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Primeiros passos com o Micro:bit

Como referenciar este texto: Primeiros passos com o Micro:bit’. Rodrigo Terra. Publicado em: 21/12/2024. Link da postagem: https://www.makerzine.com.br/educacao/primeiros-passos-com-o-microbit/.

Conteúdos que você verá nesta postagem

Apresentação do Micro:bit

O que é o Micro:bit

O Micro:bit é uma placa de prototipagem desenvolvida pela BBC (British Broadcasting Corporation), originalmente criada para estimular crianças e jovens a se interessarem por programação e eletrônica. Lançado em 2016 no Reino Unido, o dispositivo rapidamente se tornou popular em todo o mundo, graças à sua simplicidade de uso e ao seu propósito educacional. Diferentemente de outras placas de prototipagem, como o Arduino ou o Raspberry Pi, o Micro:bit foi pensado especificamente para iniciantes, oferecendo recursos de fácil acesso para que professores e estudantes possam desenvolver desde projetos simples até experimentos mais elaborados.

O design compacto do Micro:bit – com uma matriz de LEDs 5×5, botões, sensores embutidos e conectividade sem fio (Bluetooth e rádio) – faz dele uma ferramenta versátil e atraente para usar em sala de aula. Sua interface de programação por blocos (via MakeCode) facilita o primeiro contato de estudantes com a lógica de programação. Além disso, para quem deseja aprofundar conhecimentos, a placa também permite programação em linguagens de texto, como Python e JavaScript.

 

Por que usar em sala de aula

O Micro:bit promove o desenvolvimento de diversas habilidades consideradas fundamentais no século XXI, como criatividade, pensamento crítico e resolução de problemas. Ao mesmo tempo, ele contribui para o trabalho em equipe, a comunicação e a curiosidade científica dos alunos. Por ser uma placa voltada à experimentação prática, as atividades com o Micro:bit podem se integrar facilmente a diferentes áreas do currículo escolar:

  • Ciências: explorar conceitos de física e química por meio de sensores, como o acelerômetro e o sensor de temperatura.
  • Matemática: criar jogos e aplicativos que envolvam cálculos, contagem e visualização de dados, fortalecendo as noções de probabilidades, estatística e geometria.
  • Artes: desenvolver animações na matriz de LEDs, exercitando habilidades de design, estética e criatividade.
  • Português: exibir mensagens, criar histórias interativas ou incorporar a placa em projetos de comunicação e narrativa digital.

O Micro:bit se destaca, portanto, por unir tecnologia e educação de forma intuitiva e engajante, ampliando o repertório de professores e estudantes. Ele favorece a cultura “mão na massa” (maker), em que a aprendizagem se faz na prática, por meio de experimentações, erros e acertos. Dessa forma, a placa atua como um ponto de partida que motiva a exploração de novas possibilidades tecnológicas, incentivando os jovens a se tornarem protagonistas do próprio aprendizado.

Conhecendo a placa

O Micro:bit possui uma série de componentes integrados que facilitam a realização de diversos projetos em sala de aula. A placa foi pensada para ser intuitiva e acessível, permitindo que estudantes compreendam o funcionamento de cada parte de maneira rápida e prática. A seguir, apresentamos os principais elementos de hardware:

O Micro:bit possui uma série de componentes integrados que facilitam a realização de diversos projetos em sala de aula. A placa foi pensada para ser intuitiva e acessível, permitindo que estudantes compreendam o funcionamento de cada parte de maneira rápida e prática. A seguir, apresentamos os principais elementos de hardware:

Componentes Principais

Matriz de LEDs 5×5: A parte frontal do Micro:bit conta com 25 pequenos LEDs organizados em uma grade de 5 colunas por 5 linhas. Essa matriz serve como uma tela simples para exibir textos rolantes, ícones, números e animações. Apesar de parecer limitado à primeira vista, o uso criativo dos LEDs possibilita a exibição de informações dinâmicas, tornando-a uma poderosa ferramenta para ensinar conceitos de lógica, geometria e até animação básica.

Botões A e B: Logo abaixo da matriz de LEDs, encontram-se dois botões, rotulados como “A” e “B”. Eles funcionam como entradas que podem ser programadas para acionar diferentes eventos. Por exemplo, ao pressionar o botão A, podemos mudar a animação exibida na matriz ou incrementar um contador. Já o botão B pode servir para zerar esse contador ou executar outra função. Esses botões ajudam a ensinar conceitos de interação e controle de fluxo na programação.

Sensores Embutidos:

Acelerômetro: Detecta movimentos, inclinação e aceleração. É o componente que permite, por exemplo, criar um “dado eletrônico” que gera um número aleatório ao chacoalhar o Micro:bit.

Bússola (magnetômetro): Mede a direção do campo magnético da Terra, possibilitando leituras de rumo (norte, sul, leste, oeste) e uso em atividades que envolvem orientação espacial.

Sensor de temperatura e luz: Alguns modelos do Micro:bit incluem um sensor de temperatura e/ou de luminosidade. Isso viabiliza projetos que envolvem medição de condições ambientais, como registrar a variação de temperatura ou a intensidade de luz em um determinado local.

Pinos de Entrada e Saída (I/O): Localizados na parte inferior da placa, permitem a conexão de componentes externos, como sensores adicionais, motores, servos e outros dispositivos eletrônicos. Esses pinos tornam o Micro:bit extremamente versátil, pois abrem a porta para a expansão de projetos mais avançados, incentivando a exploração de protótipos de automação, robótica e Internet das Coisas (IoT).

Conectividade (Bluetooth e Rádio): O Micro:bit conta com recursos de comunicação sem fio para trocar dados com outros Micro:bits ou dispositivos, como celulares e tablets. O rádio interno facilita a criação de redes simples para projetos de interação entre várias placas, enquanto o Bluetooth permite a integração com aplicativos e plataformas em smartphones. Assim, é possível criar projetos colaborativos ou mesmo controlar o Micro:bit à distância.

Preparando-se para a Primeira Utilização

Quando se trata de começar a trabalhar com o Micro:bit, é fundamental que o professor tenha alguns materiais básicos em mãos e entenda como a placa se comunica com o computador ou tablet. Além disso, conhecer as principais plataformas de programação e como configurá-las ajuda a simplificar o planejamento das primeiras aulas.

Materiais e Equipamentos Necessários

  • Cabo USB: Geralmente incluso no kit do Micro:bit, o cabo USB é essencial para conectar a placa ao computador. Ele cumpre duas funções principais: alimentar o Micro:bit com energia elétrica e possibilitar a transferência do programa que será executado.
  • Computador ou Tablet: Um dispositivo com acesso à internet e porta USB (no caso de computadores) ou Bluetooth (no caso de tablets) é necessário para criar e enviar os códigos para o Micro:bit.
  • Pilhas ou Bateria Recarregável (Opcional): Embora o Micro:bit possa ser alimentado via cabo USB quando conectado ao computador, é muito útil ter um compartimento de pilhas (geralmente 2 pilhas AAA) ou uma bateria recarregável. Isso permite que os alunos levem a placa para realizar projetos longe do computador, tornando os experimentos mais dinâmicos e facilitando apresentações de projetos em sala de aula.

 

Conexão com o Computador

  • Conecte o Micro:bit via USB: Use o cabo para ligar a porta micro-USB da placa à entrada USB do computador. Se for a primeira vez, o sistema operacional pode levar alguns segundos para reconhecer o dispositivo e instalar o driver apropriado (normalmente feito de forma automática).

  • Identifique o Micro:bit como Pendrive: Após ser reconhecido, o Micro:bit aparecerá como uma unidade de armazenamento removível, semelhante a um pendrive. Em computadores com Windows, será atribuida uma letra de unidade, por exemplo, “D:” ou “E:”. Em macOS ou Linux, surgirá um ícone de unidade externa na área de trabalho ou no gerenciador de arquivos.

  • Verifique o Acesso à Pasta: Nessa unidade, é possível ver alguns arquivos de sistema e eventualmente um arquivo de apresentação (README). Esse conteúdo não deve ser alterado, pois contém informações básicas e arquivos de inicialização do Micro:bit.

  • Arrastar e Soltar Programas: Para “carregar” seu programa na placa, basta arrastar ou copiar o arquivo .hex (gerado pelo editor de programação) para essa unidade. Após a cópia, o Micro:bit reiniciará automaticamente e executará o novo programa.

 

Visão Geral das Plataformas de Programação

  • MakeCode (Microsoft): Principal editor de blocos indicado para iniciantes. Funciona tanto online (no navegador) quanto offline (instalando o aplicativo), permitindo que os alunos arrastem blocos semelhantes aos de um quebra-cabeça para montar o código. É extremamente intuitivo e inclui um simulador que possibilita testar o programa antes de enviá-lo para o Micro:bit.
  • Python: Para turmas mais avançadas ou professores que desejam aprofundar a prática em linguagens de texto, o Micro:bit pode ser programado em Python por meio de editores específicos, como o Mu Editor ou o Python Editor oficial (disponível via navegador). Esse recurso atende aos alunos que já possuam uma base em programação textual, incentivando a compreensão da sintaxe e a lógica de maneira mais detalhada.

 

Configuração de Software

  • Acesso ao Editor Online (MakeCode): Não é preciso instalar nada para usar o MakeCode: basta acessar makecode.microbit.org em um navegador compatível (Chrome, Edge, Firefox) e começar a programar. Ao concluir, o editor gera um arquivo .hex, que será copiado para o Micro:bit.
  • Instalação Offline (MakeCode App): Em casos em que a conexão à internet seja instável ou bloqueada (como em algumas redes escolares), é possível instalar a versão offline do MakeCode. O aplicativo funciona de forma semelhante ao editor online, permitindo salvar projetos localmente e transferi-los para a placa via USB.
  • Mu Editor (para Python): O Mu Editor é um software leve, compatível com Windows, macOS e Linux. Após a instalação, basta conectar o Micro:bit e clicar no botão “Flash” para enviar o código. Ele também conta com recursos de depuração simples e um REPL (Read-Eval-Print Loop) para testar comandos em tempo real.

 

Com todos esses elementos devidamente preparados, o professor poderá conduzir as primeiras aulas com segurança e tranquilidade. Fazer esse planejamento inicial possibilita que a turma mergulhe na programação sem barreiras técnicas, focando no que realmente importa: a criatividade, a resolução de problemas e a experimentação prática com o Micro:bit.

Programação com MakeCode

O MakeCode é um ambiente de programação em blocos desenvolvido pela Microsoft, especialmente pensado para quem está começando a programar. Ele permite que o usuário arraste e encaixe blocos de código de forma intuitiva, oferecendo uma curva de aprendizagem suave para crianças e iniciantes. Além disso, a plataforma dispõe de um simulador online que reproduz o comportamento do Micro:bit, ajudando a testar e depurar projetos antes de transferi-los para a placa.

Interface do MakeCode

Ao acessar o MakeCode para Micro:bit, você encontra:

  • Paleta de Blocos (Toolbox): Lateralmente, estão organizados os blocos de programação em categorias como “Básico”, “Entrada (Input)”, “Música”, “Variáveis” e outras. Basta clicar na categoria desejada para ver os blocos disponíveis.
  • Área de Trabalho (Workspace): Espaço central onde os blocos são arrastados e encaixados para criar o programa.
  • Simulador do Micro:bit: Na parte esquerda superior, o editor mostra uma representação virtual do Micro:bit. Esse simulador reflete as ações do seu código em tempo real, permitindo verificar se o programa funciona como esperado.
  • Botão “Download”: Quando o programa estiver pronto, clique em “Download” (ou “Baixar”). Um arquivo com extensão .hex será gerado e salvo em seu computador. Esse arquivo deve ser copiado para o Micro:bit (arrastando-o para a unidade correspondente) para ser executado na placa.

 

Blocos Básicos

  1. Mostrar Ícone e Mostrar String:

    • Mostrar Ícone (“show icon”): Permite exibir símbolos prontos, como corações, setas, carinhas, entre outros. É uma forma rápida de dar feedback visual ao usuário.
    • Mostrar String (“show string”): Exibe texto rolante na matriz de LEDs, ótimo para mensagens de boas-vindas ou instruções.
  2. Entrada (Input):

    • Botões A e B: Blocos como “ao pressionar o botão A” ou “ao pressionar o botão B” permitem acionar ações específicas quando o usuário interage fisicamente com o Micro:bit.
    • Shake (Agitar): O bloco “ao agitar” aproveita o acelerômetro do Micro:bit. Quando a placa é chacoalhada, podemos gerar eventos como números aleatórios ou trocar animações na matriz de LEDs.
  3. Lógica (If/else) e Laços de Repetição (loops):

    • If/else: Permite tomar decisões baseadas em condições (por exemplo, se o botão A está pressionado, então faz “X”; caso contrário, faz “Y”).
    • Loops: Blocos como “repita indefinidamente” executam ações em sequência contínua, enquanto “para de x até y” e “enquanto (while)” permitem maior controle de contagem e repetição.

 

Esses blocos representam o alicerce do pensamento computacional. Na medida em que os alunos compreendem como encaixá-los e modificar seus parâmetros, começam a desenvolver competências lógicas e criativas.

Primeiro Programa: Exemplo Prático

Um bom ponto de partida é criar um projeto simples para que os estudantes entendam o fluxo de programação. Seguem dois exemplos bastante utilizados:

 

Exemplo 1: Carinha Feliz/Triste Controlada pelos Botões

  1. Arraste o bloco “ao pressionar o botão A” da categoria “Entrada”.
  2. Dentro dele, use o bloco “mostrar ícone” e selecione a carinha feliz.
  3. Faça o mesmo para o botão B, mas selecione a carinha triste.
  4. Clique em “Download” para salvar o arquivo .hex.
  5. Arraste o arquivo para o Micro:bit. Quando carregar, pressione o botão A para exibir a carinha feliz e o botão B para a carinha triste.

Exemplo 2: Contador de Cliques

  1. Crie uma variável chamada “cliques” usando a categoria “Variáveis”.
  2. No bloco “ao iniciar”, defina a variável “cliques” como 0.
  3. No bloco “ao pressionar o botão A”, coloque “mudar cliques por 1”.
  4. Em seguida, use “mostrar número (cliques)” para exibir o valor atualizado na matriz de LEDs.
  5. Ao pressionar o botão A repetidas vezes, a contagem será incrementada e mostrada na tela.

Esses exemplos demonstram como manipular entradas e saídas de forma direta e simples. Os alunos aprendem sobre variáveis, fluxos de execução e feedback visual rapidamente.

 

Dicas para Depuração com o Simulador

Um dos maiores benefícios do MakeCode é poder testar o programa antes mesmo de enviar para o dispositivo:

  1. Visualize as Interações: Ao pressionar os botões A ou B no simulador, verifique se a reação esperada ocorre (mudança de ícone, incremento de contagem etc.).
  2. Verifique Mensagens: Se estiver exibindo texto (“show string”), observe se as letras rolam no ritmo certo ou se o texto está completo.
  3. Teste o Shake (Agitar): No simulador, há uma opção para “sacudir” o Micro:bit virtual, permitindo verificar se os eventos atrelados ao acelerômetro funcionam corretamente.
  4. Console de Depuração (Opcional): Em alguns casos, é possível usar o console do MakeCode para exibir valores de variáveis em tempo real. Isso é especialmente útil em projetos com lógica mais complexa ou uso de sensores.

 

Se o programa não se comportar como o esperado, volte à área de trabalho do MakeCode, revise os blocos e verifique se as condições lógicas estão corretas. Fazer ajustes e retestar no simulador antes de enviar para o Micro:bit pode poupar tempo e reduzir a frustração dos alunos, tornando a experiência de aprendizagem mais fluida e agradável.

CURSO GRATUITO

Primeiros passos com Micro:bit (Carga horária: 16h)

Integração Curricular

Uma das grandes vantagens do Micro:bit é a facilidade de integrá-lo a diferentes componentes curriculares, enriquecendo o processo de ensino e aprendizagem. Ao possibilitar que teoria e prática se encontrem por meio de experimentos, projetos e atividades lúdicas, o dispositivo se torna um aliado poderoso na abordagem de disciplinas diversas. Além disso, seu caráter interdisciplinar estimula a colaboração entre professores de áreas diferentes, oferecendo aos alunos uma visão mais ampla e contextualizada do conhecimento.

Relacionando com Disciplinas

  1. Matemática:

    • Contagem e Probabilidade: Projetos como o “dado eletrônico” utilizam o acelerômetro do Micro:bit para gerar números aleatórios quando a placa é chacoalhada, o que permite discutir probabilidades e estatística.
    • Geometria: A matriz de LEDs (5×5) pode ser empregada para representar figuras geométricas, abordando conceitos de ângulos, coordenadas, simetria e proporções de forma criativa.
  2. Ciências:

    • Sensores de Temperatura, Luz e Movimento: Ao usar o acelerômetro, a bússola e sensores de temperatura e luminosidade (quando disponíveis), o aluno pode coletar dados em tempo real para analisar fenômenos físicos, químicos ou biológicos. Um exemplo é medir a variação de temperatura em diferentes ambientes ou investigar a intensidade luminosa em determinados horários do dia.
    • Experimentos Práticos: A facilidade de acoplar sensores externos e registrar leituras transforma o Micro:bit em uma miniestação de pesquisa científica, ideal para aulas de introdução ao método científico ou atividades investigativas.
  3. Artes:

    • Criação de Animações: A matriz de LEDs permite a criação de desenhos simples, letreiros, ícones animados e outros elementos visuais. Essa proposta estimula a criatividade ao mesmo tempo que ensina lógica e noções de temporização (intervalos, quadros de animação etc.).
    • Design de Projetos Criativos: A junção do Micro:bit com materiais recicláveis ou artesanais possibilita a produção de objetos interativos, unindo arte, tecnologia e sustentabilidade.
  4. Português:

    • Exibição de Palavras e Frases: Blocos como “mostrar string” no MakeCode são úteis para escrever frases que rolam na matriz de LEDs. Essa atividade introduz práticas de letramento digital e pode ser aplicada para criar histórias interativas ou mensagens temáticas durante eventos escolares.
    • Narração Digital e Interatividade: Combinando elementos visuais (ícones) e textuais, pode-se criar pequenos contos programados, em que o apertar de botões ou a agitação da placa “desbloqueiam” novos trechos da história.

Projetos Interdisciplinares

Ao combinar conceitos de diferentes áreas, o Micro:bit se torna uma ferramenta única para projetos interdisciplinares, permitindo uma compreensão mais rica do tema estudado:

  • Barômetro Caseiro:
    Usar sensores de pressão (adicionais) e temperatura conectados ao Micro:bit para monitorar as variações atmosféricas. Nesta atividade, conceitos de Ciências (meteorologia), Matemática (análise de dados) e até Português (registro escrito dos resultados) podem ser integrados em um só projeto.
  • Estação Meteorológica Simplificada:
    Medir temperatura, luminosidade e até umidade (com sensores externos), transformando esses dados em leituras no LED ou transmitindo-os para outra placa via rádio. Esse projeto pode envolver desde estatísticas (variação diária/semana) até discussões sobre clima e ambiente, reforçando a importância da coleta e interpretação de dados.
  • Jogos e Desafios Lógicos:
    Criar jogos no Micro:bit que exijam cálculos matemáticos ou conhecimentos de Ciências para “vencer” determinadas etapas, promovendo a integração de conteúdos de forma lúdica e desafiadora.
  • Exposição de Arte Interativa:
    Desenvolver instalações artísticas em que o público possa interagir com o Micro:bit, modificando luzes, sons (no caso da versão V2) ou animações por meio dos botões ou sensores de movimento. Aqui, as disciplinas de Artes, Tecnologia e até História da Arte podem convergir em atividades colaborativas.

 

Ao explorar esses caminhos, o professor amplia a experiência dos alunos, mostrando que a tecnologia não está restrita a uma única disciplina, mas pode ser um elo que as conecta. Dessa forma, o Micro:bit se torna um catalisador de projetos didáticos inovadores, desenvolvendo habilidades técnicas, criatividade e pensamento crítico em múltiplas áreas do conhecimento.

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Rodrigo Terra

Com formação inicial em Física, especialização em Ciências Educacionais com ênfase em Tecnologia Educacional e Docência, e graduação em Ciências de Dados, construí uma trajetória sólida que une educação, tecnologias ee inovação. Desde 2001, dedico-me ao campo educacional, e desde 2019, atuo também na área de ciência de dados, buscando sempre encontrar soluções focadas no desenvolvimento humano. Minha experiência combina um profundo conhecimento em educação com habilidades técnicas em dados e programação, permitindo-me criar soluções estratégicas e práticas. Com ampla vivência em análise de dados, definição de métricas e desenvolvimento de indicadores, acredito que a formação transdisciplinar é essencial para preparar indivíduos conscientes e capacitados para os desafios do mundo contemporâneo. Apaixonado por café e boas conversas, sou movido pela curiosidade e pela busca constante de novas ideias e perspectivas. Minha missão é contribuir para uma educação que inspire pensamento crítico, estimule a criatividade e promova a colaboração.

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