Você está visualizando atualmente 6 excelentes referências para se tornar um Maker

O que você vai ver nesse post:

 

Muitos colegas de trabalho, profissionais da área da Educação e até mesmo que atuam em outras áreas, me perguntam o que podem fazer para se tornar um maker.

 

1. O que é ser Maker?

Dale Dougherty foi o responsável por popularizar a cultura Maker (por volta de 2005) ao iniciar uma revista chamada Make. Nessa revista bimestral são publicados projetos e análises que envolvem toda a cultura maker, incluindo trabalhos de marcenaria, eletrônica, programação, etc…

Em uma apresentação do TED (vou deixar o link nas referências), Dale Dougherty fala sobre ser maker:

Então makers são entusiastas, são amadores, são pessoas que amam fazer o que fazem.Eles nem sempre sabem porque estão fazendo o que fazem.

E em seguida completa:

Criadores estão no controle. Isso é o que os fascina, é por isso que eles fazem o que fazem. Eles querem descobrir como as coisas funcionam, eles querem acessá-las, e eles querem controlá-las; eles querem usá-las para seus próprios fins.

Apesar de ser considerado o pai da cultura maker, Dale acabou não definindo formalmente o que é ser maker, por isso fui atrás de outras fontes. Lendo um artigo da Shaiane da Luz Rodrigues e Alexsandro Cristovão Bonatto, do Instituto Federal do Rio Grande do Sul, encontrei o seguinte trecho:

A consolidação de espaços Makers (denominados de ​Maker ​Spaces) dentro de instituições de ensino traz benefícios para o aprendizado dos estudantes de diferentes áreas de conhecimento, através da exploração de diversas formas e abordagens para solução de problemas. Tais espaços fazem parte de um novo movimento que objetiva a promoção da educação para criatividade, caracterizando-se como espaços de criação e invenção que contribuam para o desenvolvimento de competências e habilidades para uso da tecnologia na solução de problemas.

Agora, imagine quantas competências, habilidades e possíveis formações diferentes podem se encaixar na descrição acima…

Acredito que a essência da própria ideia de ser Maker faz com que não exista uma resposta única para nenhum problema proposto, e muito menos pronta. Isso fica evidente no trecho de um outro artigo, de Giordana Dileta Pacini, Andrés Martín Passaro, Gonçalo Castro Henriques, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, como segue:

“Paralelamente, a cultura maker – uma extensão da cultura do Do-It-Yourself (DIY ou “faça você mesmo”) surgidas nos Estados Unidos nos anos 1960 – tem superado barreiras financeiras e institucionais na democratização das novas tecnologias. Essa cultura está intimamente conectada com a cultura hacker, embora tenham diferentes focos; enquanto a cultura hacker se centra na manipulação de softwares, a cultura maker parte da manipulação de materiais, sistemas e máquinas. A cultura maker também está interessada em hardware open-source, ou código aberto, que permitem a apropriação e modificação de uma técnica ou maquinário buscando sua disseminação e aperfeiçoamento. Uma ideologia que preza pelo fazer, pela experimentação e pela tentativa e erro.”

Como não há uma resposta fechada para a pergunta inicial, vou relatar aqui um pouco da minha formação nesse mundo novo. Creio que minha formação seja bem diversificada. Segue um resumo:

  • Cursei Técnico em Mecatrônica pela ETEC.
  • Cursei Licenciatura em Física peka USP.
  • Cursei MBA em Engenharia Financeira pela POLI-USP.
  • Cursei MBA em Marketing Digital no SENAC.
  • Cursei Tecnólogo em Jogos Digitais pela FATEC.
  • Cursei Especialização em Tecnologia Educacional pelo IFMG

Acredito que eu não possa me definir somente como Professor (de maneira alguma desmerecendo essa posição), porém acho que o que eu quero ser como profissional não cabe somente nessa ideia, na ideia de estar somente em uma sala de aula, somente compartilhando conhecimento. Quero, além de compartilhar, descobrir e criar junto com outras pessoas.

Bom, com o tempo e com os cursos complementares que fiz, percebi que a melhor definição para mim, como profissional, seria utilizar o termo MAKERAquele que faz, é o “fazedor”, e é dentro dessa definição que tenho uma enorme satisfação de ter me enquadrado, pelo simples fato de que posso “fazer” o que quiser / precisar, desde ter insights até compartilhar com outros novas ideias.

Outras duas características da cultura maker que me agradam muito são:

  1. o fato de nós makers sermos “eternos estudantes“, ou seja, nunca saberemos de tudo, sempre haverá algo novo a ser aprendido.
  2. o fato de sermos uma comunidade forte e engajada, compartilhando com outros makers nossas ideias, nossos sucessos, inclusive nossos insucessos!

Para finalizar essa parte, gosto de pensar que o fato de não termos um currículo a ser seguido para ser um maker faz com que eu mesmo possa definir minha própria trajetória de aprendizagem. Posso escolher aprender muitos tópicos de forma superficial, e à partir disso, começar a me especializar em uma ou mais áreas que mais me chamam a atenção.

 

2. Quais são os primeiros passos para me tornar um Maker?

Algumas empresas de tecnologia acabam por se aventurarem nas águas da educação ao desenvolverem aplicativos com o intuito de auxiliar no trabalho dos docentes, ou até mesmo criar novas formas de se conectar aos alunos, porém as funcionalidades desses aplicativos nem sempre são intuitivas. Com isso, muitas certificações estão aparecendo para capacitar seus usuários e reforçam a ideia de que para ser um maker você deve ter um currículo diversificado (que por sinal me agrada muito).

Algumas fundações ou centros educacionais oferecem cursos (gratuitos e EAD) que auxiliam nossa jornada na aquisição de conhecimento.

Vou deixar aqui os mais interessantes!

Vamos começar por algumas das mais conhecidas certificações:

 

Certificações

2.1 Google for education

Observação super relevante: os cursos são gratuitos, porém para tirar a certificação você vai precisar fazer uma prova paga.

Utilização das ferramentas Google (nível básico) na sala de aula.

Utilização das ferramentas Google (nível avançado) na sala de aula.

Utilização de ferramentas em formação de outros usuários.

Program de apoio para desenvolvimento de projetos inovadores.

Preparação dos seus alunos para utilizarem as ferramentas Google no mercado de trabalho.

 

2.2 Kahoot! Certified for Schools

Observação super relevante: Tanto os cursos, quanto a prova de certificação do KAhhot! são gratuitos! Uhrul!

As certificações oferecidas pelo Kahoot! são:

  • Bronze: Usuários iniciantes, duração do curso -> 1h

Navegar sem esforço pelo Kahoot!, pesquisar e descubrir quizes de alta qualidade em nossa biblioteca, duplicar e personalizar um quiz existente para atender às suas necessidades, iniciar e hospedar um jogo kahoot em sua classe

  • Prata: Usuários intermediários, duração do curso -> 1h

Pré-requisito: Certificação Bronze. Criar um jogo kahoot de alta qualidade do zero, adicionar multimídia para aprimorar seu kahoot, entender as opções de jogo para personalizar seu Kahoot!, experimentar e hospedar como um profissional, acessar e analisar o Kahoot! com relatórios e dados

  • Ouro: Usuários avançados, duração do curso -> 1h

Pré-requisito: Certificação Prata. Usar Kahoot! para avaliação formativa, dominar o aplicativo Kahoot! – da ferramenta criadora aos desafios da lição de casa – entender como usar o Kahoot! para revisão, compreender claramente alguns dos casos de uso mais profundos do Kahoot!

 

2.3 Microsoft Certified Educator

A Microsoft oferece certificação para educadores que desejam conhecer mais sobre seus produtos e como utiliza-los em sala de aula com o intuito de proporcionar uma aprendizagem mais colaborativa.

Segundo a própria Microsoft Educação:

“Através deste único exame, os educadores demonstrarão que são capazes de incorporar as habilidades de Design de Aprendizagem do Século XXI (21º CLD) identificadas no projeto de pesquisa de Ensino e Aprendizagem Inovadores (ITL) em atividades de aprendizagem usando ferramentas da Microsoft para educação.”

Para saber mais, clique aqui.

 

Cursos EAD

2.4 Fundação Bradesco

A Fundação Bradesco oferece mais de 80 cursos EAD, gratuitos e com certificados, que se dividem em 5 grandes áreas:

  • Administração ( 4 cursos)
  • Contabilidade e Finanças (3 cursos)
  • Desenvolvimento Pessoal e Profissional (10 cursos)
  • Educação Básica e Pedagogia (11 cursos)
  • Informática (60 cursos)

Para acessar todo o conteúdo, clique aqui.

A carga horária dependerá de cada curso.

Fica aqui minha recomendação para os cursos que são úteis para os makers:

 

2.5 Fundação Vanzolini

A Fundação Vanzolini em parceria com o Instituto Palavra Aberta oferecem um cursos EAD, gratuito e com certificado sobre “Educação Midiática e a BNCC”. A carga horária é de 30 horas.

O curso é dividido em 4 módulos:

  • Módulo 01: Comunicação como direito
  • Módulo 02: Campo jornalístico-midiático
  • Módulo 03: Produção e circulação de informática na era digital
  • Módulo 04: Comunicação de marcas e novos formatos de marketing

Para acessar o curso, clique aqui.

 

2.6 Centro Paula Souza

O centro Paula Souza, responsável pelas ETECs e FATECs do estado de São Paulo, oferecem cerca de 9 cursos em sua plataforma EAD. Todos os cursos são gratuitos e com certificados. A carga horária depende do curso escolhido.

Por lá você encontrará cursos interessantes, como:

 

Faltou alguma certificação ou curso que você conheça?

Comente aqui que eu atualizo o post!

 

Referências Bibliográficas:

Crédito:

 


Como referenciar este post: 6 excelentes referências para se tornar um Maker. Rodrigo R. Terra. Publicado em: 3/10/2019. Link da postagem: (http://www.makerzine.com.br/formacao-continuada-para-professores/como-ser-um-maker/).


Prô Terra

Com mais de 20 anos de experiência como Professor de Física e Cultura Maker, minha dedicação se estendeu à pesquisa em Ciências Educacionais, com ênfase em Tecnologia Educacional e Consultoria Pedagógica. Ao longo dos anos, desenvolvi trabalhos de consultoria para empresas do setor educacional, direcionando meus estudos para a aplicação de dados e programação na gestão pedagógica e letramento digital. Também desempenhei papéis como Coordenador Pedagógico, Líder Acadêmico e Conteudista, acompanhando o desenvolvimento de conteúdos didáticos em diversas áreas, desde Física, Matemática e Projetos até Data Analytics, Metodologias Ágeis, Gestão de Produtos Digitais e Mercado Financeiro. Como eterno curioso, busco constantemente expandir meus conhecimentos. Sou apaixonado por café e por boas conversas. Acredito firmemente que uma formação multidisciplinar é essencial para criar oportunidades de se pensar em diferentes aspectos e pontos de vista, contribuindo para o desenvolvimento de pessoas mais conscientes e preparadas para enfrentar os desafios da vida.

Este post tem 2 comentários

  1. Avatar
    Fillipe Santos

    Parabéns, Prô Terra, pela excelente matéria. Eu procuro informação sobre esse tema “como se tornar um Maker” ha muito tempo e nunca achei um material tão claro e organização como o este. Meus parabéns novamente e obrigado por essas informação valiosas.
    Fillipe Santos

    1. Rodrigo Terra

      Olá, Fillipe, Tudo bem, querido?
      Muito obrigado pelo seu retorno, fico muito feliz em saber que meus textos alcancem mais e mais pessoas.
      Caso necessite de algum conteúdo específico, sinta-se à vontade para me procurar e pedir, tá?
      Abração!

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