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Química – Construção da pilha de Daniell / Experimento (Plano de aula – Ensino médio)

Como referenciar este texto: Química – Construção da pilha de Daniell / Experimento (Plano de aula – Ensino médio). Rodrigo Terra. Publicado em: 17/12/2025. Link da postagem: https://www.makerzine.com.br/educacao/quimica-construcao-da-pilha-de-daniell-experimento-plano-de-aula-ensino-medio/.


 
 

A pilha de Daniell é um clássico da Eletroquímica e continua sendo uma das formas mais didáticas de apresentar, na prática, conceitos como oxidação, redução, diferença de potencial elétrico e fluxo espontâneo de elétrons. Em uma única montagem experimental acessível, o professor consegue articular teoria, prática de laboratório escolar e situações do cotidiano em que pilhas e baterias estão presentes.

Este plano de aula foi pensado para turmas do ensino médio, especialmente aquelas em que os estudantes já estão em fase de preparação para vestibulares. A proposta é que a turma construa e teste uma pilha de Daniell, trabalhando não apenas os conceitos químicos, mas também habilidades de observação, registro de dados, interpretação de resultados e argumentação científica.

Ao longo da aula, os alunos serão convidados a comparar a pilha de Daniell com pilhas comerciais usadas em controles remotos, relógios, celulares e outros dispositivos eletrônicos, aproximando o conteúdo da realidade tecnológica que os cerca. A aula é estruturada em etapas: objetivos de aprendizagem, materiais, preparação prévia, desenvolvimento com foco em metodologia ativa e momentos claros de avaliação formativa.

Ainda, propõe-se uma abordagem interdisciplinar com Física (conceitos de tensão elétrica e corrente) e Matemática (interpretação de tabelas e dados de potencial padrão de redução). Ao final, há um resumo em linguagem direcionada aos alunos, incluindo sugestões de recursos digitais abertos, em português, que podem ampliar o estudo de eletroquímica para além da sala de aula.

 

Objetivos de aprendizagem

Ao final desta sequência de atividades, espera-se que os estudantes compreendam, em nível conceitual e prático, o funcionamento de uma pilha eletroquímica do tipo Daniell, identificando claramente os processos de oxidação e redução que ocorrem em cada eletrodo. Os alunos devem ser capazes de reconhecer, em uma representação esquemática, qual metal atua como ânodo, qual atua como cátodo e como o fluxo espontâneo de elétrons se estabelece no circuito externo.

Outro objetivo central é que os estudantes relacionem a diferença de potencial entre os eletrodos à capacidade da pilha de realizar trabalho elétrico. Isso inclui interpretar medições de tensão obtidas com um voltímetro ou multímetro, compará-las com valores teóricos de potenciais-padrão de redução e discutir fatores experimentais que podem explicar discrepâncias, como concentração das soluções, pureza dos metais ou limitações dos instrumentos utilizados.

A aula também busca desenvolver habilidades investigativas, levando os alunos a planejar etapas simples do experimento, registrar observações de forma sistemática e analisar dados coletados. Espera-se que sejam capazes de construir tabelas e, quando pertinente, gráficos que relacionem tempo de funcionamento da pilha, intensidade de corrente ou variação de tensão, utilizando noções básicas de Matemática para organizar e interpretar essas informações.

Em termos de competências argumentativas e de comunicação científica, pretende-se que os estudantes consigam explicar, com suas próprias palavras, por que a pilha de Daniell é um modelo importante para compreender pilhas comerciais. Eles devem ser incentivados a estabelecer conexões com dispositivos presentes no cotidiano, como baterias de celulares, pilhas alcalinas e sistemas de armazenamento de energia, destacando semelhanças e diferenças em relação à pilha clássica estudada em laboratório.

Por fim, o plano de aula visa promover atitudes de responsabilidade e segurança no ambiente experimental. Entre os objetivos, inclui-se o manejo adequado de soluções aquosas e metais, o respeito às normas de descarte de resíduos e a colaboração em grupo. Ao trabalhar em equipes, os alunos desenvolvem competências socioemocionais, como divisão de tarefas, escuta ativa e negociação de ideias, elementos essenciais para práticas científicas contemporâneas.

 

Materiais utilizados e acessíveis ao contexto escolar

Para a construção da pilha de Daniell em contexto escolar, é fundamental priorizar materiais de baixo custo, fácil reposição e que possam ser manipulados com segurança pelos estudantes. Em lugar de equipamentos laboratoriais sofisticados, é possível recorrer a itens comuns, como copos plásticos transparentes ou copos de vidro reaproveitados, fios condutores flexíveis, prendedores metálicos e colheres de plástico para manipulação de soluções. Essa escolha de materiais não apenas reduz o custo da atividade, como também torna o experimento replicável em outras turmas e até em projetos de feiras de ciências.

Do ponto de vista químico, as placas metálicas podem ser preparadas com objetos de uso corrente: moedas de cobre (ou fragmentos de tubos de cobre limpos) podem servir como eletrodo de cobre, enquanto tiras de zinco podem ser obtidas a partir de chapas vendidas em lojas de materiais para ferragens ou de sucata metálica limpa. As soluções aquosas, tradicionalmente de sulfato de cobre (CuSO4) e sulfato de zinco (ZnSO4), podem ser adquiridas em pequena quantidade por meio da escola ou de parcerias com universidades e instituições técnicas, garantindo o acondicionamento adequado e rotulagem correta para uso pedagógico.

Para substituir a ponte salina de laboratório, muitas vezes indisponível na escola, é possível utilizar materiais alternativos acessíveis. Um exemplo clássico é o uso de um pedaço de papel-toalha enrolado, algodão ou tiras de gaze embebidas em solução de sal de cozinha (NaCl) ou de outro eletrólito disponível, que fará o papel de meio condutor iônico entre os dois copos. Esse tipo de solução simples permite discutir com os alunos o conceito de ponte salina e a necessidade de manter o equilíbrio elétrico entre as semicelas, sem exigir recursos de alto custo.

Alguns instrumentos de medição também podem ser adaptados ao contexto escolar. Em vez de um multímetro avançado, pode-se utilizar um voltímetro digital simples, muitas vezes já presente no acervo de ciências ou disponível em kits de robótica educacional. Quando esse equipamento não estiver acessível, é interessante planejar atividades qualitativas, como acender um pequeno LED, acionar um buzzer ou comparar a intensidade de brilho entre duas pilhas diferentes, aproximando o experimento da eletrônica básica e da realidade dos estudantes.

Por fim, é recomendável organizar todos os materiais em bandejas ou kits por grupo, com identificação clara e orientações de uso, reforçando boas práticas de segurança: uso de óculos de proteção quando possível, evitação de contato direto das mãos com as soluções, limpeza imediata de eventuais respingos e descarte adequado dos resíduos em recipientes designados. A partir de materiais simples e acessíveis, a pilha de Daniell se torna um poderoso recurso para explorar Eletroquímica, mostrando aos alunos que é possível fazer ciências experimentais de qualidade mesmo em escolas com infraestrutura limitada.

 

Metodologia utilizada e justificativa pedagógica

A metodologia proposta para esta aula sobre a pilha de Daniell baseia-se em princípios de aprendizagem ativa e investigação orientada. Em vez de iniciar pela exposição teórica exaustiva, o professor provoca os estudantes com uma situação-problema: como produzir energia elétrica a partir de uma reação química controlada em laboratório escolar? A partir dessa questão, a turma é organizada em pequenos grupos, que recebem o desafio de montar a pilha de Daniell seguindo um roteiro semidetalhado, deixando espaço para previsões, hipóteses e discussões entre os colegas.

Ao longo do experimento, o docente atua como mediador, circulando pelos grupos, fazendo perguntas que instiguem a reflexão (“onde você imagina que estão os elétrons agora?”, “por que essa solução está se alterando de cor?”) e incentivando o registro rigoroso dos dados observados, como diferença de potencial medida, tempo de funcionamento e eventuais falhas na montagem. Essa postura alinha-se à pedagogia por investigação, em que o erro é entendido como oportunidade de aprendizagem e não apenas como algo a ser evitado, fortalecendo a autonomia intelectual dos estudantes.

Pedagogicamente, a escolha por uma atividade prática experimental justifica-se por aproximar conceitos abstratos de eletroquímica da experiência concreta dos alunos. Conceitos como oxidação, redução, ânodo, cátodo e ponte salina tornam-se mais significativos quando os estudantes podem relacioná-los a fenômenos que estão literalmente acontecendo diante de seus olhos. Tal abordagem dialoga com a teoria construtivista, segundo a qual o conhecimento é construído ativamente pelo aluno, a partir da interação com o meio e com seus pares, e não apenas recebido de forma passiva.

Além disso, a organização da aula em equipes estimula habilidades socioemocionais e competências gerais previstas na BNCC, como trabalho colaborativo, comunicação, responsabilidade e argumentação. O relatório final ou a apresentação oral dos resultados pede que o grupo justifique, com base em evidências coletadas, por que a pilha funcionou (ou não) conforme o esperado, incentivando o raciocínio lógico e a capacidade de sustentar pontos de vista com argumentos científicos. Assim, a experiência não se limita ao “fazer por fazer”, mas exige reflexão crítica e sistematização do que foi aprendido.

Por fim, a integração com Física e Matemática potencializa a compreensão interdisciplinar do fenômeno estudado. Ao discutir tensão elétrica, corrente, leitura de instrumentos e comparação de valores de potencial padrão, os alunos percebem que os conteúdos não são compartimentos isolados, mas partes de um mesmo quadro explicativo sobre como a energia é produzida, transformada e utilizada no cotidiano. Essa abordagem integrada fortalece o letramento científico, favorece a preparação para exames externos e contribui para formar estudantes mais capazes de compreender e intervir no mundo tecnológico em que vivem.

 

Desenvolvimento da aula: preparo prévio do professor

Antes da execução da aula, o professor deve revisar os principais conceitos de Eletroquímica que serão mobilizados: oxidação, redução, agente oxidante, agente redutor, ponte salina, diferença de potencial e espontaneidade das reações. É recomendável organizar um pequeno roteiro de explicação teórica, com esquemas simples do funcionamento da pilha de Daniell, destacando o fluxo de elétrons do ânodo para o cátodo e o papel das soluções eletrolíticas. Esse roteiro servirá tanto como guia para a exposição inicial quanto como material de apoio para os estudantes durante o experimento.

Também é fundamental planejar com antecedência os recursos materiais. O professor deve conferir se a escola dispõe de todos os itens necessários para a montagem da pilha de Daniell, como eletrodos de cobre e zinco (ou materiais alternativos compatíveis), soluções de sulfato de cobre(II) e sulfato de zinco em concentrações adequadas, recipientes (béqueres ou copos de vidro), ponte salina (ou sua alternativa artesanal), fios condutores e, idealmente, um multímetro para medir a diferença de potencial gerada. A checagem prévia evita interrupções durante a aula e permite pensar em adaptações caso algum material falte.

No campo metodológico, o professor deve definir claramente se a aula seguirá um formato de investigação guiada, por descoberta ou demonstração comentada. Para turmas mais avançadas, pode-se optar por uma sequência investigativa em que os alunos levantam hipóteses sobre o que acontecerá ao unir os dois semicélulas e registram suas previsões por escrito. Em turmas com menor familiaridade com práticas de laboratório, pode ser mais produtivo optar por uma combinação de demonstração pelo professor com momentos de participação ativa dos estudantes em pequenos grupos, garantindo segurança e ritmo adequado.

Outra etapa importante do preparo é a elaboração dos instrumentos de registro e avaliação formativa. O professor pode produzir uma ficha de atividades contendo campos para: desenho do esquema da pilha, anotação das observações visuais (mudança de cor, formação de depósito metálico etc.), medição dos valores de tensão elétrica e perguntas orientadoras que estimulem a interpretação dos dados à luz dos conceitos teóricos. Essa ficha servirá tanto como guia durante a prática quanto como evidência de aprendizagem, permitindo ao professor identificar eventuais concepções alternativas e retomá-las em discussões posteriores.

Por fim, recomenda-se que o professor antecipe possíveis problemas e riscos, planejando estratégias de prevenção. Isso inclui revisar as normas de segurança em laboratório com a turma, testar previamente a montagem para confirmar que a pilha gera diferença de potencial detectável e preparar exemplos de aplicações tecnológicas que conectem o experimento a situações reais do cotidiano. Com esse preparo prévio cuidadoso, o momento de desenvolvimento da aula tende a ser mais fluido, permitindo que os alunos se concentrem na investigação científica e na compreensão profunda do funcionamento da pilha de Daniell.

 

Desenvolvimento da aula: introdução e problematização (10 minutos)

Nos primeiros minutos da aula, o professor retoma brevemente, em linguagem acessível, o que os alunos já sabem sobre pilhas e baterias do cotidiano. Pode começar perguntando: “De quais aparelhos da vida diária vocês dependem que precisam de pilha ou bateria para funcionar?” e registrar no quadro as respostas: controle remoto, celular, relógio, lanternas, fones de ouvido, entre outros. Em seguida, o docente questiona se os estudantes já pararam para pensar de onde vem a energia elétrica que faz esses dispositivos funcionarem e o que, de fato, está acontecendo dentro de uma pilha.

A partir dessas respostas iniciais, o professor introduz o problema central da aula: como transformar energia química em energia elétrica de maneira controlada, explorando o conceito de reação de oxirredução. Ele pode formular uma questão norteadora, como: “É possível produzir uma corrente elétrica usando apenas dois metais diferentes e soluções adequadas, sem ligar nada na tomada?”. Essa questão servirá como fio condutor para toda a investigação prática com a pilha de Daniell.

Para aprofundar a problematização, o professor apresenta, sem muitos detalhes teóricos neste momento, a ideia de que em algumas reações químicas há transferência de elétrons entre substâncias. Em vez de iniciar com definições formais de oxidação e redução, ele incentiva a turma a levantar hipóteses: “Se elétrons se movem em uma reação, será que conseguimos forçar esse movimento a seguir por um fio, alimentando um aparelho eletrônico?”. As hipóteses mais relevantes podem ser anotadas no quadro, valorizando diferentes pontos de vista dos alunos.

Na sequência, o docente mostra rapidamente uma pilha comercial (ou uma imagem projetada) e, em paralelo, apresenta um esquema simplificado da pilha de Daniell, sem revelar todos os componentes ainda. A ideia é instigar a curiosidade, perguntando: “O que essas duas pilhas têm em comum? O que pode ser diferente?”. Os estudantes, em pequenos grupos, têm alguns minutos para discutir e listar semelhanças e diferenças possíveis entre as pilhas do dia a dia e a montagem que irão construir.

Por fim, o professor organiza as ideias principais levantadas pela turma, reforçando que a aula será dedicada a investigar essas questões na prática. Ele apresenta de forma clara o desafio experimental: construir e testar uma pilha de Daniell, medir a diferença de potencial gerada e relacionar as observações com os conceitos de oxidação, redução e fluxo de elétrons. Essa síntese inicial prepara o terreno para a etapa seguinte da aula, na qual os alunos colocarão literalmente “a mão na massa” para responder, com dados e argumentos científicos, às perguntas levantadas na problematização.

 

Atividade principal: construção e análise da pilha de Daniell (30–35 minutos)

A atividade principal da aula consiste na construção guiada da pilha de Daniell pelos próprios estudantes, em duplas ou trios. Comece retomando brevemente, no quadro, qual é o objetivo do experimento: montar um sistema capaz de gerar corrente elétrica a partir de uma reação química espontânea. Em seguida, distribua os materiais: solução de sulfato de cobre (CuSO4), solução de sulfato de zinco (ZnSO4), eletrodos de cobre e zinco, ponte salina (ou papel-toalha embebido em solução salina), béqueres ou copos plásticos, fios condutores com garras e um multímetro ou voltímetro escolar. Oriente os grupos a identificarem e anotarem em seus cadernos qual solução e qual metal estão utilizando em cada compartimento.

Com os materiais em mãos, conduza a montagem passo a passo, verbalmente e com um esquema desenhado no quadro ou projetado em slides. Os alunos devem colocar a lâmina de zinco na solução de ZnSO4 e a lâmina de cobre na solução de CuSO4, conectando os metais externamente com fios. A ponte salina fará a conexão interna entre as soluções, fechando o circuito iônico. Incentive que, antes mesmo de ligar o voltímetro, os estudantes façam previsões: qual eletrodo será o ânodo, qual será o cátodo, e qual o sentido previsto do fluxo de elétrons no circuito externo. Peça que registrem essas hipóteses em uma tabela de observação.

Na sequência, cada grupo deve conectar o voltímetro entre os eletrodos e registrar o valor da diferença de potencial observada, comparando-a com o valor teórico esperado a partir de dados de potenciais padrão de redução. Estimule que repitam a medida algumas vezes, verificando a estabilidade do valor lido. Em paralelo, os estudantes observam cuidadosamente mudanças visuais, como alteração na coloração das soluções, possível formação de depósito metálico no cobre e desgaste gradual do zinco. Todas essas observações devem ser anotadas, com horário estimado e condições de medição, reforçando boas práticas de registro experimental.

Finalizada a etapa de medição, proponha uma breve análise orientada: peça que os grupos identifiquem, com base nas evidências coletadas, qual eletrodo sofreu oxidação e qual sofreu redução, relacionando isso ao aumento ou diminuição da massa dos metais e à concentração das soluções. Em seguida, conduza uma discussão plenária em que os estudantes expliquem, com suas próprias palavras, por que a pilha gera energia elétrica e como a ponte salina mantém a neutralidade elétrica nas soluções. Incentive o uso correto de termos como célula galvânica, par redox, diferença de potencial e circuito externo.

Para fechar a atividade dentro dos 30–35 minutos, proponha uma tarefa rápida de sistematização: cada grupo deve elaborar um esquema-resumo ou um pequeno parágrafo explicativo que responda à pergunta “Como a pilha de Daniell transforma energia química em energia elétrica?”. Opcionalmente, os estudantes podem comparar o funcionamento da pilha de Daniell com pilhas comerciais comuns, pesquisando em rótulos ou em um link indicado pelo professor. Esse produto servirá como base para avaliação formativa e para retomar, na próxima aula, diferenças entre pilhas, baterias recarregáveis e outros dispositivos eletroquímicos presentes no cotidiano.

 

Fechamento, avaliação e resumo para os alunos (10 minutos)

Para o momento de fechamento, reúna toda a turma e retome, em voz alta, o objetivo central da atividade: compreender, por meio da construção da pilha de Daniell, como ocorrem as reações de oxidação e redução e como isso se traduz em geração de corrente elétrica. Peça que alguns estudantes, em poucas frases, expliquem com suas próprias palavras o que é uma pilha eletroquímica e quais foram as evidências, no experimento, de que havia transformação química produzindo energia elétrica. Valorize explicações diferentes, reforçando as ideias corretas e ajustando, com cuidado, eventuais concepções equivocadas.

Em seguida, conduza uma breve avaliação formativa. Você pode projetar ou escrever no quadro 3 ou 4 perguntas-chave, como: “Em qual eletrodo ocorreu oxidação?”, “Por que é necessário o uso da ponte salina?”, “O que aconteceria se invertêssemos os metais?” e “Como a diferença de potencial se relaciona com a tendência de cada metal sofrer oxidação ou redução?”. Peça que os alunos respondam individualmente no caderno ou em um pequeno cartão de saída. Circule pela sala, leia algumas respostas e faça comentários rápidos, usando essas evidências para verificar se a turma alcançou os objetivos de aprendizagem.

Depois das perguntas, proponha um resumo colaborativo. Convide os estudantes a elencar os principais conceitos trabalhados na aula (oxidação, redução, ânodo, cátodo, ponte salina, diferença de potencial, fluxo de elétrons). A partir dessas contribuições, construa, com a turma, um pequeno esquema ou mapa conceitual no quadro, conectando os termos às observações feitas no experimento. Incentive que copiem esse diagrama no caderno, pois ele funcionará como guia de estudo para provas e vestibulares.

Finalize fazendo a ponte com o cotidiano e com outros conteúdos da disciplina. Pergunte: “Em quais situações do dia a dia encontramos dispositivos que funcionam com o mesmo princípio da pilha de Daniell?” e deixe que citem pilhas alcalinas, baterias de celulares, baterias de carros, entre outras. Comente brevemente como os conceitos aprendidos hoje serão retomados em estudos futuros, como pilhas comerciais, corrosão, eletrólise e baterias recarregáveis, mostrando que o experimento realizado é um modelo simplificado de tecnologias reais.

Como fechamento final, sugira que os alunos registrem, em poucas linhas, o que mais lhes chamou atenção na prática e uma dúvida que ainda ficou. Caso haja tempo, discuta algumas dessas dúvidas em plenário; se não houver, recolha os registros para planejar a aula seguinte. Se possível, indique um ou dois recursos digitais abertos, em português, como vídeos curtos ou simulações interativas de eletroquímica, para que possam revisar o conteúdo em casa. Assim, o encerramento da aula reforça a compreensão conceitual, oferece devolutiva imediata sobre a aprendizagem e estimula a continuidade dos estudos para além da sala de aula.

 

Rodrigo Terra

Com formação inicial em Física, especialização em Ciências Educacionais com ênfase em Tecnologia Educacional e Docência, e graduação em Ciências de Dados, construí uma trajetória sólida que une educação, tecnologias ee inovação. Desde 2001, dedico-me ao campo educacional, e desde 2019, atuo também na área de ciência de dados, buscando sempre encontrar soluções focadas no desenvolvimento humano. Minha experiência combina um profundo conhecimento em educação com habilidades técnicas em dados e programação, permitindo-me criar soluções estratégicas e práticas. Com ampla vivência em análise de dados, definição de métricas e desenvolvimento de indicadores, acredito que a formação transdisciplinar é essencial para preparar indivíduos conscientes e capacitados para os desafios do mundo contemporâneo. Apaixonado por café e boas conversas, sou movido pela curiosidade e pela busca constante de novas ideias e perspectivas. Minha missão é contribuir para uma educação que inspire pensamento crítico, estimule a criatividade e promova a colaboração.

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