambiente.

Desafios globais

Apesar dos avanços tecnológicos e da expansão da conectividade no mundo, a implementação da ODS 9 enfrenta desafios significativos que variam de acordo com o nível de desenvolvimento econômico e a realidade social de cada país. Esses obstáculos dificultam o acesso universal a infraestruturas modernas, a inovação tecnológica e a industrialização sustentável.

 

Desigualdade no acesso à infraestrutura
Muitas regiões, especialmente em países de baixa renda, ainda carecem de estradas pavimentadas, redes elétricas confiáveis, sistemas de abastecimento de água e saneamento básico. A falta desses serviços limita o crescimento econômico, restringe o comércio e dificulta o acesso a oportunidades de educação e saúde.

 

Baixo investimento em pesquisa e desenvolvimento (P&D)
Em diversos países, o investimento em inovação tecnológica é insuficiente. Isso resulta em menor competitividade global, atraso na adoção de tecnologias limpas e dependência de soluções importadas, o que aumenta os custos e limita o potencial de adaptação local.

 

Impacto ambiental da indústria
Indústrias que ainda operam com modelos poluentes contribuem para emissões de gases de efeito estufa, poluição hídrica e degradação de ecossistemas. A transição para processos mais limpos exige investimentos altos e políticas públicas consistentes.

 

Desafios da transformação digital
Embora a digitalização abra novas oportunidades de crescimento, ela também pode acentuar desigualdades, já que comunidades sem acesso à internet ou com baixa alfabetização digital ficam excluídas dos benefícios da economia digital.

 

Vulnerabilidade a crises e desastres
Infraestruturas frágeis estão mais expostas a colapsos em situações de desastres naturais, pandemias ou crises econômicas, comprometendo serviços essenciais e a continuidade de cadeias produtivas.

 

Superar esses desafios exige cooperação internacional, políticas públicas alinhadas à sustentabilidade e incentivos para que empresas e governos invistam em soluções inovadoras e inclusivas.

Metas e indicadores

A ODS 9 está estruturada em metas definidas pela ONU para orientar políticas públicas e ações privadas em direção a uma industrialização inclusiva e sustentável, ao fortalecimento da infraestrutura e ao estímulo à inovação. A seguir, as principais metas e alguns indicadores utilizados para acompanhar o progresso:

 

Metas principais

  • Desenvolver infraestrutura de qualidade, confiável, sustentável e resiliente

    • Garantir acesso equitativo a infraestrutura moderna e segura para todos, priorizando regiões mais vulneráveis.

  • Promover a industrialização inclusiva e sustentável

    • Aumentar a participação da indústria no PIB e na geração de empregos, especialmente em países em desenvolvimento.

  • Aumentar o acesso de pequenas indústrias e empresas a serviços financeiros

    • Facilitar crédito acessível, integração em cadeias de valor e acesso a mercados nacionais e internacionais.

  • Modernizar a infraestrutura e adaptar indústrias para maior sustentabilidade

    • Aumentar a eficiência no uso de recursos e adotar tecnologias limpas e ambientalmente corretas.

  • Aumentar a pesquisa científica e a capacidade tecnológica

    • Expandir investimentos em inovação, especialmente em países em desenvolvimento, e fortalecer parcerias científicas internacionais.

  • Apoiar o desenvolvimento de tecnologias e indústrias sustentáveis
    • Incentivar a transferência de tecnologia e o compartilhamento de boas práticas produtivas.

 

Indicadores globais (exemplos)

  • Percentual de estradas pavimentadas em relação à rede total.

  • Participação da indústria no PIB e na geração de empregos.

  • Gastos em pesquisa e desenvolvimento como percentual do PIB.

  • Proporção de pequenas empresas com acesso a empréstimos ou linhas de crédito.

  • Intensidade de emissão de CO₂ por unidade de valor adicionado da indústria.

  • Número de pesquisadores e cientistas por milhão de habitantes.

 

O acompanhamento dessas metas é essencial para medir os avanços, identificar gargalos e direcionar investimentos para as áreas mais críticas, sempre alinhando crescimento econômico com inclusão social e preservação ambiental.

Exemplos e boas práticas

A implementação bem-sucedida da ODS 9 requer ações integradas que combinem tecnologia, sustentabilidade e inclusão social. Diversos países, empresas e organizações têm desenvolvido projetos inspiradores que mostram como a indústria, a inovação e a infraestrutura podem transformar realidades.

 

Ruanda – Expansão da conectividade digital
Ruanda investiu fortemente na expansão de redes de internet de alta velocidade para zonas rurais, permitindo que escolas, hospitais e pequenas empresas tenham acesso a serviços online. Essa estratégia fortaleceu a economia local e ampliou oportunidades educacionais e de saúde.

 

Brasil – Programa de Apoio à Inovação Tecnológica nas Micro e Pequenas Empresas (PAPPE)
Esse programa financia projetos de inovação desenvolvidos por pequenas empresas, incentivando soluções sustentáveis, como novos materiais biodegradáveis e tecnologias para reaproveitamento de resíduos industriais.

 

Alemanha – Indústria 4.0 e eficiência energética
Combinando automação, inteligência artificial e sistemas ciberfísicos, a Alemanha lidera a transição para fábricas inteligentes, reduzindo consumo de energia e aumentando a produtividade com menor impacto ambiental.

 

Índia – Infraestrutura sustentável de transporte ferroviário
A Índia investiu em trens elétricos e sistemas de sinalização inteligentes, reduzindo emissões de carbono e aumentando a eficiência no transporte de passageiros e cargas.

 

Quênia – Energia solar para microempreendimentos
Projetos de energia solar descentralizada têm permitido que empreendedores locais abram negócios em comunidades sem acesso à rede elétrica, gerando emprego e renda.

 

União Europeia – Parcerias de inovação para economia circular
Empresas e universidades têm desenvolvido tecnologias para reaproveitar resíduos industriais, transformando-os em matéria-prima para novos produtos, fechando o ciclo produtivo e reduzindo desperdícios.

 

Esses exemplos mostram que, quando governos, setor privado e sociedade civil trabalham juntos, é possível criar soluções que impulsionam o crescimento econômico, melhoram a qualidade de vida e preservam o meio ambiente.

Ações práticas para professores e escolas

Objetivos de aprendizagem (alunos)

  • Compreender o papel da infraestrutura e da inovação no desenvolvimento sustentável.

  • Aplicar metodologia de projeto (definir problema, idear, prototipar, testar).

  • Integrar conhecimentos de ciências, matemática, tecnologia e linguagem para resolver problemas reais da escola/comunidade.

 

Atividades “mão na massa” (1–2 aulas)

  • Auditoria de infraestrutura da escola: equipes mapeiam iluminação, acessibilidade, conectividade, água e resíduos; geram um quadro de “forças, fraquezas e oportunidades”.

  • Linha do tempo da inovação local: pesquisa rápida sobre tecnologias que transformaram o bairro/cidade (transporte, saneamento, internet).

  • Desafio do canudo e da ponte: construir mini-pontes com materiais simples (papel, palitos) e medir capacidade de carga → discutir conceitos de engenharia e eficiência de materiais.

 

Projetos de curta duração (1–2 semanas)

  • Mapa da Conectividade: usando celular/computador, medir pontos de Wi-Fi/4G no entorno e propor melhorias de acesso digital (cartaz/relatório).

  • Energia e eficiência na sala: medir consumo de equipamentos, elaborar plano de redução (troca de lâmpadas, hábitos, timers).

  • Logística do lanche: observar fluxo de entrega/armazenamento; sugerir ajustes para reduzir desperdícios e tempo (mini “estudo de processos”).

 

Projetos de média duração (3–6 semanas)

  • Hidroponia/irrigação por gotejamento de baixo custo: protótipo com reuso de garrafas; sensores simples (se disponíveis) para monitorar umidade.

  • Estação meteorológica escolar ou pluviômetro artesanal: integrar dados ao planejamento de hortas e drenagem.

  • Maker/desenho 3D: desenvolver (e, se possível, imprimir) peças de reposição ou suportes úteis (porta-álcool gel, organizadores de cabos).

 

Integração por disciplinas

  • Matemática: custos, payback, gráficos de consumo e produtividade.

  • Ciências/Tech: materiais, sensores, automação simples (microcontroladores, se houver).

  • Geografia: infraestrutura urbana/regional e desigualdades de acesso.

  • Português: relatório técnico, infográficos e pitch para a comunidade.

  • Artes: design de protótipos e comunicação visual.

  • História/Sociologia: impactos sociais da industrialização e da inovação.

 

Produtos finais (divulgação)

  • Feira de Inovação da ODS 9: estandes com protótipos, dados e propostas.

  • Painel antes/depois: fotos, medições e ganhos estimados.

  • Pitch de 3 minutos: problema → solução → impacto → custos.

 

Avaliação (rubrica simples)

  1. Relevância do problema (0–2): responde a uma dor real da escola/comunidade?

  2. Rigor e dados (0–2): mediu, comparou, registrou?

  3. Criatividade e viabilidade (0–2): solução original e aplicável?

  4. Trabalho em equipe (0–2): colaboração e divisão de tarefas.

  5. Comunicação (0–2): clareza do relatório/pitch/visual.

 

Inclusão e acessibilidade

  • Garantir papéis distintos (pesquisa, medição, design, comunicação) para participação ampla.

  • Prototipagem com materiais de baixo custo; versões táteis/visuais dos resultados.

 

Parcerias e extensão

  • Convidar engenheiros locais, universidades ou secretarias municipais para mentorias curtas.

  • Visita técnica (in loco ou virtual) a estação de tratamento, fábrica, hub de inovação.

 

Roteiro sugerido (3 encontros de 50 min)

  • Aula 1: escolher problema + planejar medições.

  • Aula 2: coletar dados + rascunhar soluções.

  • Aula 3: prototipar rápido + apresentar pitch + combinar próximos passos.

Integração com outras ODS

A ODS 9 – Indústria, Inovação e Infraestrutura está fortemente interligada com diversos outros objetivos da Agenda 2030, pois a criação de estruturas resilientes, sustentáveis e tecnologicamente avançadas é fundamental para o crescimento econômico inclusivo e para a resolução de desafios sociais e ambientais.

ODS 1 – Erradicação da Pobreza
Infraestruturas modernas e acesso a tecnologias impulsionam oportunidades econômicas e reduzem desigualdades, especialmente em regiões vulneráveis.

ODS 2 – Fome Zero e Agricultura Sustentável
Tecnologias inovadoras no setor agrícola melhoram a produtividade, otimizam o uso de recursos e fortalecem cadeias de abastecimento sustentáveis.

ODS 3 – Saúde e Bem-Estar
Hospitais e centros de saúde dependem de infraestrutura eficiente para oferecer serviços de qualidade, desde saneamento até tecnologias médicas avançadas.

ODS 4 – Educação de Qualidade
Ambientes educacionais bem equipados, conectados e acessíveis são essenciais para o aprendizado moderno e para a inclusão digital.

ODS 6 – Água Potável e Saneamento
Sistemas inovadores de tratamento e distribuição de água garantem acesso universal e sustentável a recursos hídricos seguros.

ODS 7 – Energia Limpa e Acessível
A modernização da infraestrutura energética, com redes inteligentes e fontes renováveis, é vital para reduzir impactos ambientais e ampliar o acesso.

ODS 8 – Trabalho Decente e Crescimento Econômico
Indústrias sustentáveis e setores de inovação geram empregos de qualidade e fortalecem economias locais e globais.

ODS 11 – Cidades e Comunidades Sustentáveis
Infraestruturas urbanas bem planejadas e integradas melhoram mobilidade, segurança, resiliência e qualidade de vida.

ODS 12 – Consumo e Produção Responsáveis
Tecnologias e processos industriais eficientes reduzem desperdícios, poluição e uso de recursos naturais.

ODS 13 – Ação Contra a Mudança Global do Clima
Inovações em transporte, energia e construção contribuem para mitigar emissões e adaptar sistemas às mudanças climáticas.

O avanço na ODS 9 atua como catalisador para o progresso em várias outras áreas, fortalecendo a resiliência, estimulando a inovação e construindo um futuro mais sustentável e inclusivo.

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Rodrigo Terra

Com formação inicial em Física, especialização em Ciências Educacionais com ênfase em Tecnologia Educacional e Docência, e graduação em Ciências de Dados, construí uma trajetória sólida que une educação, tecnologias ee inovação. Desde 2001, dedico-me ao campo educacional, e desde 2019, atuo também na área de ciência de dados, buscando sempre encontrar soluções focadas no desenvolvimento humano. Minha experiência combina um profundo conhecimento em educação com habilidades técnicas em dados e programação, permitindo-me criar soluções estratégicas e práticas. Com ampla vivência em análise de dados, definição de métricas e desenvolvimento de indicadores, acredito que a formação transdisciplinar é essencial para preparar indivíduos conscientes e capacitados para os desafios do mundo contemporâneo. Apaixonado por café e boas conversas, sou movido pela curiosidade e pela busca constante de novas ideias e perspectivas. Minha missão é contribuir para uma educação que inspire pensamento crítico, estimule a criatividade e promova a colaboração.

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