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Estilos de aprendizagem (Modelo de Felder e Silverman)

Como referenciar este texto: Estilos de aprendizagem (Modelo de Felder e Silverman)’. Rodrigo Terra. Publicado em: 24/01/2025. Link da postagem: https://www.makerzine.com.br/educacao/estilos-de-aprendizagem-modelo-de-felder-e-silverman/.

Conteúdos que você verá nesta postagem

Alguns estudantes tendem a focar fatos, datas e algoritmos, outros se sentem mais confortáveis com teorias e modelos matemáticos. Alguns respondem fortemente a formas visuais de informação, gostam de gravuras, diagramas e esquemas; outros aprendem mais através de formas verbais, escrevendo e explicando. Alguns preferem aprender ativamente e interativamente; outros funcionam melhor introspectivamente e individualmente.” [1]

O modelo de estilos de aprendizagem de Felder e Silverman, desenvolvido na década de 1980, propõe uma abordagem estruturada para compreender as diferentes formas como os indivíduos absorvem, processam e retêm informações. Esse modelo foi inicialmente concebido para o ensino de engenharia, mas sua aplicabilidade se estende a diversas áreas da educação, auxiliando professores e instrutores na adaptação de suas metodologias para atender melhor às necessidades dos alunos.

A teoria de Felder-Silverman classifica os estilos de aprendizagem em quatro dimensões principais: sensitivo-intuitivo, visual-verbal, ativo-reflexivo e sequencial-global. Cada dimensão descreve um espectro de preferências cognitivas, destacando como diferentes alunos podem ter abordagens distintas para o aprendizado. Enquanto alguns aprendem melhor com exemplos concretos e experimentação prática, outros preferem conceitos abstratos e reflexão aprofundada. Da mesma forma, há alunos que assimilam melhor informações por meio de imagens e diagramas, enquanto outros têm mais facilidade com explicações textuais ou verbais.

Ao compreender essas variações, educadores podem diversificar suas estratégias didáticas, promovendo um ensino mais inclusivo e eficaz. O modelo de Felder-Silverman não busca rotular os alunos, mas sim fornecer um quadro de referência que possibilite um ensino adaptativo, valorizando a diversidade de estilos cognitivos dentro de uma sala de aula.

Linda Silverman

Richard Felder

O Modelo de Felder e Silverman tem como base as seguintes dimensões:

  • Percepção – O tipo de informação que o aluno recebe é: Sensorial ou Intuitiva?
  • Entrada – A modalidade sensorial mais efetiva em que se percebe a informação é: Visual ou Verbal?
  • Processamento – De que maneira se trabalha com a informação recebida: Ativo ou Reflexivo?
  • Entendimento – Como o estudante processa e compreende melhor a informação: Sequencial ou Global?

O modelo consiste em realizar um teste, inicialmente foi pensado para ter 40 perguntas, porém foi adaptado para 20 (UFA!), com o intuito de ser mais dinâmico e menos cansativo. Isso evitaria que os alunos chutassem aleatoriamente as respostas para finalizar rapidamente o teste.

O modelo proposto por Felder e Silverman, sobre os estilos de aprendizagem tenta classificar a forma como cada alunos lida com o recebimento de uma informação.

Os estilos de aprendizagem estão relacionados à forma particular de adquirir conhecimentos, habilidades ou atitudes através da experiência ou anos de estudo”. [2]

Saber como as características de cada estilo de aprendizagem faz com que, primeiramente o professor possa estar mais bem preparado com relação às suas atividades e propostas de aula, e também que o professor consiga atingir com maior qualidade o modo como cada aluno prefere interagir com a informação recebida em sala.

O conhecimento dos estilos de aprendizagem ajuda na tomada de decisões de possíveis adequações no ensino ao estilo de aprender dos alunos, podendo ser utilizado para prever os estilos de estratégias ou métodos de instrução mais efetivos a determinado aluno ou grupo de estudantes, além de permitir o desenvolvimento de estratégias de aprendizagem por parte dos alunos”. [2]

Conforme dito anteriormente:

“Teoricamente, os estilos de aprendizagem podem ser utilizados para prever tipos de estratégias ou métodos de instruções mais efetivos a determinado aluno ou grupo de estudantes.” [3]

Percepção

Essa dimensão descreve como os alunos preferem perceber informações novas, diferenciando aqueles que focam em detalhes concretos daqueles que preferem conceitos abstratos.

  • Sensitivos: Preferem aprender a partir de fatos concretos, observações diretas e experiências práticas. Tendem a ser detalhistas, meticulosos e valorizam aplicações reais do conhecimento. Se beneficiam de exemplos práticos, demonstrações experimentais e estudos de caso.
  • Intuitivos: Preferem conceitos abstratos, teorias e padrões. Tendem a se interessar mais por inovação e descobertas do que pela aplicação prática imediata. Gostam de desafios conceituais e se beneficiam de abordagens mais teóricas e exploratórias.

 

DICA: Implicações para o ensino: Professores devem equilibrar teoria e prática, fornecendo tanto exemplos concretos quanto desafios conceituais.

Entrada

Essa dimensão trata do modo como os alunos recebem as informações, diferenciando aqueles que aprendem melhor por imagens daqueles que preferem descrições verbais.

  • Visuais: Preferem aprender por meio de gráficos, diagramas, esquemas, ilustrações e mapas conceituais. A informação visual facilita sua compreensão e retenção do conteúdo.
  • Verbais: Aprendem melhor com palavras, seja na forma escrita ou falada. Se beneficiam de leituras, discussões, explicações detalhadas e anotações.

DICA: Implicações para o ensino: A inclusão de materiais visuais (gráficos, vídeos, ilustrações) e a oferta de explicações orais ou textuais podem atender a ambos os perfis.

Processamento

Essa dimensão diferencia os alunos com base na forma como processam e internalizam a informação.

  • Ativos: Aprendem melhor ao fazer, discutindo ideias, resolvendo problemas e participando ativamente de atividades práticas. Gostam de interagir em grupo e experimentam antes de refletir.
  • Reflexivos: Preferem pensar antes de agir, analisando detalhadamente um problema antes de propor uma solução. Gostam de trabalhar sozinhos, refletindo sobre as informações antes de aplicá-las.

DICA: Implicações para o ensino: Atividades em grupo beneficiam os alunos ativos, enquanto atividades individuais, como estudos dirigidos e análises aprofundadas, ajudam os alunos reflexivos.

Entendimento

Essa dimensão aborda como os alunos organizam e conectam informações para compreender um determinado conceito.

  • Sequenciais: Preferem aprender de forma linear, seguindo um passo a passo lógico. Compreendem melhor quando a informação é apresentada de maneira ordenada e progressiva.
  • Globais: Aprendem de maneira mais holística, captando o panorama geral antes de se aprofundar nos detalhes. Às vezes, podem parecer desorganizados no início, mas acabam compreendendo o conceito de forma ampla e integrada.

DICA: Implicações para o ensino: É importante estruturar conteúdos de maneira progressiva para os sequenciais, mas também oferecer visões gerais e aplicações práticas para os globais.

“Uma classe na qual os alunos sempre são passivos é uma classe na qual nem o experimento ativo nem o observador reflexivo podem aprender efetivamente.

Referências bibliográficas

  • Estilos de aprendizagem Felder-Silverman e o aprendizado com jogos de empresas” – George Paulus Dias, Antonio Carlos Aidar Sauaia, Hugo Tsugunobu, Yoshida Yoshizaki – Revista de Administração de Empresa (FGV EAESP) – para ler o artigo, clique aqui.
  • Planejamento de um ambiente virtual de aprendizagem baseado em interfaces dinâmicas e uma aplicação ao estudo de potência elétrica” – Niltom Vieira Junior – Dissertação de Doutorado em engenharia elétrica da Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira, Universidade Estadual Paulista – para ler o artigo, clique aqui.
  • [1] “The Effects of personality type on egineering student performance and attitudes” – R. M. Felder, G. N. Felder e E. J. Dietz – Journal of Engineering Education – para ler o artigo, clique aqui.
  • [2] “O impacto dos estilos de aprendizagem no ensino de contabilidade na FEA-RP/USP” – Denise Mendes da Silva – Dissertação de Mestrado em Controladoria e Contabilidade da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo – para ler o artigo, clique aqui.
  • [3] “ILS – Inventário de Estilos de Aprendizagem de Felder-Saloman: investigação de sua validade em estudantes universitários de Belo Horizonte” – Wilma Maria Guimarães Lopes – Dissertação de Mestrado da Universidade Federal de Santa Catarina, Centro Tecnológico – para ler o artigo, clique aqui.
  • [4] “Learning and teaching styles in engineering education” – Richard M. Felder e Linda Silverman – para ler o artigo, clique aqui.
  • [5] “Dimensões do modelo Felder-Silverman predominantes no estilo de aprendizagem de estudantes de administração” – Janine Bertelli, Rosani Elisabete Graebin, Juliana Matte, Pelayo Munhoz Olea – XVI Mostra de Iniciação Científica da UCS – para ler o artigo, clique aqui.

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Rodrigo Terra

Com formação inicial em Física, especialização em Ciências Educacionais com ênfase em Tecnologia Educacional e Docência, e graduação em Ciências de Dados, construí uma trajetória sólida que une educação, tecnologias ee inovação. Desde 2001, dedico-me ao campo educacional, e desde 2019, atuo também na área de ciência de dados, buscando sempre encontrar soluções focadas no desenvolvimento humano. Minha experiência combina um profundo conhecimento em educação com habilidades técnicas em dados e programação, permitindo-me criar soluções estratégicas e práticas. Com ampla vivência em análise de dados, definição de métricas e desenvolvimento de indicadores, acredito que a formação transdisciplinar é essencial para preparar indivíduos conscientes e capacitados para os desafios do mundo contemporâneo. Apaixonado por café e boas conversas, sou movido pela curiosidade e pela busca constante de novas ideias e perspectivas. Minha missão é contribuir para uma educação que inspire pensamento crítico, estimule a criatividade e promova a colaboração.

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