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Como referenciar este texto: O que é Clean Code + 8 dicas para melhorar seus códigos. Rodrigo Terra. Publicado em: 04/05/2023. Link da postagem:  https://www.makerzine.com.br/programacao/o-que-e-clean-code-8-dicas-para-melhorar-seus-codigos .

Conteúdos dessa postagem

O que é Clean Code?

Clean code é um conceito muito importante no desenvolvimento de software. Trata-se de um conjunto de práticas e princípios que têm como objetivo tornar o código mais legível, manutenível e escalável, facilitando assim a compreensão e a modificação do software ao longo do tempo.

Em outras palavras, clean code é um código que é fácil de entender e manter, mesmo para desenvolvedores que não estiveram envolvidos na sua criação inicial. Essa abordagem é importante, pois a maioria dos projetos de software são colaborativos e exigem que vários desenvolvedores trabalhem em conjunto, o que pode tornar o código confuso e difícil de entender se não for escrito de forma clara e organizada.

Os princípios do clean code incluem uma série de boas práticas, como a utilização de nomes claros e descritivos para variáveis e funções, a eliminação de código duplicado, a organização do código em módulos e classes com responsabilidades bem definidas e a utilização de técnicas de programação orientada a objetos, como a herança e a composição de objetos.

O clean code também se preocupa com a manutenção de um alto nível de qualidade do código ao longo do tempo, o que é alcançado através de práticas como a refatoração contínua, a escrita de testes automatizados para verificar a integridade do código e a utilização de ferramentas de análise de código para identificar possíveis problemas e áreas de melhoria.

Além disso, o clean code promove uma abordagem iterativa e incremental para o desenvolvimento de software, em que o código é criado em pequenas partes, testado e refinado antes de ser incorporado ao projeto como um todo. Essa abordagem ajuda a garantir que o código seja bem projetado e funcione corretamente desde o início, evitando assim a necessidade de correções e retrabalho posteriores.

8 dicas para melhorar seus códigos

Há várias maneiras de melhorar seu código e torná-lo mais limpo e de qualidade.

Mantenha o código simples

é um dos princípios fundamentais do desenvolvimento de software de qualidade e do código limpo. O objetivo é tornar o código fácil de entender e manter, reduzindo a complexidade e eliminando código desnecessário.

A simplicidade do código é importante porque torna mais fácil a manutenção e atualização do software. Código complexo é difícil de entender e mais propenso a erros, e torna a tarefa de manutenção muito mais difícil. Além disso, o código complexo é mais difícil de testar, o que pode levar a mais erros e defeitos no software.

Para manter o código simples, é importante seguir algumas práticas recomendadas:

  1. Escrever código claro e conciso: Use nomes significativos e descritivos para variáveis, funções e classes. Escreva código que seja fácil de ler e entender para outros desenvolvedores.

  2. Reduzir a complexidade: Evite soluções complicadas para problemas simples. Mantenha o código o mais simples possível, evitando funções grandes e difíceis de entender.

  3. Remover código desnecessário: Remova código que não é mais usado e evite adicionar código desnecessário. Código desnecessário adiciona complexidade e torna o software mais difícil de entender e manter.

  4. Usar estruturas de dados simples: Use estruturas de dados simples sempre que possível. Evite estruturas de dados complexas, a menos que sejam necessárias para resolver um problema específico.

Mantenha o código bem organizado

Manter o código bem organizado é um dos princípios do código limpo que ajuda a tornar o código mais fácil de entender e manter. A organização adequada do código também ajuda a reduzir a complexidade e aumentar a legibilidade.

A organização do código envolve a estruturação do código em módulos, funções, classes e outros componentes lógicos. Para manter o código bem organizado, é importante seguir algumas práticas recomendadas:

  1. Organize o código em módulos: Os módulos são blocos de código independentes que podem ser usados ​​para executar tarefas específicas. A organização do código em módulos ajuda a reduzir a complexidade e torna mais fácil encontrar e corrigir erros.

  2. Use nomes significativos para variáveis, funções e classes: Use nomes que reflitam claramente o propósito e a função do código. Isso ajuda outros desenvolvedores a entender o código mais rapidamente e a evitar erros de interpretação.

  3. Evite funções e classes grandes: Funções e classes grandes tornam o código mais difícil de entender e manter. Tente manter as funções e classes pequenas e focadas em uma tarefa específica.

  4. Agrupe funções relacionadas: Agrupe funções que estejam relacionadas a uma tarefa específica em uma única classe ou módulo. Isso ajuda a manter o código organizado e fácil de entender.

  5. Comente o código adequadamente: Use comentários para explicar a lógica do código e fornecer detalhes adicionais que possam ajudar outros desenvolvedores a entender o código.

Escreva nomes claros e descritivos para variáveis e funções

Escrever nomes claros e descritivos para variáveis e funções é um dos princípios do código limpo que ajuda a tornar o código mais fácil de entender e manter. Ao dar nomes significativos para as variáveis e funções, os outros desenvolvedores podem entender facilmente a finalidade do código e sua função na aplicação.

Usar nomes descritivos é importante porque ajuda a tornar o código mais legível e, consequentemente, mais fácil de entender e manter. Por exemplo, se você tem uma variável que armazena o nome de um usuário, é importante dar a ela um nome significativo, como “nome_do_usuario” ou “nome_completo”, em vez de usar uma simples letra ou um nome sem sentido, como “n” ou “nome”.

Aqui estão algumas dicas para escrever nomes claros e descritivos para variáveis e funções:

  1. Use nomes que reflitam claramente o propósito e a função do código: O nome da variável ou função deve refletir com precisão o que ela representa ou faz no código.

  2. Use nomes que sejam significativos para os outros desenvolvedores: Os nomes das variáveis e funções devem ser escolhidos com base no contexto da aplicação e no público-alvo da aplicação.

  3. Use nomes consistentes: Use nomes consistentes para as variáveis e funções em toda a aplicação. Isso ajuda a tornar o código mais fácil de entender e evita confusão entre as diferentes partes do código.

  4. Evite nomes genéricos ou abreviações: Evite nomes genéricos ou abreviações que possam ser confusos ou que não reflitam claramente a finalidade do código.

Evite duplicação de código

A duplicação de código é um problema comum em muitas aplicações de software e ocorre quando há trechos de código semelhantes ou idênticos em diferentes partes da aplicação. A duplicação de código pode levar a vários problemas, como maior complexidade do código, aumento do tempo de desenvolvimento, maior probabilidade de erros e dificuldades na manutenção e atualização do código.

Portanto, o princípio “evite duplicação de código” é um dos princípios do código limpo que enfatiza a importância de evitar a repetição de código em diferentes partes da aplicação. Em vez de copiar e colar o código em várias partes, o objetivo é criar funções e classes reutilizáveis que possam ser usadas em diferentes partes do código.

Aqui estão algumas práticas recomendadas para evitar a duplicação de código:

  1. Crie funções e classes reutilizáveis: Crie funções e classes que possam ser reutilizadas em diferentes partes do código. Isso ajuda a evitar a duplicação de código e torna a aplicação mais fácil de manter e atualizar.

  2. Use bibliotecas e frameworks: Utilize bibliotecas e frameworks que fornecem funções e classes pré-construídas para tarefas comuns. Isso ajuda a evitar a duplicação de código e economiza tempo de desenvolvimento.

  3. Utilize técnicas de refatoração de código: Use técnicas de refatoração de código para eliminar a duplicação de código existente. Isso pode envolver a criação de funções reutilizáveis ou a reorganização do código existente para evitar a duplicação.

  4. Utilize o controle de versão: Utilize o controle de versão para rastrear as alterações no código. Isso ajuda a identificar e eliminar a duplicação de código existente, além de garantir que o código seja mantido de forma consistente em toda a aplicação.

Escreva testes automatizados

Escrever testes automatizados é um princípio fundamental do código limpo. A ideia é que, ao escrever testes automatizados, o desenvolvedor possa garantir que o código produz o resultado esperado em diferentes cenários, além de facilitar a manutenção e evolução da aplicação.

Testes automatizados podem ser escritos utilizando diferentes frameworks e linguagens de programação. Eles são compostos por um conjunto de cenários que verificam se as funcionalidades da aplicação estão funcionando corretamente. Alguns dos principais tipos de testes automatizados são:

  1. Testes de unidade: verificam o comportamento de uma unidade de código (método, função, classe) isoladamente do resto da aplicação.
  2. Testes de integração: verificam a interação entre diferentes unidades de código ou serviços.
  3. Testes de aceitação: verificam se a aplicação está produzindo o resultado esperado para o usuário final.

Ao escrever testes automatizados, é importante que eles sejam executados frequentemente para garantir que o código está funcionando corretamente. Além disso, os testes devem ser fáceis de entender e manter, e devem ser escritos de forma que cubram os principais cenários de uso da aplicação.

Os testes automatizados também podem ser utilizados para orientar o desenvolvimento, seguindo a prática conhecida como TDD (Test Driven Development). Nesta abordagem, os testes são escritos antes do código, o que ajuda a garantir que o código produza o resultado esperado e que esteja alinhado com as necessidades do usuário.

Faça refatorações regulares

O princípio de fazer refatorações regulares é fundamental para manter um código limpo e de qualidade. Refatorar é o processo de melhorar a estrutura interna do código sem alterar seu comportamento externo, ou seja, é o ato de fazer mudanças no código que o tornam mais fácil de entender, modificar e manter.

A refatoração pode ser feita em diferentes partes do código, desde pequenas mudanças em uma única função até alterações mais abrangentes em uma classe ou módulo inteiro. Algumas das técnicas mais comuns de refatoração incluem:

  • Simplificação de expressões condicionais: substituição de expressões complexas por versões mais simples e claras.
  • Divisão de funções grandes em funções menores: separação de funções grandes em funções menores e mais especializadas, o que torna o código mais modular e fácil de entender.
  • Renomeação de variáveis e funções: escolha de nomes mais descritivos e precisos para as variáveis e funções, tornando o código mais fácil de ler e entender.
  • Eliminação de código duplicado: remoção de trechos de código repetidos em várias partes do programa e sua substituição por funções reutilizáveis.
  • Melhoria de desempenho: mudanças no código que tornam a execução mais eficiente.

A refatoração deve ser feita regularmente, não apenas após grandes mudanças no código. Isso porque pequenas melhorias constantes no código podem prevenir a acumulação de dívidas técnicas, que são custos ocultos no desenvolvimento de software. Além disso, a refatoração regular ajuda a manter o código organizado e fácil de entender, o que facilita a manutenção e evolução do sistema.

É importante lembrar que a refatoração não deve ser feita aleatoriamente, mas sim baseada em técnicas e melhores práticas bem estabelecidas. Além disso, é fundamental que os testes automatizados sejam executados após cada refatoração para garantir que o código continue funcionando corretamente após as mudanças.

Use ferramentas de análise de código

O uso de ferramentas de análise de código é outro princípio importante do código limpo. Essas ferramentas são projetadas para examinar o código e identificar problemas de qualidade, como código duplicado, complexidade excessiva, falta de coesão e acoplamento excessivo entre as classes.

Existem várias ferramentas de análise de código disponíveis, que podem ser integradas diretamente ao ambiente de desenvolvimento integrado (IDE) utilizado pelo programador ou executadas como parte do processo de construção (build) do software. Alguns exemplos de ferramentas populares incluem:

  • SonarQube: uma plataforma de análise de código que pode ser usada para verificar a qualidade do código em várias linguagens, incluindo Java, C#, JavaScript, Python e outros. Clique aqui para conhecer.

  • CodeClimate: uma plataforma de análise de código que fornece informações sobre a qualidade do código, segurança e desempenho. Clique aqui para conhecer.

  • ESLint: uma ferramenta de análise de código para JavaScript que ajuda a detectar problemas como erros de sintaxe, uso inadequado de variáveis, entre outros. Clique aqui para conhecer.

Ao usar ferramentas de análise de código, os desenvolvedores podem identificar possíveis problemas no código e corrigi-los antes que o software seja lançado para produção. Isso ajuda a evitar problemas de qualidade, como falhas de segurança, erros de funcionamento e baixo desempenho.

No entanto, é importante lembrar que as ferramentas de análise de código não são uma solução completa para garantir a qualidade do código. Elas são apenas uma ferramenta para ajudar os desenvolvedores a identificar possíveis problemas, e cabe ao programador decidir como abordar e corrigir esses problemas. Além disso, o uso de ferramentas de análise de código deve ser combinado com outras práticas de desenvolvimento de software, como revisão de código por pares, testes automatizados e refatoração regular.

Use boas práticas de programação

“Use boas práticas de programação” é um princípio fundamental do código limpo, que se concentra em seguir as melhores práticas da indústria de desenvolvimento de software. A ideia por trás desse princípio é que seguir práticas comprovadas e testadas ajuda a garantir a qualidade do código, tornando-o mais legível, manutenível e escalável.

Algumas boas práticas de programação incluem:

  • Usar nomes descritivos para variáveis, funções e classes. Nomes claros e descritivos ajudam a tornar o código mais fácil de entender e de dar sentido ao que está sendo feito em cada parte do código.

  • Escrever funções que são pequenas e realizam apenas uma tarefa. Funções grandes e complexas podem ser difíceis de entender e manter. Dividir o código em funções menores ajuda a torná-lo mais legível e mais fácil de testar.

  • Evitar repetição de código. Duplicar o código pode levar a problemas de manutenção e dificultar a detecção de erros. É uma boa prática refatorar o código duplicado em uma função ou método reutilizável.

  • Usar estruturas de controle de fluxo claras. Estruturas de controle de fluxo como condicionais, loops e blocos try-catch devem ser escritas de forma clara e legível para facilitar a leitura e o entendimento do código.

  • Documentar o código. Incluir comentários claros e concisos no código pode ajudar a torná-lo mais fácil de entender. No entanto, a documentação excessiva pode prejudicar a legibilidade do código.

  • Escrever testes automatizados. Testes automatizados ajudam a garantir a qualidade do código, reduzindo o risco de erros. Eles também ajudam a garantir que o código seja escalável e manutenível.

  • Manter o código atualizado e livre de código obsoleto. O código obsoleto pode causar problemas de segurança e desempenho. É importante manter o código atualizado e substituir o código obsoleto por soluções mais modernas.

Ao seguir essas boas práticas de programação, os desenvolvedores podem garantir que o código seja fácil de entender, manter e escalar. Isso leva a um software de maior qualidade, com menos erros e mais eficiente.

Rodrigo Terra

Atuei como Professor de Física e Cultura Maker, por mais de 20 anos. Sou Pesquisador em Ciências Educacionais com ênfase em Tecnologia Educacional e Docência. desenvolvendo trabalhos de Consultorias Pedagógicas para diversas empresas do setor educacional. Há alguns anos, venho direcionando meus estudos para o universo dos dados e programação. Atualmente, trabalho como Líder Acadêmico de matérias técnicas, como Data Analytics, Gestão de Produtos Digitais e Mercado Financeiro. Sou um eterno curioso, apaixonado por café e por uma boa conversa. Acredito que somente com uma formação transdisciplinar é que criamos oportunidades pensar em diferentes aspectos ou ponto de vista de um mesmo assunto, e com isso, desenvolver pessoas mais conscientes e preparadas para a vida.

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